O Metro de Lisboa esteve encerrado esta quinta-feira até às 10h, face à adesão total dos trabalhadores, que, num acto inédito, foram expulsos e impedidos de fazer greve no posto de trabalho.
A greve parcial da generalidade dos trabalhadores do Metro de Lisboa decorreu entre as 6h e as 9h30, tendo as estações sido abertas ao público apenas às 10h. A partir dessa hora, os trabalhadores administrativos paralizaram até às 12h30.
«Nesta altura [o metro] está parado. Significa que os trabalhadores aderiram à greve, embora a empresa tenha tentado assumido atitudes que não são habituais, nomeadamente impedir os trabalhadores de fazerem a greve no seu posto de trabalho e utilizar a polícia para retirar trabalhadores do interior das estações», afirmou à LusaAnabela Carvalheira, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN).
A dirigente salientou que a situação mais grave decorreu no Colégio Militar, onde os trabalhadores que estavam no piquete de greve dentro das instalações foram retirados pela polícia, calculando ter sido «por ordem do conselho de administração». Algo que «durante todos estes anos, em todas as lutas, nunca aconteceu», acrescentou.
Anabela Carvalheira frisou também que, em todas as estações, a empresa pôs um vigilante a impedir a entrada dos trabalhadores, o que levou a atrasos na retoma da circulação, pois os trabalhadores não estavam no seus postos. Além disso, «numa manobra muito complicada, o director da área operacional, sem estar credenciado, esteve a ligar comboios e realizar os ensaios».
Protesto contra intransigência nas negociações
A greve parcial de amanhã foi convocada por seis estruturas representativas dos trabalhadores do Metro de Lisboa, que também convocaram a greve ao trabalho suplementar, em curso desde do dia passado dia nove até 7 de Novembro.
Em causa está a vontade do conselho de administração do Metro de Lisboa em realizar apenas uma actualização salarial plurianual (2018/2019) de 24,50 euros e a sua rejeição em prolongar por mais 12 meses o acordo de empresa. As estruturassindicais afirmam que «não podem aceitar este aumento salarial para dois anos, porque na prática isto corresponde a um aumento de zero para 2019».
As estruturas sindicais são as seguintes: Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP/CGTP-IN); Sindicato dos Trabalhadores da Tracção do Metropolitano de Lisboa (STTM); Sindicato da Manutenção (Sindem); Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (Sitra); Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa (Stmetro); Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo (Sitese).
Fonte: abrilabril
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