quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Militares feridos em Mourão foram “abandonados no meio do incêndio”

Resultado de imagem para Militares feridos em Mourão foram “abandonados no meio do incêndio”Militar com anos de experiência nos GIPS diz que foram contrariadas regras básicas.
O vice-presidente da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG) diz que vai ser preciso explicar muito bem aquilo que se passou no incêndio que na segunda-feira feriu cinco militares em Mourão, três deles em estado grave.
Adolfo Clérigo, também ele militar do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, adianta à TSF que foram contrariadas regras básicas.
O dirigente da ASPIG sublinha que fala a título pessoal, mas tem o peso de ser alguém com anos de experiência no GIPS e que dá voz àquilo que se diz entre os militares desta força especial da GNR para combater fogos.
"Nunca tinha acontecido um comandante largar ou 'despejar' os homens no terreno e não voltar a aparecer. Eles tiveram de literalmente correr enquanto conseguiram porque ficaram entregues à sua sorte. Foram largados e abandonados no meio do incêndio", sublinha, à TSF, Afonso Clérigo.
O vice-presidente da ASPIG cita relatos de populares e de militares que estiveram próximos da operação em Mourão e sublinha que o comandante do helicóptero vai ter de explicar "muito bem" o que o levou a deixar os militares da GNR sozinhos e porque os colocou na cabeça do incêndio, contrariando "todas as práticas" para estes casos.
Adolfo Clérigo destaca que se as regras tivessem sido cumpridas os homens não teriam sido apanhados de um momento para o outro pois "não é possível colocar os militares em frente ao fogo e ficar à espera dele".
O representante dos militares da GNR destaca que o helicóptero e a equipa no terreno do GIPS são sempre um "binómio com uma ligação umbilical que nunca se desfaz pelo que alguém tem de explicar muito bem o que levou o comandante a abandonar o local". As explicações deverão ser dadas pelo inquérito já anunciado pelo Ministério da Administração Interna.
Citada pela RTP, a empresa de meios aéreos que alugou o helicóptero ao Estado garante que a decisão de sair do local foi do chefe da brigada dos cinco militares colocados no terreno.
No relatório que fez o piloto garante que alertou os militares para o avanço das chamas, mas que foram estes que decidiram continuar a combater o fogo em terra.
Nuno Guedes / TSF


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