♦ Santiago Escobar
Estamos testemunhando a extinção da chama do heroísmo que moldou profundamente a história da civilização ocidental, brilhando em momentos diferentes. Brilhou quando os católicos resistiram nas catacumbas aos sanguinários governantes romanos, ou quando monges das mais diferentes procedências, iluminados pela fé e o mandato apostólico, evangelizaram as hordas bárbaras que os ameaçavam com violência.
Também brilhou quando os destemidos cruzados, muitos deles pertencentes a ordens religiosas de cavalaria, como os Templários e a Ordem de Cristo, lutaram contra os infiéis muçulmanos em terras inóspitas e difíceis, a milhares de quilômetros de seus países, ou quando denodados missionários jesuítas evangelizaram os povos pagãos no Oriente. Brilhou mais recentemente quando fiéis mexicanos defenderam sua religião das perseguições iníquas dos comunistas que queriam destruir qualquer noção de piedade nas bravias terras mexicanas.
Todos esses exemplos citados acima nos mostram um alto senso de heroísmo. Católicos capazes de comprometer todas as suas forças e até, se necessário, dar suas próprias vidas por um interesse mais alto do que o deles próprios. Esses são os verdadeiros ideais! Foram esses tempos maravilhosos que a passagem arbitrária da modernidade está destruindo.
O homem contemporâneo, por causa de seu desejo egoísta de satisfação pessoal a qualquer preço, está perdendo cada dia mais o sentido da vida. É por isso que as estatísticas estão se tornando cada vez mais preocupantes, dado o aumento de pessoas com depressão (especialmente os jovens). Também preocupa o tédio da vida contemporânea, que resulta muitas vezes em frustração, porque as pessoas tentam ser o que não são, procuram comprar aquilo para o qual não têm o dinheiro necessário.
Podemos ver então, como numa regressão estatística, as relações das diversas variáveis: aumento da depressão, monotonia, falta de interesse por qualquer coisa que não seja o “eu” e, por outro lado, a variável progressiva da descristianização, que no fundo é a perda do amor à cruz.
Ilusão otimista
A modernidade trouxe uma nova maneira de entender a política e a sociedade. Surgiu assim o estado de bem-estar social (Welfarestate), no qual os homens julgavam poder encontrar a felicidade total nesta terra pelos benefícios proporcionados pelo Estado, aumentando neles um espírito de segurança falsa. Mas — oh desapontamento! — as instituições estão se afundando, aniquilando-se. Vivemos hoje no maior caos institucional.
Um sintoma de tudo isto são os social-democratas na Alemanha, que recebem de mãos abertas legiões de muçulmanos ébrios por conquistar a Europa, enquanto rotulam esse suicídio de humanitarismo. Ou os profetas do ambientalismo que, apesar do descrédito científico, insistem em nos impor, até mesmo em encíclicas, um catastrofismo que leva as pessoas a uma psicose ambiental. O homem não é mais considerado como o rei da natureza, como Deus o criou, mas como o invasor que depredou o ecossistema. Temos, portanto, uma enxurrada sistemática de sofismas visando a desestabilizar dia a dia o homem contemporâneo.
Por isso, caro leitor, encorajo-o a fazer parte da luta ordeira e pacífica que o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira empreende diariamente em todo o Brasil, com vistas a manter acesa “a mecha que ainda fumega” (Mt 12, 20). Não apenas isso, mas, sobretudo, obter que o Divino Espírito Santo, a rogos de Maria Santíssima, faça com que dessa mecha brote um incêndio de amor e justiça incontenível que se estenda sobre toda a face da Terra e a renove completamente:“Emite Spíritum tuum et creabuntur, et renovabis fáciem terrae” — Enviai o vosso Espírito e tudo será criado, e renovareis a face da Terra.
Fonte: ABIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário