terça-feira, 7 de novembro de 2017

Editorial | É de uma causa maior que estamos a falar

Com os passar dos dias, entramos de novo na onda do Natal, a febre das compras provoca delírios, oferta de prendas, consumismo descontrolado. É o ritmo da vida social, época em que as pessoas se aproximam mais umas das outras, e claro, as grandes superfícies comerciais agradecem.

A publicidade já começa a encher as caixas do correio nos prédios, redes sociais, correio electrónico, assim se vai o subsídio de Natal, entre outros rendimentos ou apoios sociais.

As iniciativas a realizar por algumas empresas, associações mais ou menos viradas para determinadas vertentes sociais, dão sinal da sua existência, naturalmente a querer passar a mensagem que existem, e fazem alguma coisa de jeito, mais não seja nesta época do ano, para a seguir recolherem à concha.

Embora Aveiro seja pobre em jornalismo de qualidade (ressalvas as excepções, de resto é só para amigos, amiguinhos, interesses nada éticos), vão aparecendo umas declarações que até ocupam lugar nos olhos de certos leitores, como esta: “É de uma causa maior que estamos a falar”.


Bom, estamos perante mais do mesmo para os mesmos. Tenho por hábito dizer: “não me custa nada dar o que me dão”, ao menos pratica-se a solidariedade com o contributo de outros, e fica-se bem visto. As grandes empresas através dos assessores de imprensa vs gabinetes de Marketing não estão lá por acaso…

“É de uma causa maior que estamos a falar” que também pode passar por doar sangue no Posto Fixo da ADASCA, contribuir com donativos para fazer face às despesas nas gráficas e nas serigrafias, apoiar mais situações que chegam ao nosso conhecimento (crianças com leucemias e jovens com linfomas, etc. etc.), ou não será também uma causa maior, à qual independentemente do estatuto social de cada um, está sujeito a ficar dependente de outros que nem sequer conhece? Perante situações destas o dinheiro é tudo, e não é nada, sabemo-lo por experiência própria.

Lamentavelmente, os empresários de Aveiro e da sua região não têm virado os seus olhos para esta associação. Nem lhes passa pela cabeça que os dadores de sangue, são como os bombeiros. Quando deflagra um incêndio, os bombeiros são lembrados, quando falta o sangue nos hospitais, já se lembram dos dadores. Porque será? Egoísmo ou indiferença? Estamos certamente dois comportamentos colados.

Nunca se recebeu um telefonema a perguntar saber do que mais necessitamos, só se lembram de nós quando é necessário encontrar um potencial dador de medula óssea, ou, outra coisa que valha a alguém, que possa dar continuidade à vida, ou proporcione melhor qualidade de vida.

Bom seria que não necessitássemos uns dos outros.

J. Carlos
Director


NB: as datas e horários das sessões de colheitas de sangue no Posto Fixo da ADASCA podem se consultadas no site www.adasca.pt como ainda o mapa de brigadas para o ano de 2018.


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