terça-feira, 8 de novembro de 2016

América, dia da verdade (um guia para as eleições)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do público
08 DE NOVEMBRO DE 2016
Bom dia!
As forças curdas entraram em Bashiqa, uma cidade perto de Mossul, pouco depois de os iraquianos descobrirem mais uma prova da brutalidade jihadista: uma vala comum com 100 corpos decapitados. Para já, a estratégia dos aliados parece certeira: obrigar o Daesh a dispersar forças por duas frentes.
Vamos aliviar a pressão? Aqui vai: Angelina Jolie e Brad Pitt chegaram a acordo sobre a tutela dos seus seis filhos. Segundo a imprensa britânica, será a actriz a ficar com eles.
A propósito, ou talvez não, o FMI fez um pedido aos governos e empresas: que paguem salários iguais a mulheres e homens. “É realmente bom para o crescimento, para a diversificação da economia, para reduzir a desigualdade e de um ponto de vista micro é também bom para as empresas”, explicou Christine Lagarde.
E se tiver sido descoberta uma arma nuclear, perdida desde 1950? A marinha canadiana decidiu enviar um navio para confirmar se se trata mesmo de uma bomba nuclear perdida durante os anos 1950, nos primeiros tempos da Guerra Fria. Nem de propósito, isto é revelado no dia em que temos...
Eleições na América
Isso mesmo, hoje é o dia da verdade nos EUA. Antes de irmos ao contexto, olhemos para as últimas que vêm do outro lado do Atlântico: As últimas sondagens dão vantagem a Hillary Clinton, uma vantagem que é, de resto, confortável (mas não muito confortável, porque o eleitorado branco com menos instruções reequilibrou os números, como explica aqui o Pedro Magalhães). Hillary ganhou também uma primeira (mas pequena) votação, já depois de Barack Obama e Bruce Springsteen terem dado uma ajuda final à sua campanha, in the streets of Filadelphia
Desencantada, dividida, é como a América chega às eleições. É o fim de um pesadelo, que se pode ser o início de outro, como explica o Alexandre Martins, no texto de lançamento do extenso trabalho do PÚBLICO de hoje. E o pesadelo pode começar pela economia, onde Trump e Hillary apontam para caminhos muito, muito diferentes, como explica o ensaio do economista Ricardo Cabral. Mesmo que existam alguns (raros) pontos de concórdia entre os dois. Mas arrisca-se a passar também pelo isolacionismo americano, que não é propriamente uma tentação nova - como explica muito bem a Teresa de Sousa.
Hoje, temos a atenção dos nossos colunistas completamente concentrada na decisão da América, de João Miguel Tavares a Paulo Rangel ("Do Brexit ao Amerexit"), passando pelo Miguel Esteves Cardoso ("Todos não, cada um"), por Bagão Félix ("O Day-after"), Feliciano Barreiras Duarte ("Do globalismo ao americanismo?") e pelo nosso Editorial, dedicado ao problema mais evidente desta campanha: a manipulação.
As eleições de hoje, porém, não se resumem a Hillary e Trump. Sim, na América há mais do que dois partidos (surpresa!). E também há muito mais do que uma eleição - mesmo para além das que são decisivas, para o congresso e senado.
Imaginando que queira manter-se atento ao dia D, preparámos-lhe também um guia para seguir a noite eleitoral (até onde conseguir), acrescentando já que vamos ter uma equipa preparada para, madrugada fora, o manter sempre actualizado. Ao que conta a Maria João Lopes, até os políticos portugueses vão estar de olhos presos no computador. 
Notas importantes
O pesadelo da Caixa ainda duraA PGR não exclui abrir um processocontra a actual equipa da CGD, aguardando uma decisão do TC, conta-nos o Expresso. Ontem, a direita desafiou António Costa a revelar que compromissos assumiu com António Domingues, tendo em conta o silêncio de Centeno e também o de Domingues - levando Mariana Mortágua, no JN, a acusar o PSD de tudo fazer para prejudicar a Caixa. Quanto ao presidente da Caixa, está a avaliar que condições terá para ficar no cargo, caso o tribunal o intime a entregar as declarações da polémica, confirma o Negócios de hoje. Até porque há demissões que parecem certas na sua equipa não executiva.
No Orçamento é que há boas notícias para o GovernoBruxelas decidiu deixar passar o Orçamento - e até pode desistir já da suspensão de fundos comunitários (notícia de que lhe demos conta há uma semana). Isto enquanto o PSD se prepara para salvar Costa... do PCP, impedindo um aumento das pensões mínimas. Problemas para Passos? Nem por isso: os críticos do líder não pensam nada de diferente, no que respeita ao Orçamento.
Ontem, Costa teve dia cheio com o arranque da Web Summit. O primeiro-ministro mostrou-se "muito entusiasmado", aproveitando a festa e os confetis para prometer milhões e apresentar o país como the next big thing, como diriam os nossos amigos americanos. É verdade que houve um pequeno problema no telemóvel de Cosgrave, a estrela da cimeira, também houve gente desiludida à porta, mas nem isso tirou sucesso ao dia 1, aqui revisto ao minuto
É que esta boa gente não perdia a Web Summit por nada no mundo. Porquê? Era veja este trabalho notável da Vera Moutinho e percebe logo: 3,2,1, apresentem a vossa ideia.

Outras notícias a reter
Vou ser sintético, porque já me alonguei em sugestões de leitura. Passe apenas os olhos por estes temas laborais:
E por estes outros, que vão da segurança à Saúde:
Hoje acontece
Para além das eleições na América, hoje temos 
Centeno tem, hoje mesmo, um teste importante no Parlamento Europeu, sobre as contas públicas. O ministro português vai justificar-se aos eurodeputados, com alguns ansiosos por ouvir o que ele tem a dizer sobre a dívida portuguesa. Eu cá era capaz de apostar que não dirá nada.
No Parlamento português estará o ministro da Educação, que será ouvido sobre o início do ano lectivo (com este estudo da Comissão Europeia na memória).
Mais na zona do Meo Arena, vale a pena ficar atento a estes oradores do Web Summit. Nós também por lá estaremos, para lhe contar as melhores histórias.

Só mais um minuto 

Para lhe contar o que descobriu o nosso Miguel Esteves Cardoso: "É tudo mentira: a papa de flocos de aveia é fácil de fazer e descaradamente deliciosa". Ora diga lá se não é saboroso
Lá pelo Iraque, houve quem descobrisse... uma cidade inteirada Idade do Bronze. É ao que se pode chamar uma descoberta do além.
Aqui por perto, fica não uma descoberta, mas uma sugestão: se estiver ou passar por Lisboa, vá ver este "As criadas". Diz o Gonçalo Frota que no ringue íntimo de Marco Martins o ar é irrespirável. Mas não tão irrespirável como estaria a América se esta noite ganhasse Donald Trump.
Nós por aqui estaremos, todo o dia atentos ao que se passa nos EUA, ao que se passa no mundo, ao que acontece por cá. Estaremos sempre à sua espera, com aquele sorriso que conhece. Tenha um dia feliz, tenha uma boa noite eleitoral.
Até já!
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