A diretora regional de Cultura do Centro voltou hoje a lembrar, em Leiria, o desafio dos municípios do Centro se juntarem numa candidatura conjunta a Capital Europeia da Cultura (CEC) em 2027.
Celeste Amaro, que está em funções até ao final de 2018, tendo sido já nomeada como substituta Suzana Menezes, recuperou, no Museu de Leiria, a ideia de uma candidatura conjunta, admitindo que, caso não seja possível um entendimento, “gostaria muito” que a CEC seja atribuída a uma cidade do Centro.
“Leiria, Aveiro, Viseu, Guarda e Coimbra… Só Castelo Branco ainda não se candidatou. Já propus ao senhor presidente da Câmara [que avance com uma candidatura], porque Castelo Branco também merece”, disse a diretora regional da Cultura do Centro.
E acrescentou: “Uma vez o senhor [ex-]secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, fez um desafio em Coimbra: por que não juntarem-se e criarem umas sinergia na região centro para ganharem uma capital europeia? Sei que ainda estamos longe dessa fase”.
Em Leiria, a diretora da Cultura do Centro quis deixar “uma palavra” pelo trabalho que a candidatura local tem feito que, “certamente, irá contribuir para que possa continuar no seu trilho de querer ser CEC”.
Num balanço dos sete anos em que ocupou o cargo, Celeste Amaro recordou que teve “do melhor e do pior em Leiria”. Lembrou a intervenção de urgência para salvar os frescos da Sala do Capítulo do Museu de Leiria, onde falava – “e agora estamos aqui a admirar tudo isto”. Também em Leiria, a diretora de Cultura do Centro suscitou, em março de 2018, intensa polémica com afirmações sobre o financiamento de estruturas teatrais.
Celeste Amaro agradeceu aos “77 autarcas que pertencem à área geográfica da Direção Regional da Cultura do Centro” pelo trabalho em prol do património, durante o tempo que ocupou o cargo.
“Não há muita recuperação de património no resto do país, mas há na região Centro, graças aos senhores autarcas, que se decidiram avançar sempre com a contrapartida nacional, tendo em linha de conta que o Ministério da Cultura nem sempre tem verbas para o poder fazer. A maioria deles decidiu colaborar com a área da cultura e olhar para os monumento de outra forma”, sublinhou, garantindo que continuará a trabalhar “noutro projeto, noutra aventura”. “Não tenho data para me reformar”, frisou.
Em Leiria, Celeste Amaro assistiu à apresentação e assinatura dos acordos de cooperação e colaboração das redes intermunicipais de Bibliotecas e Arquivos da Região de Leiria, iniciativa que elogiou, considerando-os “exemplos fantásticos”.
“Não deixem morrer os livros”, disse. “Gente da minha geração já passou aos filhos e aos netos o que é um livro: algo físico que nos leva a cheirar o papel, que tem uma capa dura e que nos transporta para mundos infinitos. Claro que o mundo digital também nos faz isso. Mas o livro nunca deixará de existir e é isso que esta comunidade está a fazer. Por isso dou os parabéns”.
Fonte: NDC
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