Os estivadores do Porto de Lisboa iniciam esta segunda-feira duas semanas de greve ao trabalho suplementar, em virtude de «práticas anti-sindicais» da parte do grupo Yilport.
Estivadores queixam-se de práticas anti-sindicais que ocorrem nos portos Tiago Petinga / Agência LUSA |
A greve dos estivadores do Porto de Lisboa ao trabalho suplementar iniciou-se hoje às 8h e decorrerá até à mesma hora do dia 2 de Junho, conforme informou o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL).
Em comunicado, o SEAL referiu que o pré-aviso de greve, emitido no dia 6, abrange todo o trabalho para lá do período normal, em dias úteis, e «sobre todo o trabalho em sábados, domingos e feriados», entre as 8h de segunda-feira e as 8h de 2 de Junho.
O sindicato afirmou, na altura, que tinha «algum optimismo moderado» num «entendimento global» na reunião realizada na passada quinta-feira, «a última que seria possível realizar antes de a anunciada greve se tornar efectiva».
«Para nosso espanto, chegou ao nosso conhecimento que, na véspera da reunião, o grupo Yilport tinha subido mais um degrau nas suas práticas anti-sindicais, determinando que seria averbada falta injustificada e, adicionalmente, seria impedido de retomar o trabalho nas 24 horas seguintes qualquer trabalhador, dos seus quadros ou da pool, que não comparecesse na empresa em virtude da realização de qualquer reunião de trabalhadores que as mesmas, unilateral e discricionariamente, considerassem "ilegal"», lê-se no documento.
O sindicato acrescentou que outras «práticas anti-sindicais» estão a ser analisadas pelo Ministério Público e que vários exemplos estavam enumerados no pré-aviso de greve, sublinhando que a empresa manteve a sua posição na reunião de quinta-feira.
«O representante da empresa do grupo Yilport dividiu-se entre as ordens que alegadamente teria que receber de Istambul e a sua argumentação jurídica tão radical e incompreensível que nem os seus próprios pares a corroboram», informa o comunicado.
No texto do pré-aviso de greve acrescenta-se também como motivos os impasses na actualização salarial e na distribuição do trabalho do porto.
Agência Lusa
Fonte:abrilabril
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