sábado, 13 de agosto de 2016

CIENTISTAS CRIARAM MOTO-SERRA COM DENTES DE TUBARÃO (E NÃO É UM FILME DE TERROR)


 


Lâmina com dentes de um tubarão Bluntnose Sixgill
Uma equipa de cientistas norte-americanos resolveu criar uma moto-serra com dentes de tubarão para tentar perceber como é que estes temidos predadores caçam. Uma experiência sui generis que mais lembra uma qualquer trama cinematográfica de terror.
Com o sentido de analisar as capacidades de corte de diferentes dentes de tubarão, uma equipa de investigadores colou dentes de quatro espécies diferentes destes predadores a uma moto-serra, que testaram depois em pedaços de salmão cru.
Partiram do conhecimento de que os tubarões agarram a presa de boca aberta, depois de a caçarem, e abanam a cabeça para despedaçar o seu corpo.
Assim, criaram um mecanismo que permitiu reproduzir esse movimento em laboratório, graças ao contributo do metalúrgico Jeffrey Brash, e criaram quatro moto-serras para a experiência – uma com dentes do tubarão-albafar (Hexanchus griseus), outra com dentes do tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier), uma terceira com dentes do tubarão-galhudo (Carcharhinus plumbeus) e a quarta com dentes do tubarão-seda (C. falciformis).
No estudo publicado no jornal Royal Society Open Science, nota-se que os dentes mais afiados dos tubarões-tigre, dos tubarões-seda e dos tubarões-galhudo se desgastaram rapidamente, enquanto os dentes menos afiados dos tubarões-albafar revelaram menos desgaste com o tempo.
Exemplos das lâminas da moto-serra com dentes de tubarão.
Exemplos das lâminas da moto-serra com dentes de tubarão.
Os dentes dos tubarões-albafar “mostraram capacidades de corte mais pobres em comparação” com os outros três tipos de tubarões, “mas também não mostraram desgaste com o uso repetido”, sublinham os investigadores.
“Alguns dentes podem estar mais optimizados paracortar muito bem, mas desgastam-se depressa. E outros podem não cortar tão bem, mas não se desgastam tão depressa”, releva Stacy Farina, especialista em biologia evolutiva e de organismos na Universidade de Harvard, em declarações ao Live Science.
Farina refere desta forma, que pode haver uma espécie de compensação entre a capacidade de corte do dente e o desgaste.
A maioria dos tubarões substitui os dentes de forma bastante rápida e os investigadores acreditam que é possível que os que têm os dentes afiados, os mudem mais frequentemente. Mas esse é um assunto para posteriores investigações.
SV, ZAP

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