segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

ENTREVISTA: Carlos Roberto Loiola é um caçador de histórias sobre orquídeas!

"A estrambótica aventura do senhor Martius Von Gloeden. O caçador de orquídeas" é o primeiro romance de Carlos Roberto Loiola, um brasileiro que, no dia-a-dia, tem como incumbência exercer a magistratura, já que é juiz de profissão. Apaixonado por Orquídeas, "acho que está no meu ADN, pois minha mãe e minha avó também gostavam muito de plantas!"  o novel escritor estreou-se da melhor maneira: foi ele, o vencedor da quarta edição (2017) do Prémio Literário Carlos Oliveira.
Jornal Mira Online conversou com este simpático juiz-escritor e deixa, a partir de agora, um pouco do homem e da sua primeira obra...

Carlos Roberto Loiola é juiz em Belo Horizonte há 17 anos, mas já estuda orquídeas há mais de 20. Foi um dos "fundadores da Associação Orquidófila de Caxambu"  onde juntou outros orquidófilos "que estavam dispersos"  tendo, posteriormente, feito o mesmo trabalho em Divinópolis, ambas as cidades localizadas no interior do estado de Minas Gerais.
De seguida, voltou para Belo Horizonte, a capital do estado e, a partir desta altura passou a tratar do assunto da Orquidofilia "de uma forma mais reservada, em virtude da minha função. A paixão permaneceu e permanecerá para sempre... simplesmente, tive que me ajustar à situação".
Um confesso entusiasta da literatura "mais especificamente dos romances", foi o conjugar destas paixões que despertou o interesse em escrever sobre um "caçador de Orquídeas". Mas, aí reside a pergunta que se pede: Quem é este tal Martius Von Gloeden, o caçador de Orquídeas?

"Uma aventura louca"
"Este livro nasceu de uma aventura bastante estrambótica, bastante louca... ele nasceu do facto de que eu participava em reuniões sobre as Orquídeas e apercebi-me que as pessoas levavam as discussões muito a sério, quase que chegando às vias de facto por causa de coisas tão simples como a cor da planta, o nome ou se elas eram ou não Orquídeas, verdadeiramente. Era quase como se estivessem a discutir sobre equipas de futebol... uma verdadeira loucura!". 
Desta constatação nasceu, então, a ideia de escrever sobre o assunto e sobre as implicações que ele exercia sobre os apaixonados Orquidófilos, mas de uma forma menos densa...
Confessa que "o livro foi se escrevendo por si próprio... eu não tinha uma linha-mestra, apenas ideias dispersas que foram, ao longo do tempo, sendo anexadas umas às outras... levei cinco anos para completar o livro por causa disto: acabei por apagar muitas coisas, a reescrevê-las, pois pensava que "isto ou aquilo" não teria interesse para o leitor. Este livro, na verdade, é fruto de 5 anos de escrita e 18 anos de pesquisas..."
"Em toda a história" - continua o autor - "existe um pouco de histórico e de verdadeiro, mas sempre com a intenção de ser algo leve, divertido. Os personagens, por exemplo, são uma mistura de personagens naturalistas com Orquidófilos antigos. Misturei nomes de pessoas que viviam na época em que se passa o romance, no ano de 1855".
Mas, dentre tantos personagens que tinham alguma origem verdadeira, o personagem principal é fictício. A história é contada na primeira pessoa e o escolhido chama-se Izémané "que é um típico caipira mineiro... e, o mineiro é sempre uma pessoa que gosta de aumentar tudo o que conta (risos) na sua história e ainda apresenta "testemunhas" que nunca estão acessíveis às pessoas para que elas possam confirmar a veracidade daquilo que foi contado!" (mais risos).
Para completar o quadro da estrutura do livro, o autor ainda foi buscar Scotland Yard(!!!) para que esta pudesse descobrir a origem dos nomes das Orquídeas, aumentando ainda mais o suspense e ajudasse o leitor a perceber um pouco mais deste pequeno mundo botânico que recebe o nome de Orquídeas.
No fundo, o que Carlos Roberto Loiola queria, ao escrever o romance, era dar a conhecer às pessoas as pequenas particularidades da Orquidofilia, construindo a sua obra em cima de um lado histórico e, ao mesmo tempo, divertido. Para além disso, ele crê, piamente, "que os meus amigos Orquidófilos, ao lerem o romance, percebam um pouco que não é necessário levarem tão a sério, o tema... quero que eles percebam que as dúvidas podem ser resolvidas sem sobressaltos".

Está a escrever outro livro
Para encerrar, o autor responde que já se encontra a ser escrito "um segundo romance... este bem mais sério, a tratar de um assunto que não permite brincadeira: a inquisição". Assim, pode-se concluir que este mesmo homem que passou por Cantanhede este sábado, dia 20 de Janeiro, e falou sobre Orquídeas tem muito mais a dar ao mundo da literatura, não somente a brasileira.
Homem afável e bastante simples, Carlos Roberto Loiola mostra versatilidade na sua escrita. Utiliza factos históricos, que o obrigam a um constante e pormenorizado estudo sobre o que escreve e também, a criatividade de alguém que não gosta de levar a vida tão a sério.
Ter recebido um Prémio tão importante logo no seu livro de estreia é, sem dúvida, um fator impulsionador de grande dimensão para a sua obra.
Veremos, então o que virá a seguir...
Mira Online


Um comentário:

  1. Tive o enorme prazer em trabalhar com ele. Homem dono de uma inteligencia emocional incrível. Sou sua fã. Parabéns.

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