terça-feira, 13 de março de 2018

Condutores seguem matando no país e MTC manifesta vontade de rever diploma sobre inspecção de veículos

A sinistralidade rodoviária causou pelo menos 22 óbitos e 37 feridos, dos quais 17 com gravidade, entre 24 de Fevereiro passado e 02 de Março corrente, em algumas estradas moçambicanas, segundo a Polícia, que aponta o excesso de velocidade e a má travessia de peões como as principais causas. E apela à prudência na hora de ir ao volante, enquanto o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) mostra vontade de efectuar alterações no diploma ministerial sobre a inspecção de veículos, com vista a adequá-lo à actual situação.
Na semana em alusão, houve registo de 31 acidentes de viação, 19 dos quais do tipo atropelamento, quatro choques entre carros, cinco despistes e capotamento, entre outros.
A Polícia de Trânsito (PT) deteve 11 automobilistas por pretensa tentativa de suborno e encarcerou igualmente 37 supostos condutores ilegal.
Os supostos automobilistas ilegais alegaram que tinham esquecido os documentos que lhes habilitam a se fazerem ao volante, mas alguns deles não foram capazes de provar que tenham passado por alguma escola de condução, segundo Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), em contacto com a imprensa.
O agente da lei e ordem reiterou o apelo aos condutores no sentido de verificarem o estado mecânico das suas viaturas antes de se fazerem à via pública. Refira-se que, numa outra operação, a Polícia recuperou nove armas de fogo, duas das quais do tipo AK-47 e 43 munições para armas de diversos calibres.
Dados da Polícia sugerem que, desde Janeiro deste ano, a sinistralidade rodoviária matou mais de 117 pessoas e deixou perto de 400 feridos, dos quais mais de 180 graves.
De Janeiro a esta parte, a só na Estrada Nacional número quatro (EN4) houve 76 acidentes de viação que resultaram em mortes e feridos.
Reagindo em torno deste problema, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse, na quinta-feira (08), que será revista o diploma ministerial sobre a inspecção de veículos [Diploma Ministerial 56/2003, de 28 de Maio].
Os veículos automóveis e reboques são submetidos à inspecção obrigatória desde Fevereiro de 2010. Carlos Mesquita entende que a sinistralidade rodoviária resulta, grosso modo, das deficientes mecânicas de viaturas.
Recorde-se que, num Simpósio de Segurança Rodoviária, realizado em Dezembro de 2017, na capital do país, as autoridades que lidam com esta matéria disseram que o grosso dos acidentes de viação, parte dos quais culminam em morte, ocorrem, com frequência, das 15h00 às 21h00, durante os fins-de-semana, na cidade e província de Maputo, Sofala e Nampula.
Os acidentes mais arrepiantes envolvem os transportes semi-colectivo de passageiros e aponta-se o excesso de velocidade, as manobras perigosas, a condução sob efeito de álcool ou substâncias psicotrópicas como as principais causas.
Na altura, Filipe Nyusi, Presidente da República, disse que “não podemos continuar a assistir, de forma impávida e serena, a esta calamidade pública. Mais do que palavras urge responsabilizar aqueles que são os causadores desta desgraça”.

Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique

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