Mais de 150 pessoas assistiram, no passado sábado, 22 de outubro, à apresentação editorial de Logo à tarde vai estar frio, um dos mais recentes romances de António Canteiro. O livro foi entretanto galardoado com o Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, de 2015, cujo júri assinalou o “conjunto numeroso de breves capítulos, que apetece ler em voz alta”, e a “escrita simples mas bela, uma espécie de prosa eufónica, registando frases com alguma tonalidade musical e obviando a um certo sentido rítmico, como a escrita de Maria Velho da Costa e Hélia Correia”, tendo sido ainda distinguido com uma Menção Honrosa no Prémio Literário João José Cochofel – Casa da Escrita de Coimbra.
Num ambiente intimista que incluiu a atuação do Coral Caetanense e do Grupo de Fados Desassossego, de Coimbra, a apresentação esteve a cargo do escritor António Tavares, Prémio Leya de 2015, que esteve acompanhado na mesa de honra pelo autor da obra, pelo vereador da Cultura, Pedro Cardoso, e pelo presidente da Assembleia de Freguesia de S. Caetano, José Carlos de Jesus.
Sobre Logo à tarde vai estar frio, António Tavares destacou “a linguagem poética, marcada por uma certa melancolia, como traço distintivo na construção de toda a trama”, e enfatizou “a estrutura da narrativa e a complexidade das personagens como fatores que estimulam a leitura deste romance que tem tanto de interessante como de exigente”.
Por seu lado, o autor apontou “a influência do poeta António Nobre em ‘Logo à tarde vai estar frio’. O livro é de algum modo inspirado nessa figura impressionante da literatura portuguesa dos finais do século XIX, que desapareceu em 1900, com apenas 33 anos”.
António Canteiro, pseudónimo de João Carlos Costa da Cruz, nasceu em 1964, em S. Caetano. Vive atualmente em Barracão, Febres - Cantanhede. É Técnico Superior de Reinserção Social, junto dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Aveiro. Estreou-se em 2005 com o romance Parede de Adobo (que recebeu Menção Honrosa do Prémio Literário Carlos de Oliveira). O romance Ao Redor dos Muros (Gradiva) venceu o Prémio Literário Alves Redol, em 2009. O romance Largo da Capella (Gradiva) obteve a Menção Honrosa do Prémio Literário João Gaspar Simões, em 2011. Com o livro O Silêncio Solar das Manhãs (Gradiva) venceu o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, em 2013. Ainda em 2013, foi galardoado com Menção Especial do Júri, no Prémio João José Cochofel/Casa da Escrita de Coimbra, com o romance Logo À Tarde Vai Estar Frio, que acabaria por vencer, em 2015, o Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, livro que agora se dá à estampa. Em mais uma incursão pela poesia arrecada o Prémio Bocage, em 2015, com o livro Na Luz das Janelas Pestanejam as Sombras. Com o romance A Luz Vem das Pedras (ainda inédito), venceu em 2015 o Prémio Alves Redol.
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