O líder do PSD diz que há um desbaratar de oportunidades que não aconteceria " se o Parlamento tivesse tido a responsabilidade de respeitar a vontade que o povo português deixou nas eleições".
O
líder do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou hoje o Governo socialista de estar a
desperdiçar a oportunidade de reforçar a credibilidade do País junto dos
parceiros europeus e de já estar a ensaiar uma estratégia de
desresponsabilização.
"Estamos
a desperdiçar oportunidades, todos os dias, de melhorar o sucesso que
poderíamos ter tido, se o Parlamento tivesse tido a responsabilidade de
respeitar a vontade que o povo português deixou nas eleições", disse
Passos Coelho, ao discursar no 42.º aniversário da JSD, no Inatel, em Almada.
O
dirigente social-democrata, que falava perante cerca de duas centenas de jovens
apoiantes, teceu duras críticas à alegada estratégia socialista de
desresponsabilização na venda do Banif, remetendo as culpas para o Governo
anterior, da mesma forma que pretende responsabilizar a União Europeia pela
eventual aplicação de sanções económicas.
Pedro
Passos Coelho lembrou, no entanto, que, ao contrário do que se pretende fazer
crer, a eventual aplicação de sanções não será da responsabilidade da direita
europeia, mas dos socialistas europeus.
"A
maior partes dos países europeus, hoje, tem governos socialistas. O presidente
do Eurogrupo, que diz que só não haverá sanções se o Governo português tomar
medidas e assegurar para futuro uma trajetória diferente, é socialista. O
comissário europeu (...) que trata destes assuntos das sanções, é socialista.
Esta matéria foi discutida no Eurogrupo e numa reunião com ministros das
Finanças Europeus. Nenhum defendeu Portugal e estava lá uma maioria de
socialistas", disse.
"É
caso para dizer ao nosso Governo: se a culpa for da Europa, acreditando nas
palavras socialistas, então a culpa é dos socialistas europeus. Mas deixem-me
ser preciso: a culpa nem é da Europa nem dos socialistas europeus, é de quem
gosta sempre de lavar as mãos para não ter de fazer aquilo que é preciso. E
este Governo tinha uma oportunidade extraordinária de ter mantido a direção de
credibilidade e confiança na economia portuguesa, que hoje seria bastante
importante para Portugal", acrescentou o líder social-democrata.
Pedro
Passos Coelho disse, ainda, que os socialistas estão a desperdiçar uma
oportunidade de reforçar a credibilidade junto dos parceiros europeus, ao
enveredarem por uma estratégia de recriminação, em vez de melhorarem as
condições para o crescimento da economia portuguesa e do emprego sustentável a
médio e longo prazo.
Passos
Coelho deixou claro que não só não concorda com a atual estratégia socialista,
como também não acredita numa correção do rumo traçado, até porque considera
haver um "gérmen bloquista" a tomar conta do PS.
"O
gérmen bloquista tomou conta do PS - não sei se com Syriza ou sem Syriza, não
sei em qual das fases -, mas isso preocupa-me porque a bloquização do Partido
Socialista só nos pode deixar apreensivos para futuro", afirmou o líder
social-democrata.
"Nós
tivemos sempre, historicamente, as nossas divergências em relação ao PS. Mas
tivemos também, com o PS, uma convergência importante -- apesar de todas as
divergências -, que garantiu que Portugal fizesse as revisões constitucionais
que o haviam de habilitar a não parecer um país mais soviético, quando a União
Soviética já tinha desaparecido na queda do muro de Berlim", concluiu
Pedro Passos Coelho.
Fonte:
tsf.pt
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