Em Portugal, o consumo de cerveja per capita estabilizou nos 46 litros em 2015, depois de se observar uma redução desde 2005, quando o consumo era de 61 litros.
Entre 2005 e 2014, o consumo de cerveja caiu de 61 litros per capita para 46 litros – menos 15 litros por pessoa.
No entanto, após anos consecutivos de redução, observou-se uma estagnação do mercado em 2015 com os valores de consumo de cerveja iguais aos do ano anterior, destacou o Público.
“O consumo de cerveja por habitante caiu 22% de 2010 a 2015. Em consequência, a produção de cerveja no mercado interno caiu 11% no mesmo período. Não desceu tanto como o consumo porque há uma compensação com as exportações”, afirmou Rui Lopes Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Cerveja (APCV).
“Todavia, a contribuição fiscal do sector nestes cinco anos aumentou 28%”, destacou, referindo-se ao Imposto sobre Álcool e Bebidas Alcoólicas – que deverá aumentar, de acordo com a proposta do Orçamento de Estado para 2017.
Rui Lopes Ferreira sustenta que os portugueses colocaram um travão nos gastos e deixaram de ir tanto a restaurantes, optando por cozinhar em casa.
E, como é na restauração, cafés e bares que se vende 63% da cerveja em Portugal, o presidente da APCV diz que não é de estranhar que esta alteração de comportamento tenha tido impacto direto nas vendas.
Os portugueses viram ainda o IVA da restauração aumentar de 13% para 23% em 2012, um agravamento que foi anulado em Julho pelo atual Governo.
O diretor de comunicação e relações institucionais da Sociedade Central de Cervejas (SCC, dona da Sagres e 100% detida pela Heineken), Nuno Pinto de Magalhães, explica que o recuo das vendas de cerveja foi provocado pela recessão económica e pelas condições climatéricas – porque quanto mais calor estiver, maior é o consumo de cerveja.
Em 2015, o mercado nacional “teve um ligeiro comportamento positivo em volume de cerca de 1%, refletindo as boas condições climatéricas do ano, o incremento do turismo e alguns sinais de recuperação económica”, afirmou ao Público.
Ainda assim, Nuno Magalhães destaca que as sidras e as cervejas premium registaram um aumento significativo no volume de vendas, tal como as inovações lançadas, que representaram 7% das vendas globais da empresa.
Já a Unicer, que detém a Super Bock, acredita que as cervejas têm superado os obstáculos e estão a recuperar graças à restauração, ao aumento do turismo em Portugal e aos investimentos que têm sido feitos para “diversificar a oferta”.
BZR, ZAP
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