“Inclusão,
cidadania e os desafios da sociedade atual” esteve em destaque no
seminário que decorreu no dia 02 de maio de 2019, no Museu da Pedra,
em Cantanhede. Integrado nas Jornadas Pela inclusão, o seminário
foi organizado pelo Município de Cantanhede e pela EAPN Portugal –
Rede Europeia Anti-Pobreza, num ano em que se assinala o ano nacional
da colaboração,
cujo slogan é “colaboração – colaborar faz toda a diferença”.
Trata-se de uma parceria sólida e profícua que tem sido sustentada
ao longo dos anos.
A
sessão de abertura contou com a presença do Sr. Vice-Presidente da
Câmara Municipal de Cantanhede, Dr. Pedro Cardoso, a Presidente da
Mesa co Conselho Geral da EAPN, Dr.ª Paula Duarte, a Dr.ª Ana Maria
Carvalho, representante do Centro Distrital de Coimbra e a Presidente
do Conselho Local de Ação Social de Cantanhede, Enf. Célia Simões.
Com
o presente seminário pretendeu-se proporcionar um espaço de
reflexão com conteúdos transversais alusivos à temática em
questão, por um lado, e por outro pretendeu-se proporcionar a
disseminação de boas práticas de outros territórios.
O
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Dr. Pedro
Cardoso, realçou
“a importância desta iniciativa em termos de sensibilização da
comunidade em geral para a responsabilidade de todos na promoção da
inclusão, da importância das parcerias e cooperação neste desafio
enorme, e reiterar a determinação e empenho do Município na luta
contra a pobreza, a exclusão social e a discriminação. A autarquia
tem por objectivo reforçar a inclusão e a coesão social de todos e
permitir a todos os munícipes gozarem de igualdade de acesso às
oportunidades e aos recursos disponíveis, assim como eliminar
progressivamente as barreiras que dificultem essa mesma inclusão”.
Estiveram
presente, no Painel I “Os desafios da sociedade atual”, a Prof.
Doutora Clara Santos da Faculdade de Psicologia e Ciências da
Educação da Universidade de Coimbra, que abordou a temática dos
Direitos Humanos e Direitos Sociais, reforçou a necessidade da
participação das pessoas em situação de vulnerabilidade como
forma de garantir os seus direitos de cidadania. Esta participação
resulta no pedido de reconhecimento por parte dos cidadãos das suas
dificuldades, por um lado, e por outro um pedido de maior
responsabilização por parte do Estado e das Instâncias Periciais
para com estes mesmos cidadãos. Este reconhecimento visa dar
visibilidade a estes atores sociais. No mesmo painel esteve o Dr.
Francisco Rodrigues, Junior Research do Centro de Estudos Sociais, da
Faculdade de Economia, da Universidade de Coimbra, com a comunicação
“Perspetivas de género nos domínios da política pública:
requisitos de boa governação”. Abordou o conceito de igualdade de
género e salientou que o estereótipo de género promove a
segregação vertical e horizontal. Explanou ainda a Estratégia
Nacional para a Igualdade e Não Discriminação 2018-2030, que
assenta
em três planos de ação, nomeadamente: o Plano de Ação para a
Igualdade entre Homens e Mulheres, o Plano de Ação para a Prevenção
e Combate à Violência Doméstica e o Plano de Ação para o Combate
à Discriminação em Razão da Orientação Sexual, Identidade e
Expressão de Género e Características Sexuais. Referiu ainda que
estes planos se norteiam por linhas transversais assentes na
interseccionalidade, na territorialização e na promoção de
parcerias. Mencionou ainda os dez requisitos para uma boa execução
dos planos de ação.
No
painel II “A promoção de uma sociedade inclusiva: programas
promotores da inclusão” esteve presente o Presidente da CPCJ de
Vila Nova de Poiares, Dr. Artur Santos, e a Educadora Albertina
Ramos, do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares, com a
comunicação “Selo Protetor”. De acordo com os visados o selo
protetor constitui-se
como um sistema integrado de gestão do risco e perigo e representa
uma oportunidade de autodiagnóstico e capacitação dirigida às
Entidades com Competência em Matéria de Infância e Juventude
(ECMIJ) no âmbito da promoção e proteção dos direitos da
criança, de acordo com o previsto no Artigo 7º da Lei de Proteção
de Crianças e Jovens em Perigo. Esta dinâmica proporciona
estratégias e práticas de excelência na área da prevenção dos
direitos das crianças através de parcerias com entidades públicas
e privadas (CPCJ, Câmara, Juntas de Freguesia, Centro de Saúde,
Bombeiros, AEdP, Empresas, APPCDM, ADIP, CBEISA, Irmandade).
Seguiu-se a Dr.ª Graça Martins, Coordenadora do Gabinete Pedagógico
da Universidade de Aveiro, que partilhou a experiência do
estabelecimento universitário enquanto entidade que detém a “Marca
de Entidade Empregadora Inclusiva”, galardão que se
destina a promover o reconhecimento e distinção pública de
práticas de gestão abertas e inclusivas, desenvolvidas por
entidades empregadoras, relativamente às pessoas com deficiência e
incapacidade. A Dr.ª Eduarda Saraiva, Chefe de Divisão da Unidade
de Coordenação e Gestão de Parcerias do Instituto Nacional para a
Reabilitação, deu a conhecer o Balcão da Inclusão que tem como
missão prestar informação e mediação especializada e acessível
às pessoas com deficiência e/ou incapacidade, suas famílias,
organizações e outros que direta ou indiretamente intervêm na área
da deficiência. Por fim, a Dr.ª Susana Lima, técnica da EAPN
Portugal, apresentou o projeto “Despir os preconceitos, vestir a
inclusão”. Trata-se de um projeto promovido
pelos Núcleos Distritais da Região Centro da EAPN Portugal/Rede
Europeia Anti-Pobreza, nomeadamente Castelo Branco, Coimbra, Leiria,
Guarda, Santarém e Viseu, em conjunto com os respetivos Conselhos
Locais de Cidadãos e surge no seguimento de alguns estudos
realizados pela EAPN Portugal, em que se verificou que ainda existem
muitas representações negativas acerca dos grupos mais vulneráveis,
pelo que, se considerou uma necessidade, atuar junto da comunidade ao
nível da informação e sensibilização para a não discriminação
e promoção da inclusão social.
O Seminário teve por objetivo aludir à
Inclusão, INCLUIR colocando
no centro das agendas políticas e da sociedade civil, os direitos
humanos, os direitos sociais, a pessoa humana no seu todo. Todos
somos iguais nos direitos, mas poucos os são na plenitude do seu
acesso. Desta forma, se cada um de nós contribuir com uma ação
positiva, no conjunto seremos uma sociedade cada vez mais atenta e
inclusiva.
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