O caso de David Dao, expulso à força de um voo da United Airlines, gerou uma onda de críticas à atuação da companhia aérea. Outro passageiro diz ter sido ameaçado para ceder o seu lugar.
Uma semana antes de David Dao ser expulso à força de um voo da United Airlines, um caso cujas imagens foram divulgadas e se tornaram virais gerando uma onda de críticas à transportadora aérea norte-americana, um outro passageiro foi ameaçado e obrigado a ceder o seu lugar no voo entre o Havai e Los Angeles.
Geoff Fearns pagou 1300 dólares (1200 euros) por um bilhete em primeira classe e embarcou na ilha de Kauai. Já sentado no seu lugar, um funcionário da United Airlines informou-o de que tinha de sair. Perguntou porquê, ao que lhe foi respondido que havia sobrelotação na primeira classe ("overbooking", ou seja, mais bilhetes vendidos do que os lugares disponíveis).
Tal como David Dao, Geoff Fearns recusou sair do seu lugar. "Disseram-me que precisavam do lugar para alguém mais importante do que eu que apareceu à última hora", contou ao "LA Times".
"Referiram ainda que tinham uma lista de prioritários e a outra pessoa estava num nível mais alto do que eu", acrescentou, apesar de ter um bilhete de primeira classe e ser um passageiro frequente.
"Percebo que possam impedir pessoas de embarcar porque o voo já está cheio, mas não me disseram nada no momento do embarque. Eu já estava sentado. E depois disseram-me que não tinha alternativa, que me tiravam à força se fosse preciso", criticou.
A "alternativa" que a United Airlines apresentou foi viajar em classe económica, num banco do meio, entre um casal que recusava viajar sentado ao lado um do outro e que discutiu durante as seis horas de voo.
Após falar com o seu advogado, Geoff Fearns solicitou à United o reembolso do valor pago pelo bilhete em primeira classe e 25 mil euros de compensação em prol de uma instituição de solidariedade. A companhia aérea enviou um email a Geoff Fearns a lamentar a experiência desagradável da viagem, mas sem qualquer compensação ou reembolso. Só uma semana mais tarde, se mostrou disponível para reembolsar o cliente com a diferença de valor entre o bilhete pago em primeira classe e o valor da classe económica em que viajou e um crédito de 660 dólares (cerca de 620 euros) para usar no próximo voo na empresa.
Geoff Fearns diz estar a ponderar avançar com uma queixa na Justiça, mas já tomou a decisão de não voltar a viajar com a United Airlines.
Antes da expulsão de David Dao se tornar mediática, a United Airlines já tinha sido muito criticada por ter impedido duas jovens de entrarem num voo por estarem a usar "leggings", vestuário considerado "inapropriado".
Fonte: JN
Nenhum comentário:
Postar um comentário