quarta-feira, 17 de maio de 2017

Mais uma bomba em Washignton// Três problemas por resolver// E Cannes, que arranca hoje

P
 
 
Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
Mais uma bomba em Washington: o ex-director do FBI deixou escritos vários memorandos, feitos à medida que Donald Trump o ia pressionando a deixar cair a investigação às ligações russas da actual Administração. O primeiro desses documentos foi revelado noite fora pelo The New York Times e já levou o presidente da comissão de investigação, no Congresso, a exigir toda a documentação referente a conversas de Comey com Trump. A CNN já fez o título em que muita gente está a pensar: por que é que a Administração Trump pode não sobreviver a estes documentos: chama-se obstrução à Justiça - e pode levar ao impeachment.
Entretanto, na Casa BrancaTrump recebeu o presidente turco com uma promessa: "Precisamos da ajuda de todos os países para lutar contra o terrorismo". E passou o resto do dia (até à notícia do NYT) a defender a entrega de segredos militares ao amigo russo. Como diz o Alexandre Martins, se a Rússia não vai aos segredos, os segredos vão à Rússia - com dedicatória de Trump.
Uma acusação feita à Rússia (ou para dentro dela): três organizações francesas formalizaram uma queixa no Tribunal Penal Internacional, para que este investigue "a onda de perseguições" a homossexuais na Tchetchénia. As descrições que os activistas fazem são aterradoras.
Em Espanha, está em curso uma OPA ao Banco Popular, com o Santander e o Bankia interessados numa compra. A ser assim, volta a acelerar-se o processo de fusão bancária em curso na Península. Uma operação para seguir com atenção, do lado de cá da fronteira.
E por cá? A última novidade é que Bruno de Carvalho decidiu sair do Facebook. Por mim, nada contra.

As notícias do dia

Um problema para resolvermos: Portugal é um dos cinco países com mais adolescentes obesos - e estagnou no combate a esta doença. O consumo de vegetais é insuficiente e o de fruta caiu muito nos últimos 12 anos. A Romana traça aqui o quadro geral, anota a falta de prática desportiva das raparigas e ainda dá um empurrão para começar a recuperar a forma. O que não era mau era que o SNS ajudasse.
Mais um na lista: houve 179 queixas de discriminação contra pessoas LGBT no ano passado. São 179 casos a mais. Este fim-de-semana, a luta  chegará aos campos de basquetebol e râguebi.
Outro problema pendente, revelado pela nossa manchete do diaos portugueses estão a falhar mais pagamentos dos cartões de crédito - e os bancos a quebrar mais regras também. A Rosa Soares deixa o alerta, mostrando que as boas notícias não significam uma chegada ao paraíso e que ainda há muito caminho a fazer.
Aqui vai mais um: o Montepio está sob pressão para mostrar a emenda às suas contas. O problema é, ainda, o negócio das minas de Aljustrel.
Pondo as coisas em perspectiva: há seis anos estava a troika a entrar no país. O regresso à normalidade não tem sido fácil - mas lá se vai cumprindo, como mostram estes seis gráficos do Sérgio Aníbal. A boa notícia é esta: a força da economia vai ajudar-nos a sair da linha vermelha (leia-se, do Procedimento de Défice Excessivo). E não deve tardar nada.
Na política, anote só estes tópicos: Maria Luís a admitir um erro de Paulo Núncio - e a criticar uma solução deste Governo para a banca; o PSD/Lisboa em guerra com Passosuma parte do CDS incomodada com Cristaso Bloco a pedir o triplo a Centeno para 2018; um ministro feliz com Salvador Sobral; e a tentar descansar a oposição relativamente a Almaraz (apesar disto).
Falando do Presidente, anote esta entrevista que fizemos a Manuel Braga da Cruz, o ex-reitor da Católica que lançou um livro sobre uma reforma do sistema político: "Ainda faz sentido a eleição directa do Presidente?".

Cannes e algo mais 

1. O festival abre hoje com Les Fantômes d’IsmaelÉ francês, é filme de autor e dá estrelas à passerelle — é “filme Cannes”, é um antigo amor, descreve o Vasco Câmara, que já lá anda para nos contar tudo ao detalhe. Tudo, também, sobre os quatro filmes portugueses que lá vão passar, fora do concurso oficial. Coisa menor? Não. O Vasco fala-nos aqui de Fábrica do Nada, que ele descreve como "um grande filme instável, entre o ensaio e o musical, que não deixa de procurar a sua utopia". O título é este: "Não há redenção à vista. Vamos cantar?". Mas há mais três portugueses para espreitar: o Alentejo no coração, uma aldeia ao fundo e o coelho fetichista
2. A ARCOlisboa vai ter algo de insólito, diz-nos a Isabel Salema, no dia em que se faz a pré-inauguração. É que não param de abrir galerias em Lisboa e a feira promete um novo programa para integrar esta dinâmica. A organização promete isto: "Vai ser mais divertido". É ao que se chama um bom princípio.
3. Uma grande máquina de raios-x está a tentar unir o Médio Oriente. Será possível? A máquina já lá está, conta a Teresa Serafim. Instalado perto da capital da Jordânia, o primeiro acelerador internacional de partículas do Médio Oriente junta países como Israel e o Irão. Será a ciência a unir o que a fé separou?
4. Por cá, vai ser aberta a porta do farol da finisterra. É o ponto mais ocidental da Europa continental e, nele, um farol continua a desempenhar a missão de dar segurança no mar, que se cumpre desde 1772. O espaço - que a São José Almeida visitou - vai ser aberto a todos. Que tal a primeira vista?

A agenda do dia
  • O Parlamento discute as alterações ao voto antecipado, as negociações sobre as Lajes e medidas contra o terrorismo;
  • Paulo Núncio volta ao Parlamento, para falar do caso das offshore;
  • Vieira da Silva também vai à Assembleiapara falar da situação do Montepio;
  • A Fenprof promove um Dia Nacional de Luta de Professores.
  • Começa, o Festival de Cannes e a ARCOlisboa (mas disso já falámos aqui).

Só mais um minuto...

Porque queria que conhecesse os irmãos KimpAos 14 e 11 anos, um terminou a universidade e o outro vai começar. Sim, são rapazes especiais. Mas, acrescenta a mãe deles, “isso é apenas uma parte daquilo que eles são”. Que bom que é ouvir isso, hoje em dia.
E estas famílias? O que é que as une tanto? As fotografias dão-nos umas pistas bonitas de ver, mas a minha resposta preferida é esta: os sorrisos.
De resto, hoje fixei-me num quadro que mostra este curto vídeo: "Then, why worry?". Ora veja, demora só uns segundos - e pode ser que ajude ao dia. Vamos a ele? 
Dia bom, dia produtivo.
Até já!
 

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