A
"novela eleitoral" em São Tomé e Príncipe continua, os candidatos
presidenciais mais destacados são objeto noticioso da Agência Lusa.
Maria
das Neves e Pinto da Costa tecem considerações e apresentam condições para a
realização da segunda volta das eleições, constatado que está que a Comissão
Nacional de Eleições anunciou fraudulentamente um vencedor das eleições que não
tinha votos para ser assim considerado. O vencedor fraudulentamente anunciado,
Evaristo de Carvalho, é publicamente reconhecido como elemento incondicional da
família Trovoada.
Por
via do cambalacho da CNE, se acaso Evaristo tomasse posse como PR tal
significaria que estaria em uníssono com o atual primeiro-ministro Patrice
Trovoada e o unaninismo prevaleceria, com fortes possibilidades de vir a ser
prejudicial para a democracia santomense já tão debilitada. Mau para o país.
Os
receios de tal situação acentam no justiificado temor de ser uma única família
a apoderar-se do país, agravando “mais cedo que tarde” as carências.
Cidadãos
de São Tomé e Príncipe no exterior avançam com o receio de todo este esforço
para se apoderarem dos poderes do país também tenha muito que ver com a
possibilidade de “quando oportuno deitarem as mãos ao petróleo que proximamente
estará em vias de exploração e a render frutos”. Dizem que o petróleo é
pertença dos santomenses “e não dos Trovoadas” ou de quaisquer outros políticos
ou famílias.
"Houve
uma tentativa de fraude eleitoral. Porquê? A quem servia?" - perguntam.
Se
é assim ou não está por provar. O que não há dúvida é que este processo
eleitoral enfermou de muitas irregularidades – como referem os candidatos. A
CNE ao anunciar a vitória do candidato dos Trovoada indevidamente foi “a cereja
em cima do bolo podre”, referiram santomenses - que “nem por sombras querem ver
o país a 100% na posse da família Trovoada”.
Facto
é que se não for a 100% pode vir a acontecer em larga percentagem, dizemos nós.
(PG)
Maria
das Neves acusa Evaristo de Carvalho de querer ganhar "no gabinete"
A
candidata derrotada nas eleições presidenciais são-tomense Maria das Neves
acusou hoje a candidatura do seu adversário Evaristo de Carvalho de querer
ganhar "previamente no gabinete".
Na
sua primeira declaração pública depois de divulgados os resultados provisórios
que a colocaram em terceira posição com 24,1% dos votos, Maria das Neves diz
que depois do ato eleitoral de domingo passado "São Tomé e Príncipe vive
momentos verdadeiramente preocupantes", que ameaçam mesmo a "jovem
democracia" do país.
"Estamos
perante um processo ardilosamente preparado e previamente anunciado, visando no
essencial impor-nos uma vitória arrancada das urnas custe o que custasse e à
primeira volta", disse.
"Esta
forma antidemocrática, por isso fraudulenta, injusta e não transparente levou o
partido no poder e o seu candidato a festejarem apressadamente uma vitória que
só eles tinham decidido", sublinhou Maria das Neves numa declaração lida
aos jornalistas.
"A
panóplia de irregularidades e violações que foram objeto essas eleições e que,
no nosso entender viciaram à partida todo o processo, levou a nossa candidatura
a recusar publicamente os resultados, exigindo a sua anulação porque não foram
livres, nem justas, nem transparentes", acrescentou.
Maria
das Neves considera falsos os argumentos da Comissão Eleitoral são-tomense
segundo os quais os resultados da votação em Maria Luísa e na diáspora ditaram
a realização de uma segunda volta do escrutínio.
"Trata-se
de um falso pretexto que indica como todo este processo está eivado de vícios
que reclamam a sua anulação", explica Maria das Neves.
Por
seu lado, o Movimento de Libertação de São Tomé - Partido Social democrata
(MLSTP-PSD) principal partido da oposição que apoiou a candidatura de Maria das
Neves pediu hoje a demissão da Comissão Eleitoral Nacional, particularmente do
seu presidente.
O
MLSTP-PSD alerta a toda a comunidade internacional para as consequências que
daí poderão advir devido a falta de transparência revelada pela comissão
Eleitoral Nacional", diz o comunicado lido por Aurélio Martins, presidente
deste partido.
Os
sociais-democratas criticam também "a presença excessiva e fortemente
armada das forças de segurança e militares nas assembleias de voto, numa clara
atitude de coação psicológica sobre os eleitores".
Também
o Movimento Democrático Forças de Mudança - Partido Liberal (MDFM-PL) que
apoiou a candidatura de Maria das Neves exigiu também hoje a demissão do
presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CEN) Alberto Pereira.
"Essas
eleições foram imbuídas de vícios, irregularidades, de erros e diríamos mesmo
de corrupção. São Tomé e Príncipe tem vindo a realizar eleições com
normalidade, mas desta vez houve situações imperdoável. Por isso exigimos a
demissão do presidente da comissão eleitoral", disse Manuel de Deus Lima,
membro da comissão politica deste partido em conferência de imprensa hoje.
MYB
// APN - Lusa
Pinto
da Costa recusa ir à segunda volta sem demissão da Comissão Eleitoral
O
candidato presidencial são-tomense Manuel Pinto da Costa exigiu hoje a
destituição da Comissão Eleitoral, senão recusará participar numa eventual
segunda volta das eleições de domingo passado, nas quais ficou em segundo
lugar.
O
diretor de campanha do também atual presidente de São Tomé e Príncipe leu aos
jornalistas um comunicado em que se considera " não haver condições
objetivas e subjetivas" para ir à segunda volta com o candidato mais
votado, Evaristo Carvalho, porque se passaram "uma série de ilícitos
punidos pela lei eleitoral".
Por
isso, afirmou Guilherme Posser da Costa, exige-se "a destituição da atual
comissão eleitoral", que está a "prestar um muito mau serviço à
nação".
Só
assim, considera a candidatura de Pinto da Costa, é que estarão
"restabelecidas todas as condições legais que garantam que as eleições
sejam verdadeiramente livres, justas e transparentes".
O
apuramento final da primeira volta das eleições presidenciais em São Tomé e
Príncipe, realizada no passado domingo, será feito na segunda-feira pelo
Tribunal Constitucional (TC), disse na quinta-feira à Lusa o porta-voz da
Comissão Eleitoral Nacional (CEN).
Ambrósio
Quaresma disse que é possível que seja necessária a realização de uma segunda
volta, mas a decisão final será da responsabilidade do TC.
Os
resultados provisórios anunciados no dia das eleições apontavam para uma
vitória à primeira volta do candidato apoiado pelo governo, Evaristo Carvalho,
com 50,1% dos votos, contra 24,8% do recandidato ao cargo Manuel Pinto da Costa
e 24,1% de Maria das Neves (apoiada pelos partidos da oposição parlamentar).
Os
resultados anunciados no domingo pela CEN indicavam que Evaristo Carvalho havia
vencido à primeira volta por apenas 188 votos de diferença relativamente à soma
dos demais candidatos.
As
candidaturas de Manuel Pinto da Costa e Maria das Neves apresentaram na
terça-feira um pedido de impugnação junto do Supremo Tribunal de Justiça
são-tomense, alegando "várias irregularidades com a votação de eleitores
que se haviam abstido".
MYB/APN
// APN - Lusa - Na foto a candidata Maria das Neves
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por TIMOR AGORA
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