quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Eu, Psicóloga | Sobre números, escolhas e problemas da vida: o por quê escolhi Psicologia


Vira e mexe alguém me pergunta como escolhi a Psicologia. Como soube que essa seria a minha profissão. Conto a verdade e falo humildemente que tive uma inspiração divina com luzes e trombetas em um sonho e meu lado humanitário e bondoso quis ajudar o próximo , perdido em seus traumas e dores. Mentira! Não foi assim. A minha escolha não tem nada apoteótico ou hollywoodiano. É mais simples do que você imagina. 


Nunca fui aquela criança de sonhar. Não quis ser bailarina e tão pouco astronauta. Não quis ser médica e nem descobrir a cura para algo milagroso. Não sei se não aprendi a sonhar , mas aprendi cedo que a vida não era essa fantasia que as pessoas imaginam ser. Come on, eu era uma criança que assistia noticiário!

Mas eu era uma daquelas crianças que as pessoas por algum motivo que não sei explicar, achavam prodígio. Nunca dei trabalho na escola, nunca peguei recuperação e a única nota vermelha que tirei em toda a minha vida acadêmica foi em matemática, quando eu tinha nove anos. Preste atenção, aqui começa a revelação.

Foi tão traumático aquele momento da minha vida, que nunca mais tirei uma nota vermelha. Mas também nunca mais me simpatizei com essa matéria. Ela se tornou minha rival. Acho que por isso ir para a área de humanas foi tão natural. Eu queria fugir dos números. Pronto ! Você descobriu! Vou repetir: eu queria fugir dos números. Nada de bem humanitário. 

Escolhi psicologia e quão foi a minha triste surpresa , quando descobri que tinha estatística. Sim, pode rir. Não era apenas um semestre, mas dois. A única coisa que eu achava que precisaria dos números nesse ponto da minha vida, era para saber quanto um paciente iria me pagar e só. Terrível engano. Os números me perseguiam novamente, mas dessa vez , eu estava disposta a não me deixar vencer por eles.

Não sei se foi a determinação , o pensamento positivo, ou os tratos que eu fazia com Deus , implorando que me fizesse entender e me deixasse passar. Bom, passei. Mas de longe foi ali que a minha neura com os números pararam.

O tempo passou, a idade chegou pesando aos poucos e com isso os números voltaram a me aterrorizar. Eu sei, agora estou sendo dramática, pois nem cheguei aos 40 . Preciso levar isso para a terapia. Mas é claro que Psicólogo faz terapia e tem problemas , caso você esteja aí se questionando.

É o número do colesterol no exame que me mostra que estou precisando maneirar no hambúrguer. A calça já saiu do 38 faz tempo. Ontem contei e tirei cinco cabelos brancos. CINCO! E não para por aí. Os números estão em toda parte tentando me escravizar e me derrotar. Eles estão no números de horas que não dormi fazendo prontuários, eles estão na minha conta bancária me mostrando que esse mês está tudo bem, mas mês que vem... Só Deus sabe!

Os números estão em toda parte. Não tenho como fugir deles. Mas esse texto não é para falar sobre eles, embora até aqui eu esteja dando um baita ibope para ele. Tão pouco esse texto é para falar da minha escolha profissional ( te peguei né ?). Esse texto é para te mostrar que sempre teremos algo que será nosso ponto fraco. Algo que nos perturba e nos tira o sono. Pode ser o filho que não obedece, o emprego que não vem, a crise econômica, a dor de cabeça, mas pode ser principalmente , fatores emocionais, como a baixa autoestima, o auto boicote frente as conquistas, a ansiedade, depressão e por aí vai.

A questão aqui é te mostrar que todos nós temos uma ou varias áreas que nos atormentam, que rouba a nossa paz. Porém você pode tentar fugir dela e descobrir que ela irá te encontrar na esquina ou você pode enfrentar e mostrar quem manda nessa bagaça. Leia de novo essa ultima frase. Volta lá, eu te espero.

“Todos nós temos uma ou varias áreas que nos atormentam, que rouba a nossa paz. Porém você pode tentar fugir dela e descobrir que ela irá te encontrar na esquina ou você pode enfrentar e mostrar quem manda nessa bagaça.”

Os números não são meu único ponto fraco. Sou humana e assim como você tenho várias dificuldades, medos e inseguranças. Mas sei que o melhor que posso fazer é enfrentar o que me perturba e quando não consigo enfrentar sozinha procuro ajuda ( calculadora serve né?). 

O importante é você perceber que na vida sempre teremos algo que irá nos perturbar e tentar nos destruir. Pode ser algo simples como os números ou pode ser algo bem traumático. Não importa! A dor e a dificuldade é só sua e portanto, cabe somente a você procurar enfrentar, como e quando irá enfrentar. O modo como você lida com seus problemas é que irá determinar quem sairá vitorioso. Você pode fugir, você pode se esconder, mas você nunca poderá fingir que aquilo que te atormenta não existe. Então , cá entre nós, vamos enfrentar isso e ser feliz?


A escolha é sua! 


Apresentação do Mapa de Sessões de Colheitas de Sangue a realizar no ano de 2018 no Posto Fixo da ADASCA em Aveiro


Todas as formas de divulgação

 possíveis são bem-vindas!

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