David Dinis, Director
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Ora viva,
vamos às últimas notícias?
Esta é fresquinha, acabada de chegar: Trump diz agora que há "bons progressos" na Coreia do Norte - e desafiou o "rocket man" a "negociar".
A frente interna está mais difícil: uma advogada russa disse ontem que o filho do actual Presidente dos EUA prometeu, durante a campanha, que as sanções contra a Rússia, aprovadas em 2012, poderiam ser revistas caso Trump chegasse à Casa Branca. O encontro tinha outro mote: um ataque concertado a Hillary Clinton.
Berlusconi passou no exame. O partido do antigo primeiro-ministro venceu as eleições regionais na Sicília, batendo a concorrência do Movimento 5 estrelas, e festejou o que é visto em Itália como o ensaio geral para as legislativas. Silvio is back?
Hamilton não escapou aos Paradise Papers. O campeão de Fórmula 1 usou um esquema offshore para fugir ao IVA na compra de um jacto, conta a investigação, que apanhou também o Fundo Soberano de Angola, liderado pelo filho de José Eduardo dos Santos. As ondas de choque apanharam em cheio a política britânica, assim como a americana. E deixaram a Comissão Europeia em contrapé. O Pedro Crisóstomo deixou-nos números e respostas, para nos guiar na polémica.
O assassino do Texas fugiu à base de dados. Apesar dos incidentes de violência anteriores, a Força Aérea não registou Devin Kelley na base de dados que o proibiria de comprar armas. O que sabemos hoje é que a motivação do crime foi uma zanga familiar. E o que também sabemos é que a América tem um problema, que se conta em palavras - mas também em números.
O que marca o dia
Duas falhas do Estado:
A primeira está na nossa manchete: o Governo comprou há dois anos um software para controlar o SIRESP e nunca o usou. Pior ainda: a Protecção Civil pediu ao MAI que lhe permitisse usar o software depois de Pedrógão, mas isso não aconteceu. Nos incêndios 15 de Outubro, o sistema de vigilância em tempo real do SIRESP ainda não estava disponível. A notícia é da Liliana Valente.
A segunda falha é na saúde, porque o surto de Legionella em Lisboa causou já dois mortos, que o Ministério Público agora investiga. O caso aparece precisamente três anos depois das mortes em Vila Franca de Xira. E depois de um ano de avanços e recuos do Governo, que já cansaram o BE - e que agora leva a votos dois projectos de lei para aumentar a fiscalização da qualidade do ar. A Alexandra Campos e a Ana Maia contam-nos tudo aqui.
A marcar o dia estará a Websummit, que abriu ontem com um vídeo de Vhils, mas também com Stephen Hawking, Guterres e a promessa de “gente incrível”. E com a primeira fila a procurar inspiração, robôs inteligentes e... contactos. Se já estiver enjoado com tanto optimismo, junte-se ao João Miguel Tavares a falar de Web Summoparolice. If not, junte-se à festa.
Acabou-se outra festa: diz o Negócios que os imóveis pagos em notas vão chegar ao Fisco. Quem diria que alguém paga uma casa em notas...
E começou outra: a avaliar pelos jornais de hoje, haverá dinheiro no Orçamento para mais meios aéreos, bombeiros e Protecção Civil (jornal i) e mais 1869 carros para a PSP (JN).
Mas Centeno ganhou um problema: com o Orçamento a chegar à especialidade, o PCP pôs novas propostas em cima da mesa, obrigando as Finanças a fazer mais contas.
Contas também na corrida ao Eurogrupo: o principal adversário de Mário Centeno confirmou ontem interesse em entrar na corrida. O nome a memorizar é Peter Kazimír.
Um caso menos malparado: o Montepio vendeu uma carteira de crédito malparado avaliada em 581 milhões de euros. Notícia do ECO.
A revolução aos 100 anos
No dia 7 de Novembro de 1917 São Petersburgo entrou em sobressalto e acordou a viver sob a promessa de algo novo no mundo: uma ditadura do proletariado. Um século depois, a cidade esforça-se por apagar a Revolução, mas as suas marcas foram tão fundas que prometem resistir ainda por muito tempo. Em terras da velha revolução, o Manuel Carvalho escreveu-nos sobre isso: o dia mais longo da curta memória de Petrogrado.
Não muito longe, em Moscovo, o João Ruela Ribeiro foi um dos 39 jornalistas de todo o mundo convidados para entrar noutra aventura. Ninguém melhor do que ele para nos contar o mote:
Se, "na era soviética, a propaganda destinava-se a disciplinar um povo inteiro para seguir os seus líderes, a Rússia de hoje abraçou a evolução tecnológica e quer disputar com o Ocidente a luta pela verdade. O PÚBLICO passou três dias numa das suas armas". Entre. Seja bem-vindo à agência Sputnik, o reino de meias-verdades.
É isso: a revolução de Outubro foi precisamente há 100 anos. E depois varreu o mundo. Hoje é o dia certo para lembrar o que sobrou do comunismo. Assim como asferidas abertas na cidade de Estaline, ou como vai Lenine entre a “energia” e o “sonho” - duas das outras reportagens que o PÚBLICO lhe tem deixado, nestes dias, lá das terras da Rússia. O especial, todo ele, está aqui.
Agenda do dia
Celebrando a revolução, o PCP faz um comício no Coliseu dos Recreios - com Jerónimo de Sousa a fechar já perto das 23h00. Também celebrando um sonho, aRTP dá novidades sobre o Festival da Eurovisão, que será em Lisboa. Como em Lisboa é a Websummit, que entra hoje em velocidade cruzeiro (que é como quem diz, em velocidade web).
Com os pés assentes na terra, o Parlamento ouve o novo MAI sobre o Orçamento de 2018, pouco antes de conhecermos o parecer do Conselho de Finanças Públicas sobre o documento.
Lá por fora, Trump aterra na Coreia do Sul, enquanto Janet Yellen faz um dos seus últimos discursos como presidente da Fed. Mario Draghi também, do lado de cá do Atlântico, num fórum sobre “O panorama da banca europeia em mudança”.
Mudança é a palavra do dia. 100 anos depois da revolução, deixo-o na companhia do Luís Afonso e de Lenine, no Bartoon do dia. Está aqui, para lhe arrancar sorriso.
Dia bom, até amanhã!
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