quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Há brinquedos em Portugal feitos a partir de plástico tóxico

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Cuidado com os brinquedos de plástico reciclado. É o aviso deixado pela Zero. Aprenda a reconhecê-los.
A associação ambientalista Zero revela um estudo que mostra que Portugal apresenta dos piores resultados ao nível da Europa no que diz respeito a brinquedos feitos a partir de plástico reciclado.
Uma guitarra de brincar oriunda de Portugal apresentou a concentração mais elevada de químicos perigosos de todos os artigos analisados neste estudo europeu.
Susana Fonseca, da Zero, identifica o tipo de brinquedos feitos a partir desse plástico contaminado: "São, normalmente, brinquedos adquiridos em lojas de baixo custo, de plástico preto, que, se lhes tocarmos com a unha, ouvimos aquele som que ouvimos quando tocamos em plástico de equipamentos eletrónicos".
Trata-se da reciclagem de plásticos que foram anteriormente utilizados em equipamentos eletrónicos e contêm uma quantidade elevada de substâncias que representam perigos para a saúde
"Estamos a falar de impactos sobre a tiroide, o desenvolvimento neurológico, o aumento do défice de atenção em crianças. São impactos muitos significativos em termos de saúde pública. Estamos a falar de substâncias que já estão classificadas no âmbito da Convenção de Estocolmo sobre poluentes orgânicos persistentes", frisa Susana Fonseca.
Reciclar é preciso, mas não a qualquer preço. Para a associação ambientalista, "é urgente que a UE garanta que os artigos feitos a partir de plástico reciclado respeitam as mesmas regras que os artigos feitos a partir de materiais virgens".
A Zero sublinha que a União Europeia "tem que deixar de permitir que os plásticos reciclados possam conter concentrações elevadas de químicos" que fazem mal à saúde. Por uma economia circular, mas que não seja tóxica.
Dos 430 artigos analisados neste estudo, 109 (cerca de 25%) continham químicos perigosos, com 98% (107) a conter PBDE (éteres difenílicos polibromados) (107) e 73% (80) a conter HBCD (hexabromociclododecano). Segundo a Zero, "se fosse aplicada a mesma legislação a produtos produzidos a partir de materiais virgens e reciclados, 47% dos 109 artigos analisados em maior detalhe não respeitariam a regulamentação Europeia sobre poluentes orgânicos persistentes".
Entre as concentrações de PBDE medidas, as mais elevadas foram as observadas em brinquedos, seguidas das concentrações registadas em acessórios de cabelo e utensílios de cozinha, detalha a associação ambientalista em comunicado.
Barbara Baldaia / TSF


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