quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande recebeu investigadores europeus que estudam os impactos das alterações climáticas


Um grupo de investigadores de um projeto europeu que estuda os impactos das alterações climáticas nos espaços rurais reuniu-se hoje com a Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) para partilhar experiências.
“Viemos aqui aprender e partilhar experiências de como tornar a sociedade mais resiliente no contexto de grandes impactos”, disse à agência Lusa Alexandre Tavares, que lidera a equipa portuguesa que participa no projeto europeu RiskAquaSoil: Plano Atlântico de Gestão de Riscos no Solo e na Água.
Durante cerca de duas horas, investigadores de Espanha, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido conheceram os projetos da AVIPG, liderada por Nádia Piazza, que foi constituída após os trágicos incêndios de Pedrógão Grande, que causaram 66 mortos e mais de 250 feridos.
Alexandre Tavares considera que a associação “é um laboratório vivo de boas experiências, de boas práticas”, salientando que o projeto está “muito focado em trazer as questões de adaptação às alterações climáticas e tentar criar políticas e boas práticas de reação e prevenção”.
Para o investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, “esta é uma numa forma de partilhar experiências entre parceiros, para no quadro das alterações climáticas se mudarem práticas, nomeadamente no contexto rural”.
“Pareceu-nos que a associação, pelas vivências muito próprias, mas essencialmente pela dinâmica e por aquilo que hoje consegue estabelecer com novos projetos, permite que aqui se busque experiências que possam ser aplicadas e replicadas”, sublinhou.
O projeto europeu RiskAquaSoil: Plano Atlântico de Gestão de Riscos no Solo e na Água, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), tem como objetivo central a deteção dos impactos das alterações climáticas nos espaços rurais, contribuindo para a gestão do risco, o uso dos recursos hídricos e do solo, a reabilitação de áreas agrícolas e o desenvolvimento de novas práticas.
Os parceiros do projeto pretendem combater os efeitos adversos das mudanças climáticas, especialmente nas áreas agrícolas, com avisos precoces, e diagnóstico para medir e prever os impactos locais. Também pretendem alcançar esse objetivo através da realização de ações-piloto com comunidades dos espaços rurais para uma melhor gestão do solo e da água.
Por outro lado, pretendem apostar na capacitação e difusão, através de formação e compromisso das comunidades locais e agricultores para um aumento da competência e informação “para a gestão do risco e dos sistemas de compensação de danos”.

Fonte: NDC

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