“Uma só Saúde” envolve Saúde, Alimentação e Veterinária e Ambiente |
A inclusão do tema da resistência aos antibióticos nos currículos escolares é uma das medidas previstas no Plano Nacional de Combate à Resistência aos Antimicrobianos 2019-2023, hoje divulgado, que tem como objetivo “melhorar a saúde da população”.
Homologado pela Direção-Geral de Saúde, a Direção-Geral da Alimentação e Veterinária e a Agência Portuguesa do Ambiente, no âmbito do conceito “Uma Só Saúde”, o plano é “uma ferramenta e um referencial importante para o desenvolvimento da estratégia de combate à resistência aos antimicrobianos, que configura um problema de saúde pública”, referem as entidades.
O plano assenta em seis objetivos globais: “Prosseguir a implementação do conceito de ‘uma só saúde’”, “melhorar o conhecimento sobre a resistência aos antimicrobianos”, “fortalecer a base de conhecimentos e evidência através da vigilância epidemiológica, monitorização ambiental e investigação” e “reduzir a incidência da infeção”.
“Otimizar o uso dos antimicrobianos” e “manter o compromisso e aumentar o investimento sustentado em novos medicamentos, ferramentas de diagnóstico, vacinas e outras intervenções relevantes” são outros objetivos do plano.
Para isso, deve ser reativado o projeto “e-bug em Portugal”, estabelecendo parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação, com inclusão de conteúdos específicos nos programas e manuais escolares.
Devem ser também aprofundados os conteúdos formativos sobre esta matéria nos currículos dos cursos das áreas da saúde, incluindo medicina, medicina dentária, farmácia, enfermagem, e “fazer da utilização correta de antibióticos” e controlo da RAM “um componente da formação profissional, obrigatório ou com certificação” nestas áreas.
Um grave problema de Saúde Pública
Os especialistas estimam que a resistência aos antimicrobianos será responsável pela morte de 10 milhões de pessoas por ano em todo o mundo em 2050.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal terá uma média anual de mais de 1.100 mortes por infeções por bactérias muito resistentes até 2050.
O desenvolvimento do plano agora apresentado necessita de “uma ação sustentada, coordenada, e esforços complementares” dos cidadãos, dos profissionais de saúde humana e animal e do ambiente, da produção primária, da indústria agroalimentar e farmacêutica, dos agentes económicos e associações do setor, dos detentores de animais, da academia, dos gestores das unidades de saúde e das restantes áreas envolvidas, bem como dos decisores políticos.
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