quarta-feira, 23 de março de 2016

O AGRONEGÓCIO COMO TEMA ESTRATÉGICO

Nosso país é um continente, e possuímos condições naturais propícias para incrementar muito nossa produção agropecuária, a qual já é extraordinária. Mas podemos produzir ainda muito mais.
Tenho dito, e reiterado muitas vezes, que o governo federal deverá ter o agronegócio como a menina de seus olhos, pois se olharmos a economia como um todo, é o agronegócio que se destaca. E quais as razões disso?
Porque temos abundância de terras cultiváveis, alta tecnologia empregada pelos ruralistas, “garra” de nossos empresários rurais, e o fato que agronegócio depende muito pouco das ações do governo. Ele só soma, e sempre garante nossa balança comercial. Trabalho no segmento há 42 anos e espero trabalhar muito, ainda.
Situação crítica e aposta infeliz - Jornal O Guaíra
João Antonio Pagliosa * 
A crise econômica no país é seria e tem levado muitos setores a reduzir produção, demitir funcionários, enfim sofrer as agruras de reduzir desempenho, porém, o agronegócio segue firme na contramão da crise e apresenta resultados excelentes, e que são fundamentais para alavancar o país.
Em 2014, o PIB do agronegócio representou acima de 22% do total do PIB brasileiro, com cerca de R$1,1 trilhão com as atividades agrícolas representando 70% e as atividades pecuárias, os restantes 30%, conforme dados da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Nossa produção de grãos, da safra 2014/2015, superou 209 milhões de toneladas, batendo novo recorde, com alta de 8% sobre a safra anterior. Não alcançamos acima de 210 milhões de toneladas, em razão da quebra na safra de trigo, muito prejudicada pelas chuvas, especialmente no Rio Grande do Sul.
Então, ainda sem dados oficiais, em 2015 o PIB do agronegócio será certamente superior a 25% de nosso PIB total. Fantástico!
E nós somos os maiores exportadores de soja em grão do mundo. E somos o segundo maior exportador de milho do mundo. E apenas estas duas commodities respondem por 45% do faturamento do setor agrícola. E somos os maiores exportadores de carne (aves, suínos, bovinos), do mundo. E a alta do dólar frente ao real auxilia muito nossa balança comercial. E o Agronegócio é responsável por 43% das exportações do Brasil e atualmente, por 35% de todos os empregos gerados.
Apesar disso tudo, eu me esforço para lembrar quem é o atual ministro da agricultura, e simplesmente não recordo. Isso demonstra o quanto esta pessoa está se dedicando pró nossa agropecuária. É lamentável, para dizer o mínimo.
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná, edita e distribui aos associados, semanalmente, um Boletim Informativo, e através de seus técnicos, tem reiteradamente informado que o segmento vai otimamente bem da porteira da fazenda para dentro. O crucial problema é da porteira para fora. O governo que deveria ajudar atrapalha muito.
E de acordo com dados da Fenabrave, de janeiro a julho de 2015, o Setor de Máquinas Agrícolas acumula retração de 25,95% na comparação com mesmo período do ano anterior. E Marcelo Nogueira, vice-presidente da Fenabrave para o setor de Tratores e Máquinas Agrícolas, afirma que o governo brasileiro tem consciência da importância de financiamentos para este segmento que, hoje é formado por mais de 1160 concessionárias em todo o país, que oferecem soluções tecnológicas ao produtor rural. E Nogueira diz: ”A cada R$1,00 investido neste segmento, são gerados R$3,00 de valor agregado, com garantia de retorno rápido para a economia do país.” Estupendo, não é?
Portanto, meus prezados, é preciso que os agentes financeiros disponibilizem mais volume de crédito a nossos produtores rurais. É preciso que dinheiro de crédito facilitado, chegue às mãos dos ruralistas, sem muito nhenhenhém, porque a demanda no mercado é enorme e precisamos produzir mais e melhor. O mundo tem fome e necessita de nossos grãos, de nossas carnes, de nossa produção agropecuária.
 Só não vê isso quem não quer. É ou não é? Oremos!

João António Pagliosa –Engenheiro Agrónomo (*)
joaoantoniopagliosa@gmail.com

Curitiba, 17 de janeiro de 2016.

NB: Lembramos aos autores dos artigos de opinião que os mesmos devem fazer-se acompanhar de uma foto pessoal a seu gosto.

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