quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Eu, Psicóloga | 10 pecados capitais que o psicólogo não deve JAMAIS cometer




Psicólogo não é perfeito e eventualmente vamos errar. Mas tem algumas coisas que durante o atendimento , no trato com o paciente são inadmissíveis. E vamos combinar, as situações listadas abaixo não devem acontecer com nenhum profissional. 


1- Comer na frente do paciente 

Fome todos nós temos e quando você passa um bom tempo atendendo é preciso reservar um tempo entre um paciente e outro para se alimentar. É totalmente deselegante o psicólogo durante o atendimento comer na frente do paciente. Esporadicamente, no caso de uma sessão extra pedida pelo paciente e marcada no horário de uma refeição, por exemplo, peça licença ao paciente e coma um lanche rápido. Comer na sessão mostra desrespeito pelo paciente. 

2 - Atender ao telefone 

Emergências acontecem. O terapeuta pode ter de atender um paciente internado ou com risco de suicídio, por exemplo. Nesse caso, o mais aconselhável é avisar antecipadamente ao paciente que isso pode acontecer e ser breve. Se existir essa possibilidade, o terapeuta deveria dizer que, em caráter excepcional, pode ser necessário atender a uma ligação urgente. Mas isso deve ser raro, não pode se tornar um hábito. Atender a ligações de outro tipo é desaconselhável. Imagine quando se interrompe um comunicado [do paciente] de intenso conteúdo emocional bem no meio. A compreensão, ao ser fragmentada, perde todo o sentido. O paciente se sente deixado em segundo plano. Como é que se conserta isso depois?

3- Tomar notas em excesso
  
A figura do analista com um bloquinho na mão, que aparece em charges e filmes, é um falso símbolo da psicanálise. Freud não anotava durante as sessões porque isso fragmenta a compreensão da situação da análise. Quem interrompe para tomar notas perde o fio da meada. O pensamento é muito mais rápido do que a palavra escrita. E o paciente se sente perseguido.

Anotações , quando ocorrem, podem ser feitas rapidamente por meio de palavras-chave, como lembretes para serem "recheados" com conteúdos nos intervalos entre sessões. Quem trabalha frente a frente com alguém deve preservar o olhar e a atenção.

4 - Atrasar-se para a sessão 

O terapeuta pode ter que ficar mais tempo com um paciente, o que acarretará atrasos nas sessões seguintes. Mas, de novo, isso não deve ser hábito. Quando o profissional estender a sessão desse cliente, ele saberá que os atrasos devem-se ao acolhimento para quem precisa, em contraposição à regra fria de que a sessão dura "X" minutos. Claro que atrasos acontecem e quando a demora é grande, o terapeuta deve dar satisfação a quem aguarda. 

O atraso é muito comprometedor. O psicólogo deve sempre aguardar o paciente, para que ele tenha uma sensação de constância dentro da instabilidade afetiva que o traz ao tratamento. Como interpretar atrasos constantes de um paciente, que podem ter mil acepções, se o analista também se atrasa?

5 - Ser pouco acessível 

Embora esse tópico seja polêmico é importante encontrar um meio-termo. Por um lado, não é recomendável que o paciente desenvolva uma extrema dependência do psicólogo . Um paciente carente pode querer estar ligado 24 horas ao analista, como se fosse um bebê em simbiose com a mãe.

Por outro lado, estar inteiramente fora do alcance, especialmente em situações graves, não é aconselhável. O terapeuta não pode ser impossível nem dar a impressão de disponibilidade total, como se fosse só do paciente -o que é um desejo frequente e compreensível. diz o psicanalista. 

Cada psicólogo pode ter suas preferências em relação a esse assunto. Alguns liberam celular e e-mail, outros autorizam o cliente a deixar recado. Eles devem colocar esses limites assim que começam a atender uma pessoa. 

6 - Olhar demais para o relógio 

O terapeuta precisa controlar o tempo. Mas olhar demais para o relógio pode dar a impressão de que ele tem pressa para terminar a consulta. Com a experiência, o psicólogo ganha uma noção de tempo automática. Mas ele não é máquina. Um recurso é ter um relógio num lugar discreto e consultá-lo sem caráter ostensivo. Já se isso ocorrer com um paciente específico, o psicólogo deve se perguntar o que está acontecendo na relação com ele.

7 - Bocejar demais 

Bocejar não é o problema: como qualquer pessoa, o terapeuta pode estar cansado em um determinado dia. A questão é quando a atitude se torna um hábito, que costuma ser interpretado pelo paciente como falta de interesse. Mas, se o psicólogo não encontrar explicação para o sono e ele ocorrer sempre com um paciente específico, esse fato pode se tornar uma informação importante na terapia. Já dormir é tido como inadmissível. Se o psicólogo percebe que não suporta o sono, deve suspender a sessão.

8 - Contato físico excessivo 

No Brasil, costuma ser aceito um maior contato físico ao cumprimentar alguém. Na nossa cultura, é normal dar um beijinho ou um ligeiro abraço. O psicólogo pode fazer isso com leveza e rapidez, sem tom erótico. Mas deve haver limites. Por ser uma relação facilmente confundida com uma relação afetiva, um contato físico exacerbado pode atingir fragilidades dos clientes. Trata-se de um abuso da relação desigual que se instala no contrato terapêutico: o cliente tem problemas e o terapeuta tem soluções. Vale lembrar que o contato sexual entre terapeuta e cliente não é adequado em nenhum caso.

9 -Falar demais sobre si mesmo 

A sessão é do cliente, e não do psicólogo . No entanto, temos bagagem, história de vida e, em situações específicas, ela pode ser usada em benefício da terapia. Mas, se o psicólogo sente falta de amigos, não deve buscá-los nos clientes. O psicólogo pode estar carente, pois é de carne e osso. Nesse caso, deve redobrar a atenção para não misturar sua vida à do paciente. Muitos gostariam de ser amigos do psicólogo , mas isso desvirtua o foco da terapia.
A chave é ver se há propósito terapêutico. Qualquer fala sobre si mesmo que não tenha um propósito terapêutico é uma fala em demasia. 

10 - Vestir-se inadequadamente 

Como qualquer pessoa, o terapeuta tem seu estilo e não precisa abrir mão dele no ambiente profissional. Atendemos surfistas, publicitários, executivos. Não podemos ser camaleões para nos ajustarmos ao estilo de cada cliente. O terapeuta só não pode estar vestido de maneira profundamente chamativa, vulgar, suja ou descuidada. O resto é uma questão pessoal.

De fato, há limites. Deixar à vista longas extensões de pele não é desejável: bermudas, camisas abertas, decotes pronunciados ou saias tão curtas que mostrem a roupa de baixo são absolutamente inapropriados. O foco não deve ser o psicólogo , inclusive no quesito vestimenta. Não é necessário vir de batina, mas o oposto faz com que o foco de atenção se desvie do paciente para o psicólogo.


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