Miguel Midões
A Associação das Repúblicas pede um
estatuto especial enquanto património mundial e típico de Coimbra.
Um ano positivo, mas de contrariedades.
A Associação das Repúblicas de Coimbra, criada a 17 de abril, mas apresentada
publicamente a 7 de maio do ano passado, está a preparar uma proposta de
alteração ao novo regime de arrendamento urbano, que conta ter pronta no final
de junho. Os estudantes querem um estatuto especial para as repúblicas de
Coimbra.
A proposta de lei deve ser apresentada
aos grupos parlamentares até ao final de junho, para que a seja discutida antes
do início do próximo ano letivo, em setembro.
Gonçalo Quitério abre as portas da nova
casa da República da Praça para fazer o balanço da Associação das Repúblicas de
Coimbra um ano após a criação. "Depois da nossa fundação, uma das
repúblicas, da qual eu faço parte, foi despejada. Mas, apesar das várias
contrariedades, fazemos um balanço positivo", conta.
Conseguiram reunir com o governo,
promoveram as repúblicas junto dos estudantes e conseguiram um protocolo de
colaboração com a AAC - Associação Académica de Coimbra.
Agora estão a trabalhar numa proposta de
alteração ao projeto de lei do novo regime de arrendamento urbano, "uma
vez que já houve uma exceção, ou uma alteração, para as lojas que são património
histórico de Lisboa, que vão ter um regime especial, nós sendo património
mundial e típico de Coimbra, estamos a preparar uma proposta para apresentar
aos parlamentares de Coimbra, para depois levar à Assembleia da
República", adianta.
Em relação à recetividade que a AR
poderá ter a esta proposta que irão apresentar, Gonçalo Quitério refere que
"os partidos que têm o acordo parlamentar e que sempre defenderam as
repúblicas, se não aprovarem ou não reverem o regime de arrendamento, será uma
grande facada para nós porque sempre disseram que estavam do nosso lado".
A Associação começou com sete repúblicas
de Coimbra, e neste momento reúne 11 de um universo de 25. O projeto de lei
pode falhar, e mesmo que avance, Gonçalo Quitério acha que o mais seguro é
sempre a compra do edifício. "Creio que, mesmo com a alteração da lei, o
caminho tem de passar pela compra das casas, para evitar qualquer tipo de
problema. Mas, o maior problema está nas situações em que os senhorios não
querem vender a casa e só estão à espera até 2018 para poderem despejar os
estudantes", afirma o responsável pela Associação das Repúblicas de
Coimbra.
A República da Praça foi despejada da
Praça da República e está agora, depois de ter comprado uma nova casa com
recurso à banca e à ajuda dos antigos repúblicos, no n.º4 da rua João de Deus.
A Associação das Repúblicas de Coimbra
entregou há cerca de um ano uma petição na câmara para elevar as repúblicas a
património municipal, para depois chegar a reconhecê-las como de interesse
municipal. Até ao momento, a Câmara de Coimbra não deu qualquer resposta aos
estudantes, o que é "lamentável" na opinião de Gonçalo Quitério.
Fonte:TSF
Nenhum comentário:
Postar um comentário