segunda-feira, 25 de julho de 2016

Moçambique. Mediadores pedem tempo para elaborarem documento-base das negociações

Maputo, 23 Jul (AIM)  A equipa de mediadores no diálogo político entre o Governo e a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, pediu um tempo indeterminado para elaborar os termos e sugestões que devem rodear as negociações, cujo objectivo final é o encontro ao mais alto nível entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

Falando hoje, em Maputo, momentos após o término da terceira sessão da Comissão Mista, Mario Raffaelli, um dos mediadores indicados pela União Europeia, disse ser necessário que a equipa de mediação elabore um documento-base que servirá de auxílio durante as negociações.

Raffaelli, que não avançou a data final para a produção do documento-base, frisou que o instrumento visa garantir uma melhor discussão, bem como ao alcance de um resultado concreto, tal qual o fez o Governo e a Renamo, em elaborar os termos que guiam o diálogo político.
Do lado dos mediadores, precisamos discutir um pouco entre nós, para elaborar sugestões e posições que podem ajudar as negociações. Não podemos dizer o dia, mas achamos que não será por muito tempo. Isso é feito para garantir melhor possibilidade de discussão entre as delegações de atingir um resultado concreto, disse.

Raffaelli acrescentou que o Governo e a Renamo apresentaram hoje sua proposta do documento-guia das negociações.

Como vocês sabem, ontem (sexta-feira) as duas delegações pediram uma suspensão para reflectir sobre os vários pontos de discussão. Hoje, as delegações apresentaram a proposta. Foi uma discussão entre os dois e, agora, é um pedido do nosso lado para criar mais ordenamento na discussão, tomando em consideração que muitas coisas foram levantadas, disse Raffaelli, sem avançar detalhes.
Não há divergências entre nós. É que quando há uma discussão, tem elementos que devem ser elaborados como forma de fazer um trabalho melhor, afirmou.

No último encontro da Comissão Mista, as delegações do Governo e da Renamo interromperam as conversações para consultas às lideranças sobre a exigência do maior partido da oposição de assumir a governação das seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, nomeadamente Niassa, Nampula (norte do país), Zambézia, Tete, Manica e Sofala (centro).

As discussões sobre este ponto iniciaram na quinta-feira e contaram com a presença dos mediadores internacionais.

Além de Raffaelli, o grupo de mediadores é composto por Angelo Romano, da Comunidade de Santo Egídio, ambos indicados pela União Europeia, o núncio apostólico em Maputo, Edgar Peña, o secretário da Conferência Episcopal de Moçambique, João Carlos Nunes, pela Igreja Católica, e o embaixador da África do Sul em Moçambique, toidos indicados pela Renamo.

Pelo Governo, integram o grupo de mediadores o ex-Presidente do Botsuana Quett Masire, pela Fundação Global, um representante da Fundação Faith, liderada pelo ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o antigo Presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete.

(AIM) AC/DT - Foto em O País

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