"No
documento de doação testamentária efectuada pela condessa Mumadona Dias, ao
mosteiro de Guimarães em 26 de Janeiro de 959, consta a referência a
"Suis
terras in Alauario et Salinas", sendo esta a mais antiga forma que se
conhece do topónimo Aveiro.
No século
XIII, Aveiro foi elevada à categoria de vila, desenvolvendo-se a povoação à
volta da igreja principal, consagrada a S. Miguel e situada onde é, hoje, a
Praça da República, vindo esse templo a ser demolido em 1835.
Mais tarde, D.
João I, a conselho de seu filho, Infante D. Pedro, que, na altura, era
donatário de Aveiro, mandou rodeá-la de muralhas que, já no século XIX, foram
demolidas, sendo parte das pedras utilizada na construçào dos molhes da barra
nova.
Em 1434, D.
Duarte concedeu à vila privilégio de realizar uma feira franca anual que chegou
aos nossos dias e é conhecida por Feira de Março.
Em 1472, a
filha de Afonso V, Infanta D. Joana, entrou no Convento de Jesus, onde viria a
falecer, em 12 de Maio de 1490, efeméride recordada actualmente, no feriado
municipal. A estada da filha do Rei teve importantes repercussões para Aveiro,
chamando a atenção para a vila e favorecendo o seu desenvolvimento.
O primeiro
foral conhecido de Aveiro é manuelino e data de 4 de Agosto de 1515, constando
do Livro de Leituras Novas de Forais da Estremadura.
A magnífica
situação geográfica propiciou, desde muito cedo, a fixação da população, sendo
a salinagem, as pescas e o comércio marítimo factores determinantes de
desenvolvimento.
Em finais do
século XVI, princípios do XVII, a instabilidade da vital comunicação entre a
Ria e o mar levou ao fecho do canal, impedindo a utilização do porto e criando
condições de insalubridade, provocadas pela estagnação das águas da laguna,
causas estas que provocaram uma grande diminuição do número de habitantes -
muitos dos quais emigraram, criando póvoas piscatórias ao longo da costa
portuguesa - e, consequentemente, estiveram na base de uma grande crise
económica e social. Foi, porém e curiosamente, nesta fase de recessão que se
construiu, em plena dominação filípina, um dos mais notáveis templos
aveirenses: a igreja da Misericórdia.
Em 1759, D.
José I elevou Aveiro a cidade, poucos meses depois de ter condenado, ao
cadafalso, o seu último duque, título criado, em 1547, por D. João III.
Em 1774, a
pedido de D. José, o papa Clemente XIV instituiu uma nova diocese, com sede em
Aveiro.
No século XIX,
destaca-se a activa participação de aveirenses nas Lutas Liberais e a
personalidade de José Estêvão Coelho de Magalhães, parlamentar que desempenhou
um papel determinante no que respeita à fixação da actual barra e no
desenvolvimento dos transportes, muito especialmente, a passagem da linha de
caminho de ferro Lisboa-Porto, obras estas de capital importância para o
desenvolvimento da cidade, permitindo-lhe ocupar, hoje em dia lugar de topo no
contexto económico nacional."
BIBLIOGRAFIA:
"DIAS, Diamantino, Revista AVEIRO, Câmara Municipal de Aveiro, pp. 8, 2ª
Edição, Julho de 1997."
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