Isabel Moreira discorda da campanha antitabágica lançada pelo Ministério da Saúde.
A deputada socialista Isabel Moreira afirmou, esta quarta-feira, que o Ministério da Saúde deve retirar o vídeo que foi divulgado com o objetivo de diminuir o número de fumadores, especialmente os do sexo feminino, considerando a campanha "inadmissível".
"Espero que o Ministério da Saúde retire a campanha, que é uma campanha misógina e culpabilizante das mulheres", declarou à agência Lusa.
O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, participou na apresentação da antestreia da curta-metragem 'Opte Por Amar Mais', que dará corpo a uma nova campanha da luta contra o tabagismo, desenvolvida pela Direção-Geral da Saúde.
"A curta-metragem 'Opte por Amar Mais', de André Badalo, conta a história de Maria, uma mulher com cancro do pulmão num estádio avançado que continua a fumar. Esta campanha, protagonizada pela atriz Paula Neves, foi idealizada por duas jovens de 18 anos, alunas da Escola Profissional de Artes, Tecnologias e Desporto, e tem por base os números mais recentes sobre o consumo de tabaco", refere o Ministério da Saúde em comunicado.
Segundo o documento, o último relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo veio confirmar que os homens portugueses estão a fumar menos, em contraciclo com o grupo das mulheres, onde se tem assistido a um preocupante aumento do consumo.
"A realidade exige um reforço da luta antitabágica, sobretudo junto dos mais jovens e, em particular, junto das mulheres", acrescenta o comunicado.
A deputada Isabel Moreira refere que a campanha apresentada "é inadmissível".
"A campanha faz todas as associações da mulher que é mãe e que ao fumar vai ser necessariamente mal-amada e não vai encontra o amor, vai desproteger os seus filhos. É uma campanha que, em termos de igualdade de género, é inadmissível e que deve ser retirada", frisou.
O Ministério da Saúde defende que o consumo de tabaco é responsável por 10,6% das mortes em Portugal, o que significa que o tabaco mata um português a cada 50 minutos e que as mulheres estão a adoecer e a morrer mais por doenças associadas ao tabaco.
"O relatório das doenças oncológicas, publicado em 2017, destacou o aumento de 15% da mortalidade no sexo feminino, entre 2014 e 2015, por tumores malignos de traqueia, brônquios e pulmão. Em 2014, de acordo com o último Inquérito Nacional de Saúde, uma em cada 10 mulheres com 15 ou mais anos fumava", conclui.
Fonte: Lusa
Foto: Diana Quintela / Global Imagens
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