O ex-Presidente brasileiro José Sarney afirmou esta terça-feira que está “revoltado e perplexo” com a divulgação da informação de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria pedido a prisão dele ao Supremo Tribunal Federal (STF).
CRISE NO BRASIL
“Dediquei sessenta anos da minha vida pública ao país e à defesa do Estado de Direito”, disse Sarney, em resposta à notícia do jornal O Globo que o envolve num grupo de políticos suspeitos de interferirem no processo Lava Jato.
“Julguei que tivesse o respeito de autoridades do porte do Procurador-Geral da República”, lamentou o ex-presidente.
“Jamais agi para obstruir a justiça. Sempre a prestigiei e a fortaleci”, acrescentou José Sarney.
O procurador-geral da República brasileiro, Rodrigo Janot,pediu a prisão do ex-presidente ao Supremo Tribunal Federal brasileiro, além da de outros membros da direção do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, PMDB.
Janot não confirmou publicamente as informações, mas a imprensa brasileira avança que a prisão de Sarney foi solicitada como base em áudios secretos gravados por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
As gravações sugerem que Sarney e outros políticos terão tentado atrapalhar as investigações daOperação Lava Jato, que investiga o maior esquema de corrupção no país, envolvendo dezenas de políticos e várias empresas, entre as quais a Petrobras.
No caso do ex-Presidente Sarney, é pedida prisão domiciliária com o uso de pulseira eletrónica, devido à sua idade, 86 anos.
Além dele, também teriam sido alvo de pedidos de prisão o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o senador Romero Jucá, ex-ministro do planeamento do Brasil.
Romero Jucá, que tomou posse como ministro no dia 12 de maio, após o impeachment da antiga presidente do Brasil, Dilma Rousseff, demitiu-se apenas 11 dias depois.
A demissão surgiu depois de ter sido revelada uma escuta em que Jucá terá dito a Sérgio Machado que a mudança no governo permitiria um pacto para travar a Lava Jato.
ZAP / Lusa
Comentário: os cidadãos devem confiar em quem? O que vem a ser isso: honestidade, honra, verdade, íntegro, intocável? Todos pedem para ir para o céu...
J. Carlos
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