O
ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede regressa no próximo
fim-de-semana para mais cinco espetáculos, desta vez em Cantanhede,
Tocha, Cordinhã, Casal (Cadima) e Ourentã.
Depois
da estreia “em casa” na jornada inaugural, o Grupo Cénico do
Clube União Vilanovense cumpre a sua etapa de itinerância no
sábado, 17 de fevereiro, a partir das 21h30, na sede do Rancho
Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede, onde vai apresentar a
peça “Um Hotel Modelo”.
Nesta comédia de autor desconhecido, os acontecimentos decorrem num
empreendimento hoteleiro gerido por um surdo e um meio cego contando
com a colaboração de um criado que de servir sabe pouco. É neste
contexto propício a equívocos que um amor proibido enfrenta
desafios inesperados.
No
mesmo dia, igualmente às 21h30, o GATT – Grupo Amador de Teatro da
Tocha apresenta, na sede da Associação Recreativa e Cultural 1.º
de Maio da Tocha, “Os
Turistas”, comédia
sobre um grupo turístico que visita um museu perto de Coimbra sem
se aperceber que entre eles há um louco fugitivo do manicómio.
Trata-se de uma comédia adaptada de uma peça original de Luís
Gonçalves, à qual foram introduzidas algumas alterações pontuais
que conferem mais atualidade ao desenrolar dos acontecimentos.
Também
no sábado, e ainda às 21h30, o Grupo de Teatro da Associação
Cultural e Desportiva do Casal sobe ao palco
da sede desta associação da freguesia de Cadima para representar
“Confissões”
e “Vamos Cortar na Casaca
– 2018”, dois originais
de Manuel da Silva Barreto.
“Confissões”
é uma comédia em que várias personagens com diferentes maneiras de
entender o que é ou não é pecado vão à confissão, onde tentam
provar ao Padre Confessor que as suas eventuais falhas só podem ser
culpa de outrem. Já “Vamos
Cortar na Casaca 2018” é
uma rábula
a partir de uma entrevista a presidentes de três entidades políticas
– de âmbito nacional, municipal e local –, que são confrontados
com perguntas embaraçantes da parte de jornalistas, munícipes e
fregueses.
A
jornada de sábado inclui ainda o espetáculo do Cordinha d’Água,
Teatro do Rancho Folclórico “Os Lavradores” de Cordinhã, que se
estreia no salão da Associação de Instrução e Recreio de
Cordinhã, às 21h30, com “Eva,
a Pequena Estrela”, da
autoria de Manuel Tomé. A história de Eva, uma menina de seis anos,
desenrola-se entre o Brasil e Portugal, quando ela entra
inocentemente num porão de um barco de traficantes de animais que a
leva até Terras de Vera Cruz. Peça centrada no convívio da criança
com os bichos, “num enredo impregnado de ternura, lealdade,
amizade, amor e, sobretudo, de vontade de vencer”.
Finalmente,
no domingo, 18 de fevereiro, às 15h30, é o Grupo Cénico do CSPO –
Centro Social e Polivalente de Ourentã que apresenta no salão desta
instituição a comédia “A
Farsa do Advogado Patelino”,
a partir de um original francês do final do século XV, “La farce
de maître Pathelin”. Trata-se de uma comédia
de costumes sobre as peripécias de um causídico esperto e ardiloso
que, com a ajuda da sua astuciosa mulher, engana um comerciante
simplório. Depois de ter defendido e conseguido a absolvição de um
pastor em tribunal, num processo que lhe foi instaurado pelo tal
comerciante, o jurista vê-se tomado nas teias que ajudara a tecer: o
pastor recorre à estratégia que lhe havia sido instruída e
recomendada para agora ludibriar também o próprio advogado.
Sobre
o Grupo Cénico do Clube União Vilanovense
A
origem do Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense remonta ao
início do século passado, quando um conjunto de entusiastas formou
um agrupamento cénico de carácter amador na localidade. Fundado em
1913, durante anos o grupo era constituído maioritariamente por
homens, o que obrigava a que alguns papéis femininos fossem
interpretados por elementos do sexo masculino.
A
sua atividade tem sido quase contínua desde a sua existência, tendo
interrompido as representações apenas nas décadas de 1940 e 1970,
mas nunca por períodos superiores a um ano. Na primeira década de
existência, funcionou sem sede própria, apresentando as peças numa
adega particular, até que, em 1926 foi inaugurada a sede do Clube
União Vilanovense num imóvel que ainda hoje é a casa-mãe da
coletividade.
Atualmente,
são cada vez mais os jovens que se dedicam às artes cénicas e à
expressão dramática. Todos são atores amadores, sendo de salientar
o facto de muitos frequentarem ações de formação neste domínio,
designadamente as que a Câmara Municipal de Cantanhede tem vindo a
promover, sob orientação de atores profissionais.
Além
da representação, há outras vertentes, desde o grupo coral e
respetivos músicos, passando pela execução de tarefas de produção,
como a montagem dos cenários, preparação dos adereços, iluminação
e som, as quais estão a cargo de elementos que trabalham arduamente
para que os espetáculos atinjam a melhor expressão artística
possível.
Geralmente
o Grupo de Teatro do Clube União Vilanovense estreia no Dia de Natal
uma nova peça, uma preocupação que se repete também em cada
edição do Ciclo de Teatro Amador no Concelho de Cantanhede, não só
para despertar o interesse do público, mas também para motivar os
elementos para novos desafios artísticos.
Depois
de um interregno de cerca de três anos que manteve o Grupo afastado
das participações no Ciclo de Teatro, que havia participado na
primeira edição do certame, volta agora a integrar o programa do
Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede, numa produção do
Grupo Bombarda – secção do Clube União Vilanovense.
Sobre
o GATT - Grupo Amador de Teatro da Tocha
As
origens do GATT – Grupo Amador de Teatro da Tocha ninguém as sabe
ao certo e também não existe nenhum documento escrito onde estejam
registadas. São os elementos antigos com mais anos de casa que
contam, entre as memórias que ainda surgem, os momentos mais
marcantes de que há lembrança.
Os
ensaios decorriam na antiga sede, localizada na Rua Dr. José Gomes
da Cruz. A primeira peça foi levada à cena na década de 60, no
antigo Grémio de Instrução e Recreio da Tocha, onde se realizavam
os bailes (no atual café Esplanada), mas a continuidade perdeu-se.
É
na década de 70, pelas mãos de Júlio Garcia Simão, encenador e
antigo funcionário do Rovisco Pais, que o Grupo de Teatro ganha novo
alento. Mais tarde é substituído por Américo Guímaro, que levou à
cena a peça "A Forja", também encenada no Festival de
Teatro de Montemor-o-Velho. É com ele que se estreia a peça "Frei
Thomaz".
Segue-se
novamente um período de interregno, onde apenas se fazem alguns
"sketches", para em 1984 Júlio Campante, de Coimbra mas
casado com a professora da escola primária da Tocha, dar uma nova
dinâmica ao Grupo Amador de Teatro, que com ele começou a atuar em
palcos um pouco por todo o país.
O
bichinho do teatro ficou de vez, e já na sede da Associação
Recreativa e Cultural 1.º de Maio da Tocha, "o salão encheu-se
um punhado de vezes". A população aderia aos espetáculos e é
com o Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede e a participação no
certame que o grupo se revitaliza e se consolida, ficando apenas
marcada por um interregno de um ano, em 2003, devido a um vazio de
direção instalado, e em 2012, por doença do ator principal,
Américo Romão.
O
Grupo de Teatro Amador da Tocha já levou a palco diversas peças de
diferentes estilos, tais como "A Casa dos Pais", "Entre
Giestas", "A Mala de Bernardete", "Serão Homens
Amanhã", "Há Horas Diabólicas", "As Duas
Cartas", "Uma Sardinha para Três", "Terra
Firme", "Frei Thomaz", levada a palco na década de
1970 e que em 2009 voltou a estar em cena, seguida de “Falar
Verdade a Mentir”, “A Forja”, “O Doente Imaginário”, uma
adaptação do original da autoria de Molière, “Verdades e
mentiras da vida real”, um original da autoria de José Maria
Giraldo, e Desejo Voraz, peça com que encerrou a 18.ª edição do
Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede. Na anterior do
certame interpretou “As duas cartas” da autoria de Júlio Dinis.
Sobre
o Grupo de Teatro da ACDC – Associação Cultural e Desportiva do
Casal
O
Grupo de Teatro da Associação Cultural e Desportiva do Casal foi
fundado em 24 de outubro de 2004, sendo constituído na altura por 16
elementos. Estreou-se em palco no dia 26 de dezembro do mesmo ano com
a realização de Festa de Natal/Teatro levando a palco variedades
das quais se salienta a comédia “O cliente tem sempre razão” da
autoria de Manuel Silva Barreto.
A
29 de janeiro de 2006 levou a palco, em conjunto com outras peças, a
comédia da autoria de Manuel Silva Barreto “Médico de Família”
que foi também apresentada em maio de 2008, pelos mesmos atores, na
festa dos Missionários Combonianos em Coimbra.
A
17 de março de 2007, o grupo representou, entre outras, duas peças
de Teatro da autoria de Manuel Silva Barreto, o drama “Vida e Morte
de Santa Iria” e a comédia de “A falar é que a gente se
entende”.
No
ano de 2008 foram novamente apresentadas peças cómicas da autoria
de Manuel Silva Barreto, nomeadamente “O Trata Tudo”; “Encontro
de Velhas Amigas” e “Vamos Cortar na Casaca”. Esta sessão de
teatro teve repetição na sede da coletividade a 23 de fevereiro, e
em Alqueidão a 2 de março do mesmo ano.
A
7 de março de 2009 o grupo levou a palco um drama e duas peças
cómicas da autoria de Manuel Silva Barreto, “Vida ou Morte – uma
questão de consciência”, “Parto Complicado” e “Vamos cortar
na casaca”.
No
ano seguinte o grupo encenou as peças “O Polícia - Autoridade sem
Autorização” e “A Estrela do Circo”, de autor desconhecido,
ao que se juntou a versão atualizada de “Vamos cortar na Casaca –
2010” da autoria de Manuel da Silva Barreto.
A
participação do grupo na 13.ª edição do Ciclo de Teatro Amador
do Concelho de Cantanhede concretiza-se com a encenação de “Os
Fora da Lei”, “Isto é volta de Bruxedo” e “Vamos Cortar na
Casaca – 2011”, trabalhos da autoria de Manuel da Silva Barreto.
E
em 2012, assumindo uma vez mais a abertura do Ciclo de Teatro Amador
do Concelho de Cantanhede, o grupo apresenta de novo três peças
originais, também da autoria de M.S. Barreto, ”A Partilha”,
“Namoro Proibido” e “Vamos Cortar na Casaca – 2012” e na
edição anterior deste Ciclo de Teatro o grupo estreou uma nova
peça, intitulada “A Herança” leva a palco mais três comédias
originais, à qual se juntou a atualização da sátira cantada
“Vamos Cortar na Casaca”.
Em
2013, levou a palco as comédias “Encontro de velhas amigas”, “Eu
sou um grande médico” e “Vamos cortar na casaca – versão
2013”. Em 2014 encenou “A herança” e “Vamos cortar na casaca
– versão 2014”. Em 2015 apresentou-se com “Projeto industrial
de dois palhaços”, “Geração de viúvas” e “Vamos cortar na
casaca – versão 2015”. Em 2016 encenou “Vida ou morte: uma
questão de consciência”, “Um falso confessor” e “Vamos
cortar na casaca – versão 2016” e na anterior edição do
certame “Experiência Fatal”, “Namoro Confuso” e “Vamos
cortar na casaca – 2017 Versão Parlamento Aberto”
Sobre
o Rancho Folclórico "Os Lavradores" de Cordinhã
O
grupo foi fundado em 19 de outubro de 1978 por iniciativa do pároco
da freguesia, chamado Fernando, e de um grupo de pessoas convidadas
para o efeito, entre elas o músico Arsénio Cavaco. Cinco anos
depois, mais propriamente no dia 17 de fevereiro de 1983, foi
legalizado por escritura pública no Cartório Notarial de Cantanhede
e publicado no Diário da República III Série, n.º 81 de 8-4-1983
como Associação Cultural e Recreativa, denominada Rancho Folclórico
de Cordinhã.
Este
rancho esteve em atividade 15 anos consecutivos seguindo-se um breve
interregno de cerca de três meses. Posteriormente reiniciou a sua
atividade com a designação de Rancho Folclórico "Os
Lavradores” de Cordinhã, que ainda hoje mantém.
Neste
momento, ao grupo de adultos junta-se o grupo juvenil-infantil
composto por 20 crianças, servindo simultaneamente de escola de
folclore.
Integrado
nesta associação está o grupo Cordinha
d'Água Teatro, composto
por pessoas de todos os escalões etários, que participa nos Ciclos
de Teatro da Câmara Municipal de Cantanhede e nos Ciclos de Teatro
organizados pelo INATEL, onde se encontra inscrito.
Sobre
o Grupo Cénico do C.S.P.O. – Centro Social e Polivalente de
Ourentã
Constituído
por cerca de 25 elementos, entre atores, atrizes e demais
colaboradores, o Grupo Cénico do C.S.P.O. – Centro Social e
Polivalente de Ourentã fez renascer na freguesia uma tradição
local que há muitos anos se encontrava sem atividade.
A
primeira formação teatral conhecida remonta a 1936, cujas atuações
permanecem ainda na memória de alguns dos residentes mais velhos
como acontecimentos importantes na dinamização sociocultural da
comunidade. Depois de vários períodos de interrupção, o último
dos quais de vinte anos, devido a dificuldades no relacionamento
entre a direção então eleita e o proprietário do imóvel que
servia de sede à coletividade (Centro de Recreio Popular de
Ourentã), o
teatro
voltou a ter expressão em Ourentã em 2003, ano em que um conjunto
de entusiastas mobilizou esforços e vontades para criar
um
grupo
cénico no âmbito da valência cultural do Centro Social e
Polivalente de Ourentã, que havia sido fundado em 1995.
Para
além do objetivo de fazer reviver uma tradição antiga na
freguesia, na base da iniciativa esteve também a motivação dos
promotores em fazer representar a instituição no Ciclo de Teatro
Amador, programa da Câmara Municipal com reconhecido alcance
cultural e grande notoriedade em todo o Concelho.
Depois
do afastamento de Laurindo Francisco, em 2005, por motivos de saúde,
Abel Ribeiro ficou a coordenar o grupo, cujos elementos têm
participado nas ações de formação que a autarquia cantanhedense
tem vindo a promover, sob orientação de atores profissionais.
Segundo
os seus responsáveis, estas ações têm sido um fator muito
importante na valorização técnica e artística dos intervenientes,
ao mesmo tempo que têm permitido tirar melhor partido dos recursos e
alargar os horizontes do grupo na produção dos espetáculos.
O
financiamento da sua atividade é assegurado pelo CSPO, que também
gere as receitas provenientes de outros apoios e subsídios, entre os
quais o que é atribuído pela Câmara Municipal no âmbito dos
ciclos de teatro.
Os
ensaios decorrem normalmente na sede do CSPO ou, quando isso não é
possível, num dos salões da Junta de Freguesia de Ourentã. O
trabalho é desenvolvido ao longo do ano com a regularidade possível,
de acordo com a disponibilidade das pessoas envolvidas, muitas vezes
com grande sacrifício.
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