Uma equipa de astrónomos norte-americanos detectou um planeta extra-solar, situado a 117 anos-luz da Terra, que tem a órbita mais excêntrica que se conhece e que o faz parecer um cometa.
Estes investigadores da Universidade do Estado de S. Francisco (SFSU), nos EUA, descobriram ainda que este planeta conhecido como HD 20782b, localizado a 117 anos-luz da Terra, na Constelação de Fornax em órbita com a estrela HD 20782, emana um flash de luz quando alcança a máxima aproximação a esta.
As descobertas da equipa científica liderada por Stephen Kane, professor de Física e Astronomia na SFSU, foram publicadas no Astrophysical Journal.
Na notícia publicada no site da SFSU, explica-se que o HD 20782b tem “a mais excêntrica órbita já vista” até agora num planeta.
Importa esclarecer que, neste caso, a palavra excêntrica refere-se a “quão elíptica é a órbita de um planeta em torno da sua estrela”, segundo se nota no site da SFSU.
Os planetas do nosso Sistema Solar têm órbitas quase circulares, mas foram descobertos vários planetas extra-solares com órbitas “altamente elípticas ou excêntricas”, como são definidas.
Se a excentricidade de uma elipse se aproxima do 1, é mais alargada, se se encontra perto do zero, é mais circular – aexcentricidade da órbita da Terra é menor a 0,2, sendo a sua órbita quase circular.
No caso do HD 20782b, a sua excentricidade é de 0,96, pelo que move-se numa elipse quase achatada, viajando a uma longa distância da sua estrela, mas alcançando a sua máxima aproximação dela num curto espaço de tempo quando atinge o outro extremo.
No ponto mais distante da sua órbita, o HD 20782b situa-se, em relação à sua estrela, a uma distância de 2,5 vezes a distância entre o Sol e a Terra. No ponto mais próximo, fica a uma distância muito mais curta da sua estrela do que Marte fica do Sol.
“A sua massa é aproximadamente similar à de Júpiter, mas move-se à volta da sua estrela como se fosse um cometa”, explica Stephen Kane citado no site da SFSU.
Um caso único que dá aos investigadores uma oportunidade privilegiada para investigarem a composição e a estrutura da atmosfera de um planeta excêntrico, particularmente através da luz reflectida do HD 20782.
A percentagem de luz reflectida de um planeta ou o seu brilho no céu estão relacionados com a sua composição. No particular exemplo do HD 20782, “a atmosfera do planeta não tem hipóteses de responder”, frisa Stephen Kane.
“O tempo que leva a mover-se à volta da estrela é tão rápido que não há tempo para remover todos os materiais gelados que tornam a atmosfera tão reflectora”, frisa o astrónomo.
Os investigadores acreditam que este planeta excêntrico pode ter uma atmosfera parecida com a de Júpiter, “com uma camada de nuvens altamente reflectora”, conforme se explica na página da SFSU.
Quanto à sua órbita tão excêntrica, explicá-la vai ser como “olhar para uma cena de crime“, diz Stephen Kane. “Sabes que algo mau aconteceu, mas precisas de perceber o que foi que o causou”, descreve o investigador.
ZAP
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