sábado, 13 de agosto de 2016

DOIS SUPER-AVIÕES RUSSOS CHEGARAM ESTA MADRUGADA PARA AJUDAR NO COMBATE ÀS CHAMAS


 
Dois aviões pesados Beriev chegaram esta madrugada a Portugal vindos da Rússia, ao abrigo do protocolo de proteção civil assinado entre os dois países, disse à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna.
Os dois aviões aterraram na base aérea de Monte Real, distrito de Leiria, entre as 04h00 e as 05h00de sábado, tendo sido depois deslocados para os locais onde o comando nacional de proteção civil entender serem mais necessários no combate aos incêndios florestais.
Beriev Be-200 Altair é uma aeronave anfíbia utilizada para combate a incêndios, busca e salvamento, patrulha marítima, carga, e transporte de passageiros, tendo uma capacidade de 12 toneladas (12.000 litros) de água, ou até 72 passageiros.
O distrito de Aveiro era esta sexta-feira a zona de Portugal continental que mais meios mobilizava no combate às chamas, com mais de mil operacionais no terreno e vários meios aéreos, segundo a Proteção Civil.
Na lista de “ocorrências importantes” destacadas na página da Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (com mais de três horas e mais de 15 meios de socorro), apenas relativas ao continente, o distrito de Aveiro surge com quatro incêndios ativos.
Às 10h00, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), destacava sete incêndios ativos: quatro no distrito de Aveiro, dois em Vila Real e um em Viana do Castelo.

Marcelo diz que não houve má vontade europeia

O presidente da República acredita não ter havido má vontade europeia na resposta ao pedido de ajuda feito por Portugal para o combate aos incêndios florestais que devastam o país.
“Não penso que haja má vontade europeia em relação à solicitação portuguesa”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa depois de uma reunião com o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares.
O chefe de Estado recordou que “em curto espaço de tempo” houve respostas de Espanha, Itália, Marrocos e Rússia que deslocaram para Portugal vários meios aéreos.
“É uma resposta, que não sendo massiva, vem ajudar significante a intervenção das forças no terreno”, declarou aos jornalistas.
Na quinta-feira, em Arouca, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, mostrou-se insatisfeita com a resposta dos parceiros europeus ao pedido de ajuda de Portugal civil para fazer face aos muitos incêndios que lavram no país.
“Estava à espera de uma maior solidariedade dos parceiros europeus”, afirmou a ministra, sublinhando que Marrocos, apesar de não pertencer à União Europeia, respondeu prontamente ao pedido de auxílio.
O Presidente prometeu ainda “acompanhar muito de perto” decisões políticas que devem ser tomadas relativamente à prevenção dos incêndios e à implementação de medidas de proteção das florestas, após este período de incêndios.

Incêndios são causados por “onda terrorista”

O presidente da Liga dos Bombeiros Jaime Marta Soares considerou que há uma “onda terrorista devidamente organizada” que provoca incêndios florestais, mas julga que devia ter sido ante antecipado o pedido de ajuda de meios aéreos.
Depois de uma audiência com o Presidente da República o presidente da Liga dos Bombeiros não classifica de incompetência política o tempo em que foi feito pelo Governo o pedido de ajuda dos meios aéreos, mas admite ter sido “um erro estratégico”.
Sobre o que diz ser uma “onda terrorista” que provoca os incêndios florestais, o presidente da Liga considera impossível haver ignições de fogo com uma frente tão vasta como as que se têm verificado nestes últimos fogos na zona norte e centro do pais e Madeira.
Marta Soares lembrou que 98% dos fogos florestais têm mão humana e que desses 75% serão de origem criminosa.
O responsável da Liga espera que, depois deste período de incêndios, sejam efetivamente tomadas decisões políticas de verdadeira prevenção dos incêndios, para que se evite repetir todos os anos as mesmas discussões, sem consequências.
Uma das propostas da Liga dos Bombeiros é a criação de um observatório nacional para os incêndios florestais, que analisa as diversas questões no que respeita quer à prevenção quer ao combate aos fogos.
“Há uma negligência criminosa em não se levarem por diante projetos de reflorestação”, disse Marta Soares, como um dos exemplos do que não tem sido feito em Portugal.
ZAP / Lusa

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