Esta segunda-feira (12) começa com a notícia de que os servidores dos Correios entraram em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada por conta das mudanças feitas nos planos de saúde, as quais os funcionários são contra, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). A alteração prevê que o pagamento de 25% das mensalidades do serviço seja feito pelos empregados, bem como exige a retirada de dependentes dos contratos.
O benefício ainda poderá ser reajustado conforme a idade, e as mensalidades dos planos de saúde agora poderão chegar a R$ 900, de acordo com a Fentect em sua publicação. A empresa ainda ressalta que o salário médio dos trabalhadores dos Correios é de R$ 1,6 mil, considerado “o pior salário entre empresas públicas e estatais”.
Situação do e-commerce
Diante dessas mudanças, carteiros de todo o Brasil amanheceram esta segunda-feira (12) de braços cruzados, numa atitude de que deve afetar o e-commerce nacional e internacional. Além disso, não há uma previsão de quando ela será finalizada.
A paralisação teve início na noite deste domingo (11), para que os funcionários que trabalham no período da noite também pudessem aderir ao movimento. O julgamento sobre o plano de saúde dos trabalhadores está marcado para amanhã (13) no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Todavia, existem outras questões que precisam ser negociadas.
A situação é considerada gravíssima pelos Correios, em especial por conta dos recentes acontecimentos, como o aumento abusivo no frete de suas mercadorias (algo que o Mercado Livre e a Netshoes, inclusive, entraram com um recurso contra).
Recentemente, os Correios haviam divulgado que as encomendas poderiam ser rastreadas em tempo real através de CPF ou CNPJ, e também anunciaram que implementariam diversos novos recursos com tecnologia atualizada, como o Clique & Retire, as caixas inteligentes e os lockers.
Reivindicações e demandas
A mobilização nacional da categoria foi aprovada em assembleias e sindicatos, e parte das reivindicações são diretamente contra as alterações feitas em planos específicos, tais como o de cargos, carreiras e salários. As alterações preveem terceirização na área de tratamento (com a extinção de operadores internos de triagem e transbordo), a privatização da estatal e a suspensão das férias dos trabalhadores, bem como um encerramento de diferencial de mercado. A redução do salário dos funcionários administrativos também está em pauta.
Dentre as demandas, a segurança e o fim dos planos de demissão estão entre as mais pedidas. Além disso, os servidores dos Correios também exigem que a gigante de entregas contrate novos funcionários através de concursos públicos, o que vai diretamente contra a decisão da empresa de fechar mais de 2.500 agências próprias em todo o Brasil.
A questão das encomendas com preços abusivos
Em nota, a Fentect também esclareceu que o recente ajuste nos valores de entregas de encomendas é realmente abusivo. A federação discorda dos aumentos cobrados e afirma que “nenhum benefício é pago ao trabalhador por esse motivo, bem como nenhum adicional”.
No fim de fevereiro, a agência tinha anunciado que começaria a cobrar uma taxa extra de R$ 3 para encomendas destinadas ao Rio de Janeiro, por conta da violência que estaria colocando as cartas e mercadorias, bem como seus próprios funcionários. No entanto, a decisão foi tratada pela Justiça Federal e a cobrança foi suspensa.
Os Correios se defendem
Ainda de acordo com a Fentect, a estatal tem tido parte de suas verbas retiradas pelo governo federal nos últimos anos, e não tem obtido retorno. “Com todos os erros e ingerências políticas na administração dos Correios, a direção da estatal promove essas e outras retiradas de direitos dos próprios trabalhadores, responsabilizando-os pelos danos da ECT”, justifica a federação.
Em uma nota voltada à imprensa, os Correios confirmam que não estão conseguindo sustentar financeiramente o plano de saúde de seus funcionários. “A forma de custeio do plano de saúde dos Correios segue, agora, para julgamento pelo TST. A empresa aguarda uma decisão conclusiva por parte daquele tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os Correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos”.
De uma forma ou de outra, a infeliz máxima permanece: a população é quem sai prejudicada.
Fonte: Correios, Agencia Brasil
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