O Município de Cantanhede obteve em 2016 um valor recorde de 6.463.824 euros de poupança, o que, traduzindo a libertação desse montante na receita corrente para o financiamento de despesas de capital (investimento), “releva o efetivo controlo orçamental da despesa”. Este é um dos aspetos destacados pelo presidente da Câmara Municipal, João Moura, no texto introdutório do relatório de gestão aprovado na reunião camarária de ontem, 11 de abril, com cinco votos a favor e duas abstenções.
Segundo o autarca, a poupança superou a do exercício anterior em 4,9%, “o que não pode deixar de ser valorizado, tanto mais que o Município procedeu de novo ao pagamento da totalidade das faturas recebidas até 31 de dezembro de 2016, opção bem reveladora de uma disponibilidade de tesouraria muito favorável e que de resto explica os 28 dias de prazo médio de pagamento a fornecedores”.
Por outro lado, o líder do executivo camarário cantanhedense enfatiza o facto de, pelo quarto ano consecutivo, se ter registado “uma redução da dívida, quer a de curto prazo, em 373.224 euros, equivalendo a um decréscimo de 7,3%, quer sobretudo a de médio e longo prazo, que registou um decréscimo de 3.849.679 euros, o que, representando uma diminuição de 19,7% relativamente ao exercício anterior, espelha bem a dimensão do esforço de consolidação financeira realizado pela autarquia”.
Sublinhando “a importância da diminuição do passivo em 4.098.855,36 euros e a variação positiva dos fundos próprios, que tiveram um acréscimo de 802.236,44 euros”, João Moura destaca os resultados líquidos do exercício, que ascenderam a 1.138.520 euros, e o saldo de gerência transitado para 2017, que se cifrou em 853.536 euros,“concorrendo também para a consolidação das contas do Município”.
Numa apreciação geral ao relatório de gestão de 2016, presidente da Câmara Municipal considera os resultados francamente positivos, “tanto mais que foram obtidos num contexto em que foi necessário continuar a contrariar os efeitos da conjuntura económica desfavorável e também as dificuldades decorrentes dos crescentes encargos inerentes ao aumento de competências transferidas pela Administração Central”. Por outro lado, refere o autarca, “ainda que seja percetível nas contas o facto de o exercício em apreço ter correspondido a um período de transição entre quadros comunitários, o que, naturalmente, reverteu numa menor entrada de verbas provenientes da União Europeia, o Município de Cantanhede evidenciou mais uma vez assinalável capacidade na otimização e rentabilização dos recursos, através de um desempenho consubstanciado no reforço da sustentabilidade das opções que têm pautado a atividade camarária”.
João Moura lembra ainda “o conjunto de obras com financiamento da União Europeia já contratualizado no âmbito do quadro comunitário Portugal 2020” e manifesta “a intenção do executivo camarário em continuar a tirar o melhor partido possível das oportunidades de financiamento que se abrem a esse nível, o que pressupõecapacidade financeira da autarquia para assegurar a sua quota-parte nos investimentos comparticipados. Segundo o autarca, “a leitura da situação económico-financeira que transparece do relatório de gestão de 2016 permite perspetivar com confiança os novos desafios que se avizinham”.
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