O terrorismo tem mil caras além do Daesh e do ocidente
Mário Motta, Lisboa
As ações terroristas destes últimos dois dias na Europa causaram pelo menos 16 mortos e cerca de 140 feridos. 14 em Barcelona e 2 em Turku, na Finlândia faleceram. Teme-se que dos feridos ainda alguns possam falecer devido aos seus estados críticos. Dos mortos em Barcelona há duas mulheres portuguesas a registar. Eram familiares que passeavam em La Rambla e tinham acabado de chegar para uma estadia turística. Avó e neta, com 74 e 20 anos, respetivamente.
Estes ataques terroristas de desvairados radicais já atingiram fisicamente imensos elementos dos povos europeus e psicologicamente afetaram muitos milhares deles. O autor é o Isis ou Daesh, que reivindica as ações cobardes como se fossem verdadeiras vitórias contra “os infiéis”. Um asco de mentalidades criminosas a coberto de uma espécie de bíblia sebenta e deturpada que nada tem que ver com o corão (de acordo com os entendidos) nem convicções de religiosidades. O que se vê é um ódio exacerbado e injustificado contra gente de povos que só querem viver em paz e à sua maneira. São gentes inocentes longe das responsabilidades dos que decidem fazer do Médio Oriente um campo de guerra, de morticínio de também inocentes que perecem sobre o pretexto e alegações de altos responsáveis ocidentais, civis e militares, políticos e da alta finança que classificam as mortandades naquele campo de guerra sem quartel de “danos colaterais” e não de terrorismo puro e duro sob formas sofisticadas nos armamentos usados.
Perante tais comprovadas responsabilidades dos ocidentais que decidem as matanças no Médio Oriente o Isis, o Daesh (que faz o mesmo), toma por inimigos gentes de povos pacíficos e abate-os, estropia-os, aterroriza-os, em vez de procurar atingir os verdadeiros inimigos, os altos responsáveis ocidentais que pululam nos EUA, no Reino Unido, na Alemanha ou em França, por exemplo. Principais potências que no Médio Oriente causam ocupações, guerras, mortandades. Existem esses altos responsáveis, bem guardados, protegidos por exércitos, protegidos pela alta-finança a quem servem, e são esses os inimigos dos povos do Médio Oriente e de outras zonas do mundo.
São exatamente esses, um por um, que devem ser afrontados pelas suas decisões e responsabilidades nos atos criminosos contra as populações e interesses de propriedade dos países do Médio Oriente. São esses, e só esses, que devem ser julgados pelas leis dos países e povos que afetam. Não um qualquer cidadão europeu ou de outras regiões do mundo, incluindo os EUA, que em nada tem responsabilidades sobre o que políticos, alta finança e generais decidem criminosamente contra os povos, as soberanias legítimas e os interesses capitais de petróleo e outros bens do subsolo ou geoestratégicos.
Disse o rei de Espanha que “não temos medo, não teremos medo” (do terrorismo). Muitos outros altos responsáveis o dizem. Pois claro que não têm medo porque sabem que estão bem protegidos e que são os povos que lhes pagam a proteção (chupistas). Depois os povos vão atrás desses ditos pseudo-corajosos e também dizem “não temos medo”… Claro que têm medo, pelos familiares, pelos filhos, por eles próprios. Temem ser vítimas de algum ataque terrorista, ainda mais sabendo-se inocentes e que um qualquer fanático o pode indiscriminadamente liquidar.
Era importante que essas elites que compõem o terrorismo decidissem fazer justiça contra os que devem fazer e não indiscriminadamente, cobardemente, contra gentes dos povos ocidentais ou outros que vivem do seu trabalho, que também eles são explorados e tantas vezes oprimidos, que só querem viver em paz, de acordo com as suas culturas e beneficiarem – quando podem – de alguns momentos de lazer.
É caso para dizer que se querem fazer justiça, mesmo justiça, façam-no sobre os verdadeiros responsáveis. Visando esses e só esses. E isso deve servir para todo o tipo de terrorismo - que tem mil caras, para além do do Daesh e do ocidente. Poupem-se, justamente, os povos inocentes. Vivam e deixem viver.
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