Pequim, 04 jun (Lusa) -- A polícia
chinesa deteve vários ativistas, enquanto outros estão hoje sob vigilância no
27.º aniversário da repressão aos protestos pró-democracia na Praça de
Tiananmen, na China, disseram grupos de Direitos Humanos.
Seis ativistas dos Direitos Humanos,
incluindo o poeta Liang Taiping, estão presos desde quinta-feira, após terem
participado numa cerimónia particular comemorativa do "4 de junho" de
1989, data do aniversário da repressão aos protestos pró-democracia em Pequim,
afirmou a ONG chinesa Weiquanwang.
Os ativistas foram presos pela polícia
por suspeita de "fomentar a agitação e provocar desacatos", disse a
ONG, que também informou que outro ativista "desapareceu" nos últimos
dias na capital chinesa.
Quase três décadas passadas sobre a
repressão na Praça de Tiananmen, o regime comunista continua a proibir que se
faça qualquer menção sobre o assunto nos órgãos de comunicação social e na
Internet, além de proibir que seja tratado nos livros escolares e de impedir
qualquer debate.
Como nos anos anteriores, "As Mães
de Tiananmen", uma associação de pais que perderam os seus filhos, foram
colocados sob uma apertada vigilância policial.
Zhang Xianling, cujo filho de 19 anos oi
morto em 1989, disse à agência de notícias AFP que quando foi hoje a um
cemitério de Pequim, com uma dúzia de outros pais para visitar os túmulos dos
seus filhos, foram cercados por polícia à paisana.
"Temos estado sob vigilância desde
a semana passada (...) 30 (policiais à paisana) estavam no cemitério",
disse Zhang.
"As Mães de Tiananmen"
escreveram uma carta aberta sob os "27 anos de terror e asfixia" a
que têm sido submetidas.
"Nós, famílias das vítimas somos
espiadas e vigiada pela polícia. Somos seguidas e mesmo detidas e têm confiscado
e apreendido os nossos computadores", dizem na carta assinada por
elementos do grupo e que foi divulgada por Organizações Não-governamentais de
Direitos Humanos na China.
"O governo ignorou-nos, finge que o
massacre de 04 de junho, que chocou o mundo inteiro, nunca aconteceu na China,
e recusou-se a responder aos nossos apelos, enquanto os nossos compatriotas
perdem gradualmente a memória do que aconteceu", salienta-se na carta.
A carta refere ainda que o grupo foi
avisado de que as visitas à casa da fundadora do grupo, Ding Zilin, com 79
anos, mas que tem problemas de saúde, seriam impedidos entre 22 abril a 4
junho.
"Aqueles que querem visitá-la devem
solicitar permissão e podem fazê-lo só depois da aprovação pela Secretaria de
Segurança Pública de Pequim e não podem ser acompanhados por familiares de
outras vítimas", lê-se na carta.
JS//GC
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J. Carlos
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