Um nome grande da cultura gandaresa partiu para um lugar melhor, ontem, 28 de Dezembro.
Idalécio da Silva Cação faleceu em Aveiro e será trasladado para a sua terra natal, Moinhos da Gândara, amanhã, dia 30, onde será sepultado.
Fica aqui um breve historial da vida e obra deste autor:
IDALÉCIO da Silva CAÇÃO
Nasceu a 22 de Março de 1933, no lugar de Lafrana, freguesia de Alhadas, concelho da Figueira da Foz. A sua aldeia natal pertence hoje à freguesia de Moinhos da Gândara. Fez os seus estudos secundários na Escola Bernardino Machado da sua cidade, aí tendo concluído o Curso Geral de Comércio.
Com 21 anos, por razões de caráter profissional, passou a viver em Aveiro, mas conservando sempre as suas vivências gandaresas, que estão presentes como pano de fundo da sua obra de ficção. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde ingressou através dos primeiros exames ad hoc realizados no nosso país, tendo estudado sempre na condição de trabalhador-estudante.
Fez teatro amador no Círculo Experimental de Teatro de Aveiro e foi seu dirigente. Por essa altura, militava na oposição democrática, tendo feito parte da Comissão Administrativa da Câmara Municipal (Pelouro da Cultura), aquando do 25 de Abril. Logo após esta data, foi co-fundador do semanário aveirense Libertação, e membro da sua redação. Enquanto professor, pertenceu à Direção dos Professores da Região Centro. Colaborou nos suplementos literários do extinto Diário Popular, e do Jornal de Notícias, nas revistas Vértice (Coimbra) e Seara Nova, A Xanela (Galiza), Cadernos de Literatura Universidade de Coimbra), Encontro (Brasil), Gandarena (Mira), Letras & Letras (Porto), Mar Alto (Figueira da Foz), Revista da Universidade de Aveiro, Sol XXI e muitas outras publicações, entre elas, O Professor.
Dedicou-se à literatura escrita, conferências, tertúlias, após a aposentação, tendo efetuado cursos de escrita criativa para novos autores, deixando um testemunho ímpar sobre a Gândara, à semelhança Carlos de Oliveira.
Faleceu em 28 de Dezembro de 2016, em Aveiro.
Obras publicadas:
Nas Fronteiras do Tédio (poesia) – 1961; As Evidências e o Prisma (poesia) - (1963; Raízes na Areia (contos) – 1968; Os Sítios Nossos Conhecidos (crónica romanceada) – 1990; Daqui Ouve-se o Mar (contos) - 1991 (Prémio Literário Miguel Torga); Gândara Antiga (apontamentos etnográficos) – 1997; O Chão e a Voz (contos) – 1998; Sobre a Gândara e a Casa Gandaresa (algumas achegas) – 1999; Glossário de Termos Gandareses (lexicografia) – 2002; Memória de João Garcia Bacelar (romance) – 2005 (Prémio Tomaz de Figueiredo); Crónicas Gandaresas – 2006; Do Alto destas Ameias (romance) – 2008 (Menção Honrosa do Prémio Afonso Duarte);
O Jornal Mira Online agradece a António Canteiro pelas informações dispensadas e envia sinceras condolências à família enlutada.
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