segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Ministério da Saúde deixa 66 mil doentes sem médico de família

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Sindicado Independente dos Médicos alerta que “difíceis” condições de trabalho levam à fuga dos médicos de família do SNS. Mais de um terço de 108 vagas ficaram por ocupar.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alerta que o concurso nacional destinado à colocação de 108 médicos de família em todo o país levou ao preenchimento de apenas 73 vagas. Com mais de um terço das vagas por ocupar, mais de 66 mil utentes ficam sem médico de família. O SIM reclama ao Ministério da Saúde medidas adequadas que permitam melhorar das condições de trabalho dos médicos de família, nomeadamente através da redução das listas de utentes.
Em comunicado, o SIM dá conta que termina hoje, 2 de janeiro, o prazo para o início de funções dos médicos de família colocados no âmbito do concurso aberto, dirigido sobretudo aos especialistas em Medicina Geral e Familiar que adquiriram o respetivo grau na segunda época de 2016. E faz o balanço: “Tratou-se de um concurso com um total de 108 vagas. No entanto, apresentaram-se ao concurso apenas 92 especialistas em Medicina Geral e Familiar. E destes só 73 optaram pela escolha de uma vaga. Os restantes desistiram do concurso ou não compareceram à escolha”.
Segundo o SIM, mais de um terço das vagas ficaram por ocupar. “De facto, 35 vagas para colocação de Médicos de Família ficaram desertas. São assim mais de 66 mil utentes que ficam sem Médico de Família”, frisa este Sindicato.
A esta fuga dos Médicos de Família do Serviço Nacional de Saúde (SNS), frisa o SIM, “não serão alheias as difíceis condições de trabalho com que são confrontados” e para as quais o SIM, e em particular a sua Comissão Nacional de Medicina Geral e Familiar, tem alertado.
O SIM explica aqui que mantém-se “o elevado número de utentes” atribuídos a cada médico de família, “a sobrecarga de trabalho, desmotivação, stress e mesmo burnout associado ao contexto de trabalho”, bem como as condições físicas e materiais do posto de trabalho que considera “desadequadas” e o aumento de processos burocráticos.
“O Ministério da Saúde tem assim causado, com a sua inação, um dano direto e visível aos utentes do SNS que se vêm privados de um médico de família, cujos especialistas procuram melhores condições de trabalho no setor privado ou fora do país”, acrescenta o SIM.
O Sindicato considera, por isso, que é urgente que o Ministério da Saúde tome as medidas adequadas para melhorar as condições de trabalho dos médicos de família. E deixa algumas sugestões: redução das listas de utentes, conclusão da negociação dos Acordos Coletivos de Empregador Público, com a consequente definição de pausas nos períodos de trabalho dos Médicos de Família, estabelecimento da duração mínima de cada consulta, horário para contactos indiretos, entre outros.
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