terça-feira, 11 de junho de 2019

João Miguel Tavares: O risco de uma geração desencantada, num país onde não temos de ser os melhores, embora sejamos capazes de coisas extraordinárias

O presidente das Comemorações do Dia de Portugal em 2019, o jornalista João Miguel Tavares, advertiu hoje que a falta de esperança e as desigualdades de oportunidades podem dar origem a uma geração de adultos desencantados.
João Miguel Tavares deixou esta mensagem no discurso que proferiu na cerimónia do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, em Portalegre, numa intervenção que antecedeu a do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em que falou dos progressos registados pela democracia portuguesa, mas também, em paralelo, dos perigos resultantes de fenómenos como a corrupção, que minam o ideal de "meritocracia" e instalam o sentimento de que "o jogo está viciado".
"A integração na Europa do euro não correu como queríamos, construímos autoestradas onde não passam carros, traçámos planos grandiosos que nunca se cumpriram, afundámo-nos em dívida e ficámos a um passo da bancarrota. Três vezes - três vezes já - tivemos de pedir auxílio externo em 45 anos de democracia. É demasiado", declarou.
João Miguel Tavares referiu-se aos casos em torno do sistema financeiro "num país amnésico, cheio de gente que não sabe de nada, que não viu nada, que não ouviu nada".
"Percebemos que a corrupção é um problema real, grave, disseminado, que a justiça é lenta a responder-lhe e que a classe política não se tem empenhado o suficiente a enfrentá-la. A corrupção não é apenas um assalto ao dinheiro que é de todos nós - é colocar cada jovem de Portalegre, de Viseu, de Bragança, mais longe do seu sonho", disse.
Antes destas críticas ao atual estado do país, o jornalista frisou que é natural de Portalegre, uma cidade do interior que, na década de 80, "estava a quatro horas de distância de Lisboa" por carro, salientado então que a sua geração, assim como a dos seus pais, beneficiaram muito com o Portugal democrático.
No presente, porém, segundo João Miguel Tavares, a perspetiva do país é outra e "o sonho de amanhã ser-se mais do que se é hoje vai-se desvanecendo, porque cada família, cada pai, cada adolescente, convence-se de que o jogo está viciado, que não é pelo talento e pelo trabalho que se ascende na vida, que o mérito não chega, que é preciso conhecer as pessoas certas, que é preciso ter os amigos certos e que é preciso nascer na família certa".
"No nosso país instalou-se esta convicção perigosa: um jovem talentoso que queira singrar na carreira exclusivamente através do seu mérito, a melhor solução que tem ao seu alcance é emigrar. Isto é uma tragédia portuguesa", declarou o jornalista, que ainda foi mais longe nos seus avisos.
"A falta de esperança e a desigualdade de oportunidades podem dar origem a uma geração de adultos desencantados, incapazes de acreditar num país meritocrático. Esta perda de esperança aparece depois travestida de lucidez e rapidamente se transforma numa forma de cinismo. Achamos que temos de ser pessimistas para sermos lúcidos, que temos de ser desesperançados para sermos realistas, que temos de ser eternamente desconfiados para não sermos comidos por parvos", acentuou.
João Miguel Tavares criticou ainda a crescente distância entre as chamadas "autoridades", onde se incluem os políticos, e a generalidade dos cidadãos, dizendo que entre esses dois universos "há uma distância atlântica, com raríssimas pontes pelo meio".
Aos políticos, de acordo com João Miguel Tavares, compete-lhes propor "um caminho inteligível e justo".
"Os portugueses podem não ser os melhores do mundo, mas são, com certeza, capazes de coisas extraordinárias, desde que sintam que estão a fazê-las por um bem maior. A política não falha apenas quando conduz o país à bancarrota. A política falha quando deixa o país sem rumo e permite que se quebre a aliança entre o indivíduo e o cidadão", insistiu o presidente das comemorações desta edição do Dia de Portugal.
Em mais um recado dirigido ao conjunto dos políticos, João Miguel Tavares defendeu que "aquilo que melhor distingue as pessoas não é serem de esquerda ou de direita, mas a firmeza do seu caráter e a força dos seus princípios".
"Aquilo que se pede aos políticos, sejam eles de esquerda ou de direita, é que nos dêem alguma coisa em que acreditar, que alimentem um sentimento comum de pertença, que ofereçam um objetivo claro à comunidade que lideram", sustentou.
Na parte final da sua intervenção, o jornalista citou uma das ideias mais vezes repetida pelo chefe de Estado: "O senhor Presidente da República costuma dizer com frequência que os portugueses, quando querem, são os melhores do mundo".
"O senhor Presidente da República que me perdoe o atrevimento: não há qualquer razão para os portugueses serem melhores do que os finlandeses, os nepaleses ou os quenianos, mas tenho uma boa notícia para dar: também não precisamos de ser melhores. Para quem ainda acredita numa ideia de comunidade, os portugueses são aqueles que estão ao nosso lado. E isso conta. E conta muito", acrescentou.
Lusa
Foto: Nuno Veiga / Lusa

Um comentário:

  1. O EUROPEÍSTA É O NOVO ESCLAVAGISTA EUROPEU: URGE O SEPARATISMO DESSE PESSOAL
    [manifesto em divulgação, ajuda a divulgar]
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    -» Os europeístas (tal como os construtores de caravelas esclavagistas) destilam intolerância para com os povos autóctones que procuram sobreviver pacatamente no planeta... porque... intenções Identitárias prejudicam investimentos.
    {os europeístas não respeitam NEM a diversidade, NEM a justiça social, NEM os povos de menor pegada ecológica}
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    Economia neo-esclavagista: a ajuda aos pobres deve ser efectuada por meio da degradação das condições da mão-de-obra servil... e não por meio da introdução da Taxa-Tobin.
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    Existe uma tripla de 'supporters' da economia neo-esclavagista:
    1- a alta finança;
    2- europeístas (e afins);
    3- migrantes que se consideram seres superiores no caos.
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    Mais:
    - 'Grupos rebeldes' (daesh e outros), não possuem fábricas de armamento... no entanto, máfias do armamento fornecem-lhes armas... para depois terem acesso a recursos naturais (petróleo, etc) ao desbarato, e para depois deslocarem refugiados para locais aonde existem investimentos interessados em mão-de-obra servil de baixo custo.
    Ora, em vez de chamar à responsabilidade aqueles países que estão a fornecer armas aos «grupos rebeldes» (os países aonde a máfia do armamento possui as suas fábricas)... os europeístas fazem uma outra coisa: decretam sanções contra os países que não permitem a chegada de mão-de-obra servil ao desbarato (refugiados) aos investimentos interessados em tal.
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    Mais:
    - Em pleno século XXI tribos da Amazónia têm estado a ser massacradas por madeireiros, garimpeiros... com o intuito de lhes roubarem as terras, muitas das quais para serem vendidas posteriormente a multinacionais: os europeístas falam nestes holocaustos? Não!
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    Urge dizer à elite deste sistema o mesmo que foi dito aos construtores de caravelas esclavagistas: a não existência de mão-de-obra servil ao desbarato não vai ser o fim da economia... vão continuar a existir muitas oportunidades de negócio (ex: introduzindo mais tecnologia)!
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    O MOVIMENTO-50-50:
    1- defende o investimento em tecnologia que permita aumentar a produtividade, para que dessa forma, seja possível aumentar os ordenados às pessoas;
    2- defende respeito pela Diversidade;
    3- defende respeito pela Justiça Social;
    4- defende respeito pelos Povos de Menor Pegada-Ecológica;
    5- defende um planeta aonde povos autóctones possam viver e prosperar ao seu ritmo;
    6- defende uma sociedade que premeie quem se esforce mais (socialismo, não obrigado)... mas que, todavia, no entanto... seja uma sociedade que respeite os Direitos da mão-de-obra servil.
    ---» Todos Diferentes, Todos Iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o seu espaço no planeta --»» INCLUSIVE as de rendimento demográfico mais baixo, INCLUSIVE as economicamente menos rentáveis.
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    Nota 1: Os 'globalization-lovers', UE-lovers. smartphone-lovers (i.e., os indiferentes para com as questões políticas), etc, que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
    -»»» blog http://separatismo--50--50.blogspot.com/
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    Nota 2: Os Separatistas-50-50 não são fundamentalistas: leia-se, para os separatistas-50-50 devem ser considerados nativos todas as pessoas que valorizam mais a sua condição 'nativo', do que a sua condição 'globalization-lover'.
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    Nota 3: É preciso dizer NÃO à democracia-nazi! Isto é, ou seja, é preciso dizer não àqueles... que pretendem democraticamente determinar o Direito (ou não) à Sobrevivência de outros! [obs: não foi por acaso que a elite do sistema adulterou a lei das naturalizações]
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    P.S
    A elite financeira, e seus mercenários, são a NOVA PIDE.
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    Os Partidos do Sistema (e os Media do Sistema) são financiados por pessoal que..... possui investimentos ávidos de mão-de-obra servil ao desbarato.
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    Migrantes naturalizados são contra o separatismo-50-50... com efeito, o seu problema não é a integração... com a sua demografia imparável em relação aos nativos, o seu problema é serem Donos Disto Tudo.

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