Reformados e pensionistas concentraram-se no Largo de Camões, em Lisboa, para exigir melhores pensões e defender que o aumento de 10 euros previstos no Orçamento do Estado para 2017 contemple as reformas superiores a 628 euros.
Defendemos o aumento de todas as pensões e o aumento de 10 euros deve ser alargado ao maior número de reformados e pensionistas, porque esse aumento está previsto só para pensões até cerca de 600 euros», disse à imprensa o presidente da Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI), Casimiro Menezes.
Organizado pelo MURPI, o protesto contou com a presença de reformados e pensionistas de Lisboa, Setúbal, Beja, Santarém e Leiria, que exigiram «um aumento de pensões e reformas» e «melhores pensões e saúde».
Como é visível no seu comunicado, para o MURPI é justo haver «um aumento intercalar de todas as reformas e pensões, repondo parcelas do poder de compra perdido nos últimos anos».
Afirmam igualmente que não é aceitável «continuar a transferir milhões e milhões de euros para tapar buracos financeiros dos bancos, para pagar indevidamente às PPP (parcerias público-privadas), e continuar a não taxar as grandes fortunas». Para a Confederação seria possível concretizar um aumento mínimo de 25 euros nas pensões e dar prioridade à correção «das profundas injustiças» na distribuição do rendimento nacional que atingem os que têm como único meio de subsistência a reforma, pensão ou salário. Afirmam que seria ainda possível tomar medidas para aumentar as receitas devidas à Segurança Social pelo combate às «vultuosas perdas que resultam da fraude e evasão contributiva» e diversificar as suas fontes de financiamento.
O MURPI assinala como positiva a adoção de medidas levadas a cabo na nova solução política, como o desagravamento da sobretaxa do IRS e a sua eliminação total em 2017, a reposição dos complementos de pensões aos reformados das empresas públicas, o reforço dos cuidados de saúde primários, bem como a melhoria das condições de acesso ao Complemento Solidário para Idosos. No entanto, manifestam o «profundo repúdio» pelo magro aumento em 2016, de 0,4% nas pensões até 628 euros, que se traduziu em valores entre 98,5 cêntimos e 2,5 euros por mês e pela manutenção do congelamento de todas as outras. Os reformados, pensionistas e idosos perderam cerca de 7% do seu poder de compra desde 2010. Por isso exigem um aumento intercalar das pensões e reformas.
Dando resposta a apelos dos seus associados, a estrutura vai promover ainda iniciativas públicas no Porto, dia 28 de Outubro pelas 15h00, na Praça dos Poveiros, e em Faro, dia 29 de Outubro, pelas 15h30, no Mercado Municipal de Faro.
Estas iniciativas públicas vêm na sequência da Campanha Nacional promovida pelo MURPI desde 31 de Maio. Segundo a Confederação, «milhares de reformados que têm vindo a aderir a esta campanha desejam ir mais longe e manifestar o seu apoio ao aumento extraordinário das pensões a ser contemplado no Orçamento do Estado para 2017». Nestas iniciativas culturais e políticas será valorizada a expressão cultural das Associações de Reformados, pela actuação dos seus Grupos de Cantares e de Música, ao mesmo tempo que contam com intervenções dos dirigentes da Confederação MURPI sobre a actualidade.
AbrilAbril – Foto: Um reformado junto ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social durante um protesto promovido pelo MURPI, Lisboa, 31 de Maio de 2016 - CréditosMiguel A. Lopes / Agência LUSA
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