Primeiro foi na Praça do Visconde. Depois, no Salão Nobre da Câmara de Mira... Em ambos os locais, os Cem anos do Edifício dos Paços do Concelho de Mira ficaram marcados indelevelmente pela importante recordação desta data e pela preservação da memória coletiva deste que é um dos locais mais emblemáticos (pois, claro!) de todo o Município mirense.
As presenças em palco do Rancho Folclórico de Portomar e da Filarmónica Ressurreição de Mira deram um colorido diferente a uma celebração, por si só, digna de registo. Importantes peças do puzzle artístico-cultural local, regional e até mesmo nacional, estas coletividades da localidade foram os anfitriões do que aconteceria a seguir, já numa fase bem mais formal das comemorações.
Oriana Maria Páscoa Dias foi a apresentadora, a speaker de serviço que, em rápidas pinceladas, deu o mote às palavras de Manuel Miranda. Secundando a este interveniente, Raul Almeida também falou a uma assistência que lotou por completo o Salão Nobre da Câmara.
O historiador Manuel Miranda fez uma completa resenha descritiva desde os anos finais do século XIX até aos tempos da inauguração oficial deste nobre espaço, classificando a construção do edifício como "um passo deveras arriscado e audacioso, devido à crise que se vivia na época em causa" . Deixou também a informação de que as obras conclusivas foram acontecendo mesmo após a entrega das chaves por parte do empreiteiro. Foram anos de idas e vindas num percurso acidentado com a desvalorização do Escudo, a moeda da época...
Raul Almeida preferiu, no seu discurso, centrar-se nos dias de hoje. Focou a sua intervenção na constatação de que as obras que urgem ser feitas atualmente, "não demorem tanto", como as que aconteceram há um século!
Sendo duro nas palavras, porque as verdades são sempre duras de serem entendidas e aceites, o autarca assumiu que o edifício, atualmente, "não têm condições", tendo sido necessário proceder a transferência de alguns serviços camarários para o Mira Center. Mais a frente, garantiu que apresentará "ainda este ano" um projeto para que as obras emergentes de intervenção, orçadas entre 400 a 500 mil euros, possam acontecer, pretendendo utilizar Fundos Comunitários para o efeito.
Esta é a realidade atual do Edifício onde acontecem, todos os dias, os mais importantes passos político-económicos que regem os destinos de Mira. De lá saem muitas das ideias e todas as diretrizes necessárias para o bom funcionamento dos serviços municipais que, no fundo, acabam por tocar a todos os que residem no Concelho. Independentemente das cores partidárias que estejam à frente do dia-a-dia municipal, é daquele belo espaço (mas, nem por isso, necessitado de uma requalificação das suas fundações) que saem as normas que vão procurando alçar Mira para outros patamares em toda a Região Centro...
Francisco Ferra
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