sexta-feira, 22 de junho de 2018

Saudação da Conferencia Europeia das Igrejas por ocasião do 70º aniversário da fundação do Conselho Mundial de Igrejas



“ Caminhar juntos, ao serviço da justiça e da paz”

Com alegria a Conferencia Europeia das Igrejas celebra o 70º aniversário da fundação do Conselho Mundial de Igrejas. A nossa comunhão congratula a vossa comunhão por esta celebração que nos impressiona e pela vossa história cheia de fé e dedicada a construir uma família global de Igrejas que querem caminhar juntas ao serviço da justiça e da paz.

O CMI, como muitas outras expressões ecuménicas de reconciliação quer nacionais quer regionais, nasceu das cinzas de um conflito global, que deixaram atrás de si milhões de mortos e pouca esperança numa paz duradoura. Enquanto a Europa ainda fumegava, o CMI surgia como um farol não apenas para as Igrejas, mas para a humanidade, no seu comprometimento pela unidade e pela paz com justiça através do aprofundamento de relações, apesar de todas as diferenças profundas de cultura, politica e até religiosas. Esta luz continua a brilhar até ao dia de hoje.

Nas décadas que se seguiram o CMI lançou diálogos teológicos corajosos, que só se tornaram possíveis pelo seu estatuto único no mundo ecuménico. Estas conversações fizeram a diferença não apenas para os participantes e para as suas comunidades de origem, mas deram vida ao imperativo bíblico que diz: “que todos sejam um”. Pelo discernimento da oração através da comunhão, as Igrejas puseram-se acordo em aspetos fundamentais da fé cristã, incluindo acerca do batismo, eucaristia, ministério e eclesiologia. Paralelamente o CMI cresceu em número e diversidade, e beneficiou deste crescimento para realizar a sua tarefa ecuménica. A qualidade global de todos os trabalhos do CMI conduziram a um comprometimento mais forte e mais claro no combate contra as estruturas da injustiça. As diferentes experiências partilhadas em conjunto e em comunhão permitiram um profundo testemunho no que diz respeito a questões raciais, de justiça em relação ao género, os direitos das crianças, a proteção dos recursos naturais e no comprometimento com a sustentabilidade em todas as suas formas. Foi assim, sem dúvida, que o CMI estimulou as Igrejas a enfrentar novos desafios e novas alegrias.

A vossa história é ricamente interligada com a nossa. Olhando para trás, os nossos povos, as nossas igrejas, e as nossas preocupações foram coincidentes. A Europa tem sido muito abençoada pela inspiração ecuménica global. Da Federação Mundial de Estudantes Cristãos (WSCF) e da marcante Conferencia Missionária de Edimburgo em 1910, surgiu a proposta da parte das Igrejas de Constantinopla, para se formar uma “liga de Igrejas” que haveria de seria a raiz da fundação do CMI em Amesterdão em 1948. Mais uma vez olhando juntos para trás, temos novamente a possibilidade de renovar as nossas relações e reinterpreta-las á luz dos novos desafios do séc. XXI. Saudamos na Europa realização da sua 11ª Assembleia, e oramos para que possa ser um tempo significativo de partilha para o movimento ecuménico global.

Há medida que celebramos o que foi conseguido nos últimos setenta anos em comunhão, damos graças por esta oportunidade única de responder á chamada de Deus para a unidade, missão, justiça e paz e que foi providenciada pelo CMI. Que o CMI possa continuar a ser uma inspiração para as igrejas e povos da Europa e para a comunhão global que enriquece a nossa peregrinação conjunta em direção á justiça e á paz.

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