Na Biblioteca Municipal de Cantanhede foi inaugurada, no dia 18 de Janeiro, a exposição Instrumentos de Iluminação. Constituída por 43 luminárias, a mostra está patente até ao próximo dia 28 de Fevereiro e permite conhecer a evolução da iluminação desde a descoberta do fogo, no Neolítico, até à atualidade, com especial enfoque para diversas candeias a azeite, palmatórias de velas, lanternas, candeeiros a petróleo, carbureto, eletricidade e gás.
Os objetos expostos pertencem a colecionadores da região e ao Museu Regional e Etnográfico – Rancho Regional “Os Esticadinhos”, que gentilmente os cederam para o efeito.
História da iluminação
No Neolítico, período da Pedra Polida (c. 10.000 anos a.C. até c. de 5.000 anos a.C.), o homem descobriu a técnica para produzir o fogo, usando pedras que batia umas contras as outras, provocando faíscas. Depois de descobrir a agricultura e sedentarizar-se, começou a produziu ferramentas e a criar animais para consumo, inventos estes contribuíram decisivamente para evolução da Humanidade. O fogo permitiu ao homem aquecer-se, defender-se dos animais, cozinhar os alimentos e produzir armas mais fortes.
O primeiro combustível utilizado pelo homem como fonte de energia foi a gordura animal. O homem depressa se apercebeu que a carne que caçava, quando cozinhada sobre as brasas, libertava um líquido que tornava o fogo maior. Daí a aprender a guardar a gordura animal em conchas, chifres e em pedras com cavidades naturais, foi um ápice. Estes instrumentos são chamados de “lucernas” e a sua utilização decorreu durante milénios. A partir de materiais como o barro, a cerâmica e os metais, o homem foi produzindo novos instrumentos de iluminação e usando outros produtos como a cera, de origem animal e vegetal e o azeite, como fontes de energia, evoluindo também na criação de suportes das velas, castiçais, candelabros e as lanternas. Os instrumentos foram evoluindo e o homem foi utilizando novos materiais combustíveis que usava para a iluminação doméstica e, mais tarde, pública.
Em 1780, a lâmpada de Argand foi inventada e patenteada pelo físico e químico suíço, Aimé Argand. Este invento melhorou significativamente a iluminação doméstica da época, predominantemente feita por lâmpadas a óleo. Esta lâmpada usava como combustível um óleo de boa liquidez, como o espermacete ou óleo de baleia e produzia uma luz equivalente a cerca de 6 a 10 velas.
No século XIX, cerca de 1850, surgiram os candeeiros a petróleo, de utilização caseira, capazes de fornecer mais luz que os sistemas anteriores, passando a ser o dispositivo de iluminação preferido. A utilização deste combustível tornou a iluminação menos dispendioso que a utilização de óleos, nomeadamente o de baleia.
As lanternas foram evoluindo e generalizou-se a utilização de combustíveis como o carbureto, o querosene e o gás.
A lâmpada elétrica Incandescente, inventada por Thomas Alva Edison em 1879, foi o primeiro dispositivo que pela sua simplicidade permitiu utilizar eletricidade para a iluminação. Com o passar do tempo, as lâmpadas foram evoluindo, surgindo a Fluorescente, a de Halogénio, a de Neon, a de Vapores e a LED (sigla para Light Emitting Diode, que significa “diodo emissor de luz”).
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