Restos de batatas com 3.800 anos descobertos na costa canadiana do pacífico são “a primeira prova” de que as populações autóctones da América do Norte já cultivavam o tubérculo há quase quatro milénios.
O batatal, descoberto nas terras ancestrais da tribo Katzie, hoje pertencentes à província canadiana de Colúmbia Britânica, constitui “a primeira prova” de agricultura por parte dos povos caçadores-recoletores da região durante esse período, segundo um estudo publicado na edição de dezembro da revista Science Advances.
Os autores do trabalho, coordenado por Tanja Hoffmann e por arqueólogos da Universidade Simon Fraser, concluíram que as populações indígenas da região do noroeste Pacífico tinham aproveitado áreas pantanosas para aumentar a produção daquelas plantas alimentares selvagens.
A tribo local colocou provavelmente pedras para delimitar o terreno cultivado e impulsionar o crescimento dos ‘wapatos‘, o equivalente às atuais batatas.
Os investigadores encontraram também 150 fragmentos de utensílios moldados pelo fogo no local da escavação, que pensam ser as pontas de ferramentas que serviam para lavrar a terra.
O equivalente antigo da batata, que crescia entre outubro e fevereiro, era para as tribos indígenas uma importante fonte de amido durante os meses de inverno.
As escavações puseram a descoberto 3.768 ‘wapatos’, também conhecidos como “batatas índias”.
“Os restos que encontrámos estavam castanhos-escuros ou enegrecidos e, apesar de apenas a face exterior ter sobrevivido na maioria dos espécimes, alguns continham igualmente polpa no interior”, refere o estudo.
// Lusa
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