Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião
1. Confesso que algumas reações ao encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos já não me surpreendem. Mas isso não impede que me continuem a indignar...
Falo, em particular, de deputados do PSD e do CDS (mas também do PS!) que escrevem perguntas ao Governo sobre a situação, que clamam contra este encerramento pelos "prejuízos" que vai causar a populações "desfavorecidas" e que não se inibem de participar em manifestações e protestos das populações. Mas esses são os mesmos deputados (ou, pelo menos, são deputados dos mesmos partidos) que, há muito pouco tempo, defenderam e implementaram (com base em critérios de "racionalidade" económica e técnica - número de partos, número de julgamentos, número de eleitores) o encerramento de maternidades e de tribunais e a fusão de centenas de freguesias. Dir-me-ão que não é a mesma coisa falar deste tipo de equipamentos ou de delegações da CGD. Concedo, embora a essência seja a mesma. Mas, para não chocar tanto algumas consciências mais sensíveis, utilizo outro exemplo: o dos CTT, que eram uma empresa pública e que encerrou diversos postos de atendimento, marcos de correio e mesmo estações por todo o país! Num processo que visou, em primeiro lugar, tornar ainda mais apetecível o negócio da privatização dos CTT. Que, curiosamente, hoje se oferecem para, nos locais onde são encerrados os balcões da CGD, as respetivas atividades poderem ser desempenhadas pelos balcões dos CTT (que, agora, até têm um banco com o mesmo nome...). Onde estavam, na altura, as senhoras e os senhores deputados do PSD e do CDS (e também do PS!)? A defender esse encerramento...
Por isso, sendo justo lutar contra o encerramento dos balcões da CGD, peço a estes senhores e senhoras deputadas para terem vergonha e não fazerem da hipocrisia a sua forma de atuação política.
2. A telenovela mexicana em que se transformou o divórcio entre Rui Moreira e Pizarro (em que, como em qualquer separação litigiosa, cada um tenta assumir o papel de vítima...), ganhou dois novos protagonistas: Juca Magalhães e Marques Mendes. Disse este, no seu espaço de comentário televisivo que o primeiro foi sondado pelo PS para ser candidato à presidência da Câmara do Porto. Juca Magalhães quebrou alguns dias depois o silêncio dizendo que tinha recebido um SMS, de que desconhecia a proveniência (o que é totalmente diferente de dizer que não queria indicar o emissário!) a "sondá-lo" para esse efeito... Fica mal Juca Magalhães (será que, como jornalista, faria uma notícia baseada num SMS anónimo?). Mas, na minha cabeça, não deixei de "juntar as pontas". E se foi Marques Mendes que enviou o SMS anónimo para Juca Magalhães, o que lhe permitiu "brilhar" no seu espaço televisivo com esse "facto" verdadeiramente em primeira mão?! Como diria o boneco Marques Pentes no saudoso Contra Informação: ganda noia!...
* Engenheiro
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