Valioso, é como definimos este Expresso Curto de Miguel Cadete. Ele atira-se aos impostos e refere o tal aumento brutal de impostos do Gaspar para fazer notar a transformação da “perspetiva dos contribuintes” e o “grau de exigência” que têm em relação ao Estado. Que não há estatísticas e tal… Pois, como diz o MM.
Vai dizer-se aqui: É tudo muito bonitinho mas é facto que os portugueses continuam com a habitual sensação de que estão a ser roubados por bandos de salafrários instalados na política e suas ilhargas, por banqueiros perversos e empresários do mesmo jaez… O Zé Povinho o que pensa é que as moscas mudaram (alguma coisa) mas que a trampa é a mesma. Pois é, “mister” Cadete, talvez isto não se aprenda nas universidades, mas é simples se frequentarem a “escola prática do povo”, dos que constroem e produzem, que se estafam para receber coices e salários de miséria. Ah, mas os Cadetes deste país e deste mundo disso nada sabem. Nem querem saber. Botam palavras e lá vai disto. E a culpa não é dos Cadetes, nem dos Passos, nem dos Cavacos, nem de outros doutos. A culpa vai inteirinha para os povos que permitem este estado de parasitismo de fazer cabeças. De impingir marasmo, alheamento, consentimento, acomodação, paz podre. Isso até se aprende nos folhetins do Mau-Mau sobre ação-psicologica de cordel dos anos passados a estudarem como deviam controlar os trouxas para os roubarem, para lhes roubarem a dignidade, direitos, liberdades e garantias. Deixamos que nos ponham de cu ao léu e nos besuntem com óleo de linhaça (mais barato) em vez de vaselina… E depois dói. Ora vejam lá como Passos/Portas/Cavaco nos rebentou violentamente. Doeu e ainda dói. Há até os que ainda nem se conseguem sentar numa cadeira de lá de casa… Porque não têm cadeira, não têm casa. Nada. Perderam tudo. Foi tudo roubado para alimentar os banqueiros, os bancos, os ladrões do costume. Está a ser uma grande negociata. O Costa só está a meter água na fervura e isso até interessa aos Passos e quejandos, não vá o Zé Povinho inspirar a mostarda pelo nariz e linchá-los. Credo. Nem tanto ao mar… nem tanto à terra que os há-de comer depois de tantas práticas comprovadas no banditismo político e económico, entre outras práticas coletivamente nocivas…
Basta por agora. A conversa vai sempre dar ao mesmo. Sobre Portugal e os Arredores. Já causa náuseas. Leiam o senhor Cadete, sobre esses tais políticos e sobre o resto… Vale a pena e a alma é grande.
Bom dia, se conseguirem esmiuçar um dia bom.
CT | PG
Os políticos também têm que fazer um reajustamento
Miguel Cadete | Expresso (Curto)
A troika não mudou tudo mas ajudou a que muitas coisas se alterassem na sociedade portuguesa. O aumento brutal de impostos anunciado por Vítor Gaspar em outubro de 2012 e a, por vezes, desproporcionalidade bélica da Autoridade Tributária desde então até aos dias de hoje transformou a perspectiva dos contribuintes.
Não há estatísticas que o comprovem mas o grau de exigência dos contribuintes relativamente ao Estado é certamente maior do que aquele que existia antes do “plano de reajustamento”. A indisputável maior eficácia da máquina fiscal exige, em contrapartida, que o Estado português cumpra, também ele, as suas obrigações. Não é exatamente o que está a suceder, ficando por vezes claro que o Estado, e os políticos que servem o Estado, ainda não fizeram o seu “reajustamento”.
No noticiário, há sinais disso mesmo todos os dias. Ontem, aos três ex-secretários de Estado que se demitiram por terem ir ver jogos de futebol a expensas da Galp, foi fixada a medida de coação conhecida por termo de identidade e residência, após terem sido ouvidos pelo DCIAP.
O caso, sintomático dos benefícios auferidos por titulares de cargos públicos que não chegam ao resto da população, alastrou do Governo para a Assembleia da República. Ainda ontem, foi também aprovado o levantamento da imunidade parlamentar ao deputado do PSD Cristóvão Norte, precisamente pelas mesmas razões.
O Ministério Público também abriu um inquérito para investigar o furto de equipamento militar em Tancos. O Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Pina Monteiro, será ouvido no Parlamento, pela comissão de Defesa, na próxima terça-feira, e chegará a vez do ministro Azeredo Lopes lá para setembro.
Este CEMFA foi o mesmo que disse ter sofrido um “murro no estômago” quando conheceu a notícia do roubo do armamento militar. Também o Chefe do Estado Maior do Exército, Rovisco Duarte, disse que se sentiu “humilhado” pela vulnerabilidade dos paióis.
Não há estatísticas que o comprovem mas o grau de exigência dos contribuintes relativamente ao Estado é certamente maior do que aquele que existia antes do “plano de reajustamento”. A indisputável maior eficácia da máquina fiscal exige, em contrapartida, que o Estado português cumpra, também ele, as suas obrigações. Não é exatamente o que está a suceder, ficando por vezes claro que o Estado, e os políticos que servem o Estado, ainda não fizeram o seu “reajustamento”.
No noticiário, há sinais disso mesmo todos os dias. Ontem, aos três ex-secretários de Estado que se demitiram por terem ir ver jogos de futebol a expensas da Galp, foi fixada a medida de coação conhecida por termo de identidade e residência, após terem sido ouvidos pelo DCIAP.
O caso, sintomático dos benefícios auferidos por titulares de cargos públicos que não chegam ao resto da população, alastrou do Governo para a Assembleia da República. Ainda ontem, foi também aprovado o levantamento da imunidade parlamentar ao deputado do PSD Cristóvão Norte, precisamente pelas mesmas razões.
O Ministério Público também abriu um inquérito para investigar o furto de equipamento militar em Tancos. O Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Pina Monteiro, será ouvido no Parlamento, pela comissão de Defesa, na próxima terça-feira, e chegará a vez do ministro Azeredo Lopes lá para setembro.
Este CEMFA foi o mesmo que disse ter sofrido um “murro no estômago” quando conheceu a notícia do roubo do armamento militar. Também o Chefe do Estado Maior do Exército, Rovisco Duarte, disse que se sentiu “humilhado” pela vulnerabilidade dos paióis.
Porém, o acontecimento seria desvalorizado depois da estupefação inicial provocada pela notícia. Há dois dias, os cinco coronéis exonerados voltaram às suas funções e soube-se que o material era em grande parte “sucata” ou estava fora do prazo de validade. Os paióis de Tancos vão ser desmantelados e transitarão para Santa Margarida, um local “com maior segurança, de maior modernidade e de maior capacidade”, garantiu o ministro da Defesa na terça-feira.
Ainda antes de Tancos aconteceu o incêndio de Pedrógão Grande, fez agora um mês, e onde morreram 64 pessoas. Ontem, o parlamento aprovou legislação no sentido de reordenar a floresta. A redução faseada da área ocupada por eucaliptos foi aprovada mas a criação de um banco nacional de terras para onde reverteriam os terrenos que não são cuidados pelos seus proprietários foi chumbada pelo CDS, PSD e PCP.
Mais surpreendente, também por não terem sido dadas respostas ao que aconteceu: no “Jornal de Notícias” escreve-se na primeira página que os bombeiros estão descontentes coma Lei da Rolha entretanto instaurada pela Proteção Civil, isto é, Ministério da Administração Interna. O SIRESP voltou a falhar, desta vez, no incêndio de Gouveia.
O Parlamento também não se entendeu quanto a um voto de pesar pela morte de Américo Amorim, o industrial da cortiça que liderava a lista dos mais ricos de Portugal e o único português a entrar no ranking dos 500 mais da Forbes . PCP e Bloco de Esquerda votaram contra mas o voto foi aprovado.
Chumbado foi o relatório da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Faltaram dois deputados do PS, o que deu a maioria na votação nominal ao PSD e CDS. O BE, entretanto, decidiu entregar as suas próprias conclusões ao Ministério Público. “Doze meses de trabalho não podem ficar sem consequências”, disse o deputado Moisés Ferreira. Cerca de cinco mil milhões de perdas pagas pelos contribuintes também não.
Ainda antes de Tancos aconteceu o incêndio de Pedrógão Grande, fez agora um mês, e onde morreram 64 pessoas. Ontem, o parlamento aprovou legislação no sentido de reordenar a floresta. A redução faseada da área ocupada por eucaliptos foi aprovada mas a criação de um banco nacional de terras para onde reverteriam os terrenos que não são cuidados pelos seus proprietários foi chumbada pelo CDS, PSD e PCP.
Mais surpreendente, também por não terem sido dadas respostas ao que aconteceu: no “Jornal de Notícias” escreve-se na primeira página que os bombeiros estão descontentes coma Lei da Rolha entretanto instaurada pela Proteção Civil, isto é, Ministério da Administração Interna. O SIRESP voltou a falhar, desta vez, no incêndio de Gouveia.
O Parlamento também não se entendeu quanto a um voto de pesar pela morte de Américo Amorim, o industrial da cortiça que liderava a lista dos mais ricos de Portugal e o único português a entrar no ranking dos 500 mais da Forbes . PCP e Bloco de Esquerda votaram contra mas o voto foi aprovado.
Chumbado foi o relatório da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Faltaram dois deputados do PS, o que deu a maioria na votação nominal ao PSD e CDS. O BE, entretanto, decidiu entregar as suas próprias conclusões ao Ministério Público. “Doze meses de trabalho não podem ficar sem consequências”, disse o deputado Moisés Ferreira. Cerca de cinco mil milhões de perdas pagas pelos contribuintes também não.
OUTRAS NOTÍCIAS
Portugal é o país mais afetado pela redução de compra de dívida por parte do Banco Central Europeu. Relativamente ao primeiro semestre de 2016, as compras caíram 55,4%. Ou seja, menos 3,5 mil milhões de euros. Li a notícia no “Dinheiro Vivo”.
“PT mantém estratégia salarial que os tribunais têm condenado”, lê-se na manchete do “Público”. Empresa evita pagar complementos remuneratórios o que tem levado a dezenas de queixas por parte dos trabalhadores.
Claúdia Goya, que estava na Microsoft, soube-se anteontem, será a presidente executiva da MEO.
Na revista “Visão” que chegou hoje às bancas pode ler um bem informado perfil de Patrick Drahi, o líder da Altice que comprou a TVI. Drahi, conhecido por pagar o menos possível aos seus colaboradores, tem origens judias. No final de 2016 provou ser descendente de três famílias oriundas de Portugal e por isso já tem passaporte português.
“Compra de manuais em lotes ameaça pequenos livreiros” é a manchete do “Diário de Notícias”. Escolas estão a optar pela compra dos manuais escolares do 1º ciclo em grandes lotes, por atacado e com desconto, prejudicando os pequenos comerciantes.
No que respeita ao ensino secundário, a Comissão do Livro Escolar de Editores e Livreiros andou a fazer contas e chegou à conclusão que para o próximo ano letivo os livros custam, em média, 174 euros. No 11º ano ainda é mais caro: 196 euros por seis manuais escolares.
Frederico Morais, o surfista português que anda no meio dos maiores do mundo, qualificou-se, já esta manhã, para a final do Corona Open J-Bay, na África do Sul. Desta vez, a vítima foi o brasileiro Gabriel Medina. Momento histórico e inédito no surf português.
Sardinhas em baixa. O Conselho Internacional para a Exploração do Mar recomenda que se suspenda a pesca da sardinha durante 15 anos. Só assim se poderá repor os debilitados stocks.
Há 15 localidades no Alentejo que, devido à seca, viram a utilização de água ser restringida. Em Alcácer do Sal, Aljustrel, Alvito, Ferreira do Alentejo, Grândola, Santiago do Cacém, Sines, Viana do Alentejo, Almodôvar, Castro Verde, Redondo, Alandroal, Arraiolos, Arronches e Borba não vai ser possível lavar o carro ou encher piscina. Mais: os peixes das barragens do Divor e Pego do Altar podem ter que ser transferidos.
Casinos em alta. Segundo o “Jornal de Negócios”, a legalização do jogo online não prejudicou a faturação dos casinos físicos. No primeiro semestre, estes cresceram 15%.
Na apresentação da sua campanha, a candidata pelo PSD à Câmara de Lisboa, Teresa Leal Coelho assumiu que a primeira escolha do partido era Pedro Santana Lopes. Leonor Beleza será, porém, a presidente da comissão de honra, diz o “i”.
FRASES
“Vejo vídeos de hóquei em patins, andebol, basquete e tento fazer o mesmo com os pés”. Ricardinho, jogador de Futsal, ao jornal “i”
“O Sporting tem passarinhos na estrutura”. Octávio Machadoem “A Bola”
“Em 2013 fomos copiosamente derrotados. E Passos continuou”. Hugo Soares, novo líder da bancada parlamentar do PSD, no “Público”
“Lei a mais pode retrair alojamento local”. Henrique Moser, especialista em direito imobiliário, no “Negócios”
“Vejo vídeos de hóquei em patins, andebol, basquete e tento fazer o mesmo com os pés”. Ricardinho, jogador de Futsal, ao jornal “i”
“O Sporting tem passarinhos na estrutura”. Octávio Machadoem “A Bola”
“Em 2013 fomos copiosamente derrotados. E Passos continuou”. Hugo Soares, novo líder da bancada parlamentar do PSD, no “Público”
“Lei a mais pode retrair alojamento local”. Henrique Moser, especialista em direito imobiliário, no “Negócios”
O QUE ANDO A LER
Esta semana ando a ler revistas que comprei na Under the Cover. Esta loja, que conheci através de um texto publicado no blogue Máquina de Escrever, do Nuno Galopim, é especializada em revistas. Não em quaisquer revistas mas em revistas que se podem dizer especiais e dedicadas a temas menos generalistas como a arte, design, arquitectura, moda, literatura, fotografia e por aí fora.
Apesar de só ter conhecido esta loja de revista há duas semanas, ela já abriu no final de 2015. As suas instalações ficam perto da Fundação Calouste Gulbenkian, na Avenida Marquês Sá da Bandeira 88, mas a verdade é que nem sequer meti lá os pés. O site, pelo menos nesta primeira abordagem, foi de grande eficáciae serve também como uma excelente montra das revistas disponíveis.
Foi através da loja online que adquiri os números 10 e 11 da revista Gather. A Gather é uma revista que não se parece com nenhuma outra. Pode dizer-se que é de gastronomia mas a descrição peca por redundância. Porquê? porque ao contrário do habitual não se trata de uma revista de receitas, glossy, e cheia de sugestões consumistas.
Pelo contrário, há uma pouco escondida pretensão intelectualque percorre todas as cercas de 120 páginas de cada número (que custa €22,9). O 10º tomo é dedicado aos sete pecados mortaise todas as receitas são ordenadas de acordo com cada um dos pecados. Mais do que isso, as produções fotográficas são muito fora do comum e respeitam o conceito, escapando ao ar minimalista e pseudo rural que hoje é timbre nas publicações que se dedicam ao assunto.
Ainda não pus os olhos no último número, o 11º, que foi publicado debaixo do guarda-chuva temático Heroínas – Mulheres e Arte. Mas sei que vou aprender muitas. Repito-me: civilização = arte + gastronomia. É preciso alimentar o espírito. E o corpo também. Bom apetite!
Esta semana ando a ler revistas que comprei na Under the Cover. Esta loja, que conheci através de um texto publicado no blogue Máquina de Escrever, do Nuno Galopim, é especializada em revistas. Não em quaisquer revistas mas em revistas que se podem dizer especiais e dedicadas a temas menos generalistas como a arte, design, arquitectura, moda, literatura, fotografia e por aí fora.
Apesar de só ter conhecido esta loja de revista há duas semanas, ela já abriu no final de 2015. As suas instalações ficam perto da Fundação Calouste Gulbenkian, na Avenida Marquês Sá da Bandeira 88, mas a verdade é que nem sequer meti lá os pés. O site, pelo menos nesta primeira abordagem, foi de grande eficáciae serve também como uma excelente montra das revistas disponíveis.
Foi através da loja online que adquiri os números 10 e 11 da revista Gather. A Gather é uma revista que não se parece com nenhuma outra. Pode dizer-se que é de gastronomia mas a descrição peca por redundância. Porquê? porque ao contrário do habitual não se trata de uma revista de receitas, glossy, e cheia de sugestões consumistas.
Pelo contrário, há uma pouco escondida pretensão intelectualque percorre todas as cercas de 120 páginas de cada número (que custa €22,9). O 10º tomo é dedicado aos sete pecados mortaise todas as receitas são ordenadas de acordo com cada um dos pecados. Mais do que isso, as produções fotográficas são muito fora do comum e respeitam o conceito, escapando ao ar minimalista e pseudo rural que hoje é timbre nas publicações que se dedicam ao assunto.
Ainda não pus os olhos no último número, o 11º, que foi publicado debaixo do guarda-chuva temático Heroínas – Mulheres e Arte. Mas sei que vou aprender muitas. Repito-me: civilização = arte + gastronomia. É preciso alimentar o espírito. E o corpo também. Bom apetite!
Por hoje é tudo. Amanhã estará por aqui Ricardo Costa, certamente munido de outra visão da história da música portuguesa, para servir mais um Expresso Curto. Acompanhe toda a atualidade no Expresso Online. Logo mais, lá pelas 18 horas, chega o Expresso Diário.
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