Melbourne,
Austrália, 24 jul (Lusa) - A conselheira das comunidades portuguesas pelo
círculo da Austrália e Nova Zelândia apelou hoje à participação dos falantes de
português no censo australiano de 09 de agosto, essencial para garantir mais
serviços para a comunidade.
"É
a maior recolha de estatísticas da Austrália e é extremamente importante. A
informação recolhida ajuda o Governo australiano a decidir os fundos e serviços
que vão existir, inclusive no apoio às organizações comunitárias",
explicou Silvia Renda, em declarações à Lusa.
"Quanto
mais pessoas indicarem no censo que falam português, além do inglês, mais valor
tem a comunidade e isso traduz-se em mais apoio para tradutores e intérpretes e
outros serviços essenciais", explicou.
Ainda
que globalmente o português seja a 5.ª ou 6.ª língua mais falada, na Austrália
- e apesar de relatos de chegadas de mais portugueses e brasileiros ao país - é
a 34.ª, com apenas 33 mil pessoas, segundo o último censo de 2011, a indicarem
que em casa falam português como segunda língua.
"Por
isso, o Conselho das Comunidades Portuguesas da Austrália está neste momento a
realizar uma campanha junto da nossa comunidade para a alertar para a
importância e o impacto do Censo, sobre o qual nem todos têm
conhecimento", sublinhou.
"E
aqui trata-se não apenas dos portugueses mas de todos os lusófonos. Há muitos
outros falantes de português na Austrália além dos portugueses", explicou.
Contabilizar
com exatidão quantos lusófonos vivem na Austrália é difícil, já que, além do censo,
o único outro registo - que pode não estar atualizado nem ser exaustivo - é o
de registos nos consulados.
No
caso português, explicou Sílvia Renda, há registo de cerca de 60 mil
portugueses a resistir na Austrália o que, sublinhou, mesmo não sendo exaustivo,
"é maior do que os 33 mil que se registaram como falantes de
português".
E
o impacto dos dados do censo sentem-se em vários aspetos da vida das
comunidades, explica, dando como exemplo o facto de o Conselho das Comunidades,
em coordenação com os responsáveis do ensino do português na Austrália,
estarem, há algum tempo, a querer doar uma coleção de livros em português.
"Já
fizemos 20 contactos com várias entidades e o interesse é pouco porque a
dimensão da comunidade e do português é considerada reduzida", explicou.
O
mesmo acontece na rádio pública multilingue SBS Rádio que em virtude do censo
de 2011 viu reduzidas as horas de programação em português e a eliminação de um
dos dois centros de produção em português que tinha, no caso o de Melbourne.
"Estamos
a perder oportunidades e a perder direitos. Por isso é tão importante que todos
detalhem que falam português além do inglês", disse.
No
caso da língua, a pergunta relevante é a que questiona os participantes sobre
se "fala outra língua além do inglês em casa", com os resultados a
terem um amplo impacto do desenho de todos os serviços para as comunidades
imigrantes no país.
Este
ano, o censo contabilizará cerca de 10 milhões de lares e cerca de 24 milhões
de pessoas, sendo o de maior dimensão dos 100 anos de vida desta contabilidade
estatística.
Será
também o primeiro predominantemente eletrónico com as famílias a receber, a 01
de agosto, uma carta com um login eletrónico que devem usar para completar o
censo online ou solicitar uma versão em papel.
Os
primeiros resultados do censo deverão ser conhecidos em meados de 2017.
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Publicada
por TIMOR AGORA
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