♦ Péricles Capanema
O BBB (Big Brother Brasil) é um programa de televisão que mostra cenas da vida real de participantes confinados por certo tempo. É um reality show. A expressão Big Brother tem origem no romance 1984 de George Orwell. O Big Brother (Grande Irmão ou Irmão Mais Velho) é o ditador que vigia o povo 24 horas por dia num estado mítico Oceania. O idioma oficial era a newspeak (fala nova) em que o expresso queria dizer exatamente o oposto. No livro, Orwell prevê o totalitarismo sombrio que ameaçava o mundo. Não vou tratar do BBB, programa da televisão.
Orwell foi visionário, acertou. Vou comentar um totalitarismo moderno. Na China comunista, especialmente mediante a ação da ZTE, estatal de telecomunicações, vem sendo implantado celeremente o programa intitulado oficialmente (e eufemisticamente) “construção de um sistema de crédito social”. Em 14 de junho de 2014 o Conselho de Estado determinou medidas que o tornaria inteiramente efetivo em 2020. Trata-se de vigilância intensa. O país já tem 200 milhões de câmeras ligadas a programas para interconectar dados. Terá 600 milhões em 18 meses. E informações de todos os lados alimentam os computadores dos órgãos de segurança do regime comunista.

Com base nos pontos, os filhos podem frequentar ou não escolas de elite, são concedidas ou não passagens para trens-bala e aviões, permissão para ou veto a viagens ao Exterior, acesso ou interdição a bons empregos, transferências, demissões, descontos nas contas de água e luz, internet mais rápida ou mais lenta, e vai por aí afora. Até melhoram ou pioram as possibilidades de casamento nos sites especializados. Num segundo estágio, a pessoa entra para uma lista negra, ostracismo, fim de qualquer perspectiva de ascensão na vida social e econômica. É forma nova e minuciosa de controle da conduta e da vida econômica. Trata-se de um totalitarismo sem as nuvens de agentes secretos e das brigadas de defesa da revolução, comuns décadas atrás em países comunistas. Na prática, é um totalitarismo mais asfixiante e mais minucioso. Aqui o BBB é realidade macabra e nenhum show.

O senador Marco Rubio, dos mais destacados homens públicos norte-americanos advertiu a respeito: “A China está exportando seu totalitarismo. A crescente dependência do regime Maduro em relação à ZPE na Venezuela é apenas o último exemplo da ameaça que as estatais chinesas representam para os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos”.
Não tenhamos ilusões, é programa prontinho para ser aplicado no Brasil. Desencaixotam-no, logo que voltem ao poder os derrotados no último pleito. Para isso, trabalha o PT, auxiliados por inocentes úteis e companheiros de viagem. As linhas auxiliares do PT são políticos de esquerda em partidos burgueses, PSOL e a miuçalha de partidos de esquerda, movimentos sociais, acadêmicos e empresários de esquerda ou “progressistas”, gente assim. Em 2010, em artigo intitulado “Inocentes úteis e companheiros de viagem, expressões banidas nas eleições de 2010”, lembrei: “O inocente útil é o que, sem se dar conta, facilita a execução do programa, do qual ele é real ou supostamente adversário. Ajuda a tomada do poder por alguém que, no futuro, vai trucidá-lo, moral ou fisicamente. O companheiro de viagem é o que caminha junto até um ponto da estrada. Ajuda o parceiro a chegar a um ponto determinado de seu programa. O maior exemplo de companheiro de viagem e inocente útil das últimas décadas é a CNBB. Ninguém mais que ela foi companheira de viagem e inocente útil do programa de fazer do Brasil um país libertário e coletivista”.
Fonte: ABIM
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