Os suíços rejeitaram este domingo por ampla maioria a criação do Rendimento Básico Universal, um projeto revolucionário que provocou muitos debates no país, de acordo com as primeiras projeções.
Segundo uma projecção nacional do instituto suíço de sondagens gfs.bern, divulgada pela televisão pública do país, cerca de 78% dos suíços votaram contra a criação do Rendimento Básico Universal.
Os promotores da iniciativa acreditavam que todos os cidadãos devem poder viver com dignidade, independentemente da sua condição social, para o que o Estado deveria providenciar um rendimento fixo incondicional universal.
Cada adulto deveria ter disponível, mensalmente, o equivalente a 2261 euros. As crianças e adolescentes teriam direito a 565 euros.
“Penso que o rendimento básico poderia ajudar a redesenhar a economia e o mercado de trabalho, de forma a permitir que mais pessoas façam o que querem, para que se sintam realizadas com o seu trabalho”, acredita o porta-voz da iniciativa, Che Wagner, citado pela Euronews.
Os que se opõem à iniciativa acreditam que o Rendimento Básico Universal beneficia apenas os que não querem trabalhar, nem contribuir para a sociedade.
Segundo Nathalie Fontanet, da comissão de cidadãos que se opõe ao Rendimento Básico Universal, “são montantes muito importantes que em vez de incentivar as pessoas activas a trabalhar e serem independentes, vai encorajar algumas pessoas a não fazer nada”.
“Penso que isso é contra os nossos valores e contra a coesão social”, assegura Fontanet.
“Os suíços votaram de forma realista“, diz Andreas Ladner, especialista em ciência política e professor da Universidade de Lausanne, ouvido pela RTS.
Os resultados definitivos do referendo devem ser anunciados ao início da noite.
Nas outras duas propostas submetidas a referendo este fim-de-semana, 66% dos eleitores aprovaram uma reforma do direito de asilo, e 61% votaram a favor da autorização do DGP, o diagnóstico genético pré-implantacional.
ZAP
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