A Universidade de Genebra e o Instituto de Estudos Internacionais não renovaram o contrato de Durão Barroso como professor convidado, devido ao seu vínculo ao Goldman Sachs, revela o jornal suíço Les Temps.
A mesma publicação revela que a decisão do “ex-aluno prodígio” se juntar ao banco de investimento norte-americano não agradou nada à Universidade.
“O mandato de José Manuel Barroso era por dois anos e chega ao final no fim deste ano. Nenhuma disposição no contrato previa a sua renovação”, anunciou o vice-reitor da instituição, Jacques de Werra.
“Cumpriu plenamente o seu mandato”, referiu o vice-reitor da Universidade. Questionado sobre se o novo emprego de Durão Barroso esteve na origem desta decisão, Jacques de Werra disse que essa é uma “questão abstrata, uma vez que não era esperado que o mandato fosse além de 2016″.
A empresa Goldman Sachs International é, segundo os analistas, uma das responsáveis pela crise financeira de 2008 e foi acusada de ter ajudado a Grécia a maquilhar as suas contas para tentar evitar o inevitável resgate financeiro do país.
Em julho, o ex-presidente da Comissão Europeia foi contratado como o novo “chairman” da instituição, tendo como papel principal ajudar a resolver os problemas causados pelo Brexit.
Antes do anúncio do seu novo emprego, Barroso já teria advertido a Universidade de Genebra que teria “menos tempo disponível”.
“Ele disse que, no futuro, teria pouco tempo disponível porque ia começar a trabalhar numa grande empresa. Mas disse que a notícia não nos ia agradar”, afirmou René Schwok, diretor do Global Studies Institute da Universidade de Genebra.
A Universidade enviou uma carta de agradecimento para Durão Barroso, mas o assunto suscitou várias críticas e reações negativas.
Dusan Sidjanski, um antigo professor de Barroso, disse ao Le Temps que encara o novo emprego do ex-aluno como “uma vergonha para a Europa” e “para a sua família”.
“Eu cortei todos os laços com ele, usou as instituições da UE para se lançar no pior banco mundial“, destacou o professor, considerando que Durão Barroso destruiu a sua reputação, e isso “mostra que ele é fraco”.
No entanto, Barroso não reagiu às criticas dos seus velhos amigos de Genebra.
Atualmente, o ex-presidente da Comissão Europeia também é professor convidado na Universidade Católica e professor visitante da Universidade de Princeton, nos EUA.
ZAP
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